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No Dia da Mulher, COB anuncia campeã olímpica Valeskinha como nova integrante da Comissão Mulher no Esporte

Outra novidade é que o Comitê Olímpico do Brasil, referência em saúde da atleta, agora investe na produção de conhecimento em performance no esporte feminino

Por Comitê Olímpico do Brasil

8 de mar, 2024 às 08:00 | 1 min de leitura

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Faltam 140 dias para a Cerimônia de Abertura dos próximos Jogos Olímpicos. E o Brasil tem, até agora, 163 vagas conquistadas para Paris 2024, sendo 101 femininas. É mais que o dobro das classificações masculinas. Esse dado é um bom exemplo dos resultados de uma série de ações do Comitê Olímpico do Brasil (COB), junto com as Confederações Brasileiras Olímpicas e demais entes envolvidos no Movimento Olímpico no país. E no Dia da Mulher, o COB anuncia duas importantes novidades nesse sentido. A primeira é a chegada de Valeska Menezes, a Valeskinha, campeã olímpica de vôlei em Pequim 2008, à Comissão Mulher no Esporte da entidade.

“Me senti muito honrada e feliz por ter sido lembrada. Minha expectativa é ajudar com minha experiência e aprender ouvindo as experiências das outras envolvidas. A Comissão Mulher no Esporte, para mim, é algo que deveria ter em outras organizações. É ótimo quando vemos o COB buscar promover a igualdade de gênero e criar espaços para discussões relevantes", disse Valeskinha, que é filha de Aída dos Santos, quarta colocada no salto em altura em Tóquio 1964, o melhor resultado individual de uma mulher brasileira em Jogos Olímpicos por mais de 40 anos, até o bronze de Ketleyn Quadros no judô em Pequim 2008.

“Ter uma inspiração dentro de casa é algo muito valioso. A influência da minha mãe para muitas mulheres atletas foi fundamental para mostrar que é possível superar desafios, alcançar o sucesso no esporte e encorajar outras atletas. O esporte feminino no Brasil tem progredido, a visibilidade aumentou, mas os desafios persistem. Ainda há um longo caminho a percorrer para igualdade de oportunidades”, completou.

A segunda é a criação de um Grupo de Trabalho (GT) com representantes da área Mulher no Esporte e o Laboratório Olímpico que já discute a performance da mulher atleta. Neste primeiro momento haverá uma atualização dos profissionais de Ciências do Esporte do Time Brasil sobre os mais recentes estudos focados no desempenho esportivo feminino em alto rendimento.


Foto: Rafael Bello/COB


“O COB tem uma atenção especial e é referência no mundo todo no que diz respeito à saúde da atleta, principalmente com a ginecologia do esporte. Agora, estamos dando um passo importante em relação à performance, que vai além da saúde. Existe um movimento internacional que fala sobre ‘treinar mulheres como mulheres’, já que o conhecimento científico que temos em relação ao treinamento esportivo é baseado em pesquisas com homens. Agora vemos um aumento de estudos específicos com mulheres”, disse Taciana Pinto, gerente de Desenvolvimento e da área Mulher no Esporte do COB.


Entre as pesquisas estão, por exemplo, debates em torno da propensão de mulheres a lesões de LCA (ligamento cruzado anterior). Além do serviço de ginecologia do esporte que é oferecido desde 2011, o COB passa, então, a discutir de forma interdisciplinar, entre todas as áreas do Laboratório Olímpico, sobre como atuar para garantir uma maior performance das atletas mulheres.

“Obviamente, isso passa por melhorar as condições de saúde também, mas a proposta é estimular a discussão incluindo outras áreas que impactam na performance, revisando as práticas e protocolos atuais, que podem não estar considerando as especificidades da mulher atleta”, explicou Julia Silva, gestora esportiva integrante da área Mulher no Esporte e do GT.

“A ideia é que depois que o COB encerre o trabalho com os seus profissionais, o conhecimento produzido seja compartilhado com as Confederações, clubes e todos os interessados na temática”, completou Kenji Saito, diretor de Desenvolvimento Esportivo e Ciências do Esporte.

Área Mulher no Esporte

A criação do Grupo de Trabalho é mais uma iniciativa da Área Mulher no Esporte, que está dentro da diretoria de Desenvolvimento Esportivo e Ciências do Esporte. Desde que foi criada pelo COB em 2021, a área tem promovido ações de valorização e fortalecimento das mulheres.

Entre elas estão:
- Instituição da Comissão da Mulher no Esporte formada por representantes de diversas áreas funcionais do COB, das atletas, das treinadoras e das profissionais de Ciências do Esporte com o objetivo de fomentar a participação feminina e atuar em prol da igualdade de gênero, além de auxiliar no estabelecimento de políticas que propiciem a promoção e a capacitação da mulher no esporte;
- A tradução das Diretrizes de Representação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para o português, promovendo maior acesso dos brasileiros e países lusófonos a eles e ampliando a discussão na imprensa esportiva com dados impactantes sobre a representação da mulher na mídia;
- A 
criação da Política de Equidade de Gênero que se desdobrou, numa parceria com Instituto Olímpico Brasileiro – a área de educação do COB - no curso online “Equilibrando o Jogo: Igualdade de Gênero no Esporte”, que visa à conscientização sobre a necessidade de aprofundar o debate sobre a igualdade de gênero no âmbito esportivo. O curso é aberto e tem como público-alvo atletas, treinadores, gestores esportivos, colaboradores do COB, integrantes de equipes multidisciplinares, entre outros. O acesso pode ser feito aqui.
- A destinação de recursos exclusivos para projetos das Confederações voltados ao desenvolvimento do esporte feminino, chamado de Programa de Desenvolvimento do Esporte Feminino (PDEF), que mais que dobrou de 2023 para 2024 e dará suporte a 15 projetos de 15 modalidades. O aumento de projetos apresentados de um ano para o outro foi de 119%, um dado que comprova o alcance da iniciativa.

Internamente, o COB aproveitou a data para realizar uma dinâmica de integração entre as colaboradas. “O RH, em parceria com a área Mulher no Esporte, organizou uma ação reflexiva e interativa para todas as colaboradoras da entidade no auditório do Centro de Treinamento. Acreditamos que a data deve ser celebrada e serve para reforçarmos a importância das conquistas das mulheres ao longo dos anos”, complementou Isabele Duran, diretora Administrativa e Financeira e membra da Comissão Mulher no Esporte.

Foto: Rafael Bello/COB


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