ONU Mulheres e Comitê Olímpico Internacional promovem Jogos Uma Vitória Leva à Outra 2021
O evento, que contou com a parceria do COB, reuniu 50 meninas para experimentarem modalidades esportivas e atividades sobre valores olímpicos e paralímpicos
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio 2020, realizados neste ano, quebraram recordes e fizeram história. Com a melhor campanha do Brasil em todas as edições já disputadas, o protagonismo foi das mulheres, que brilharam e mostraram como o esporte é também um espaço feminino. Neste contexto, o Programa Uma Vitória Leva à Outra (UVLO), iniciativa conjunta entre a ONU Mulheres e o Comitê Olímpico Internacional, em parceria com as ONGs Empodera e Women Win, realizou uma ação no último dia 28 de agosto, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, no Rio de Janeiro, que contou com a participação de 50 meninas com idades entre 12 e 18 anos.
O evento Jogos Uma Vitória Leva à Outra 2021 teve como objetivo fomentar uma maior participação de meninas em diferentes práticas esportivas, além de celebrar a atuação das atletas brasileiras que foram inspiração e mostraram a importância de termos mais mulheres nos esportes. A iniciativa também teve o apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
“O esporte é feito de referências, então proporcionar um espaço com estes exemplos e abrir um leque de oportunidades paras meninas experimentarem diferentes modalidades e se inspirarem é muito importante. Este evento também faz com que elas vejam que cada atleta teve seu caminho, mas que também têm similaridades. O COB entende isso e busca promover esses espaços para que mais meninas tenham acesso e realmente se fortaleçam com o esporte”, afirmou Isabel Swan, coordenadora da área Mulher no Esporte do COB e medalhista olímpica da vela.
A representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya, reforça: “Este é um momento muito importante para visibilizarmos as meninas e mulheres no esporte e mostrar como ele é uma ferramenta essencial para o empoderamento das nossas adolescentes. O Brasil teve uma atuação histórica das atletas mulheres nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, e a população brasileira se emocionou com o seu protagonismo. O que precisamos agora é um fomento permanente para que mais meninas sejam estimuladas a acessarem e permanecerem disfrutando e se desenvolvendo no esporte”.
Os Jogos UVLO 2021 contaram com oito estações com diferentes modalidades esportivas: seis estações de experimentação de modalidades olímpicas, como escalada, hóquei, badminton, tiro com arco, skate e tênis de mesa, e duas estações de práticas corporais pedagógicas para trabalhar os valores olímpicos e paralímpicos, bem como promover a participação das mulheres nos esportes.
As Confederações Brasileiras de cada modalidade ficaram responsáveis por suas respectivas estações e disponibilizaram os equipamentos esportivos necessários. Atletas olímpicas também participaram e integrantes das confederações e organizações esportivas estiveram nas estações para transmitirem os fundamentos esportivos de cada modalidade.
Camilly Ferreira dos Santos, de 17 anos, mostrou a importância de estar em um evento que estimule a participação no esporte: "Meu sonho é ser útil, e o esporte me ajuda a ser útil para as pessoas que estão à minha volta e coloca cada vez mais esse desejo no meu coração".
A atleta olímpica de tiro com arco Ane Marcelle, que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020, também falou de como se sente próxima das meninas: "É um orgulho pra mim ter estado em Tóquio e vir aqui mostrar pra elas que é possível. O esporte traz essa felicidade, essa alegria pra gente".
Já Mariany Nonaka, atleta olímpica de tênis de mesa, que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 e de Pequim 2008, complementa: "O esporte é uma ferramenta de inclusão social, que pode mudar vidas".
Na segunda parte do evento teve um bate-papo com as atletas olímpicas Isabel Swan (vela), Lohaynny Vicente (badminton), Mariany Nonaka (tênis de mesa), Ane Marcelle e Graziela Santos (ambas tiro com arco) sobre suas experiências em Jogos Olímpicos, suas trajetórias no esporte e a importância de as mulheres ocuparem os espaços esportivos em todas as suas esferas. Elas também responderam às perguntas das meninas sobre saúde mental, rede de apoio, preconceito, barreiras impostas e o que as motiva a continuar. Ao final, foram distribuídas medalhas para todas as participantes do programa Uma Vitória Leva à Outra, que foram entregues pelas atletas olímpicas.
Jane Moura, presidente da ONG Empodera, aponta que "os Jogos Uma Vitória Leva à Outra, além de terem possibilitado que as participantes do programa experimentem modalidades esportivas não tradicionais e pouco acessíveis a meninas periféricas foram muito importantes para que elas pudessem fortalecer suas habilidades socioemocionais e aprimorar suas habilidades de liderança. Além disso, foi uma excelente oportunidade para as participantes vivenciarem os valores olímpicos e paralímpicos e também compreendê-los como aspectos importantes para o empoderamento de meninas e mulheres”, finalizou.