Medalhistas olímpicos elogiam o II Congresso Olímpico Brasileiro em Salvador
Rafael Silva, do judô, e Magic Paula, do basquete, destacaram palestras no evento promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil neste final de semana
Uma verdadeira Vila Olímpica em Salvador, que promoveu uma rica troca de conhecimentos e reflexões sobre o futuro da gestão esportiva. Assim foi definido o II Congresso Olímpico Brasileiro por alguns dos medalhistas olímpicos que estiveram presentes no evento no Centro de Convenções Salvador (CCS) neste sábado, 19 de março. Entre eles, está o pugilista campeão olímpico em Tóquio 2020 Hebert Conceição. Ele ressaltou a importância da descentralização dos grandes eventos pelo Comitê Olímpico do Brasil como forma de fomentar o desenvolvimento esportivo no país.
“Vejo com muita positividade ter o Congresso aqui. A gente carece de ter acesso às informações, aos grandes eventos. O Nordeste não é uma região tão prestigiada e o COB estar escolhendo Salvador, capital de um Estado que deu tantas medalhas para o Brasil, principalmente de ouro, é muito importante porque muitos moradores da região terão acesso a palestras de grandes nomes, a conteúdos muito relevantes para o desenvolvimento do esporte olímpico. O atleta precisa dar o seu melhor sempre, mas tem toda uma equipe multidisciplinar por trás, todo um planejamento. Ninguém medalha nos Jogos Olímpicos treinando no fundo do quintal. É preciso investir nisso para que o Brasil siga crescendo”, disse Hebert.
Com tema principal ‘Planejamento, um referencial de futuro para o Esporte Olímpico”, o Congresso Olímpico tem uma programação de mais de 30 palestras de especialistas internacionais e nacionais, além de vivências, exposições e discussões sobre o futuro do esporte. Para Rafael Silva, o Baby, bronze em Londres 2012 e na Rio 2016, destacou a interação entre profissionais de diferentes modalidades e com grandes pensadores internacionais.
“O ambiente aqui é de Vila Olímpica, uma galera de vários esportes, focados em trabalhar para suas modalidades, desenvolver. Estou focando bem nas palestras de gestão, é uma coisa que eu tenho vontade de fazer no futuro, mas o ambiente é muito propício para pensarmos em novas soluções para o esporte”, analisou.
“Planejamento na vida de um atleta é tudo. Você saber o que vai fazer no dia seguinte, saber quais são as competições que você vai participar, como você pode trabalhar melhor depois de cada vitória e de cada derrota. E planejar é difícil, principalmente pensando no cenário que passamos nos últimos anos, de pandemia, mas ao mesmo tempo é extremamente necessário. Estar aqui e ter um vislumbre de como uns países de fora pensam nisso, como vai ser o futuro nesse sentido, palestras interessantíssimas, é uma imersão muito boa para entender como funciona o esporte”, disse Baby.
Além de Hebert e Rafael, passaram pelo CCS outros medalhistas olímpicos como Ágatha (vôlei de praia), Erlon Souza (canoagem velocidade), além de grandes lendas do esporte como Torben Grael (vela), Jackie Silva (vôlei de praia), Yane Marques (pentatlo moderno), Hortência e Janeth (basquete), Poliana Okimoto (maratonas aquáticas), Maurício e Virna (vôlei), dentre outros. Nomes como Adriana Behar, Isabel Swan e José Roberto Guimarães foram palestrantes do Congresso e transmitiram suas experiências aos participantes. Já Aurélio Miguel, Fofão e Servílio de Oliveira foram homenageados no Hall da Fama do COB. Para Magic Paula, prata em Atlanta 1996, campeã mundial em 1994 e atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Basketball, a palavra que define o II Congresso Olímpico Brasileiro é o “reencontro”.
“O Lenny Abbey foi feliz quando falou do reencontro. Foram vários. Eu revi vários amigos que fiz no Movimento Olímpico, reencontro com esses momentos da vida que temos para nos aperfeiçoar, aprender, reciclar; reencontro dos temas relevantes, com os eventos de grande porte, e também reencontro da gente com a gente mesmo. Muitas vezes ficamos preocupados com a capacitação na parte teórica e os assuntos abordados no Congresso focaram muito no autoconhecimento: quem somos, o que queremos para o futuro. Estamos vivendo uma era em que já tínhamos que estar mais preocupados com os seres humanos, com quem constrói tudo isso. Principalmente, na parte de gestão olhar com mais carinho para as pessoas, cada um com seu perfil, com sua expertise. Aprender é para sempre”, disse Magic Paula.