COB comemora 107 anos executando Missão Tóquio 2020 sem esquecer o passado
A exatamente 45 dias da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, Comitê realiza lançamento do Hall da Fama Digital

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) completa 107 anos nesta terça-feira, 08 de junho. Faltando exatamente 45 dias para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, o Comitê projeta o futuro sem esquecer do passado. Ao mesmo tempo em que lança o seu Hall da Fama Digital, um espaço virtual que valoriza a memória dos nomes que ajudaram a construir o Movimento Olímpico do Brasil e que será fonte de pesquisa para as novas gerações, já coloca em prática o que foi planejado para a competição no Japão, com o embarque dos primeiros integrantes do Time Brasil para a capital japonesa dentro de poucos dias.
“Estamos na reta final para Tóquio 2020. Agora é colocar em prática o que foi planejado e preparado minuciosamente por toda a equipe do COB. Essa, sem dúvida, é a Missão mais desafiadora dos 107 anos de existência do Comitê. Mas, mesmo com o cenário de pandemia, não temos dúvidas que, graças às medidas implementadas pelo COB para dar suporte ao sistema esportivo brasileiro, conseguiremos representar o Brasil com competência e excelência”, disse Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB.
Primeiro Comitê Olímpico Nacional da América do Sul, o COB tem uma longa história de desafios e conquistas. São 129 medalhas (30 ouros, 36 pratas e 63 bronzes) em Jogos Olímpicos e mais de 1.300 em Jogos Pan-americanos.
O adiamento dos Jogos Olímpicos em um ano exigiu muito trabalho de replanejamento e inclusão de novas medidas. Com mais de 230 atletas já garantidos na competição, o foco, logicamente, está na segurança dos atletas, da comissão técnica e do staff. Além de vacinar todos os integrantes da delegação, o COB adotará uma série de protocolos de segurança em suas nove bases (Chuo, Enoshima, Hamamatsu, Koto, Miyagase, Ota, Sagamihara, Saitama e Tsurigasaki), que incluiu o envio de 85 mil máscaras descartáveis, 12.500 sapatilhas TNT, 400 borrifadores de álcool e 250 aventais, entre outros produtos.
Além disso, redução da delegação brasileira, com o cancelamento dos programas Vivência Olímpica, Família Olímpica e Embaixadores; realização obrigatória de exames clínicos e laboratoriais antes do embarque ao Japão; restrição a oficiais que integrem o grupo de risco; e, principalmente, a criação de uma comissão médica, com a presença de infectologistas, que discute diariamente questões relativas ao coronavírus e elabora os protocolos a serem adotados em Tóquio. Entre as medidas, está a testagem maciça da delegação.
“Superar desafios é algo que faz parte do DNA do Comitê Olímpico do Brasil. Desde os percalços enfrentados para a primeira participação olímpica brasileira em Antuérpia 1920, quando o Brasil conquistou suas primeiras medalhas, até a nossa melhor participação em Jogos Olímpicos, no Rio 2016, com uma enorme delegação de 465 atletas e o recorde de 19 medalhas conquistadas. Em Tóquio 2020, não será diferente. Apesar de todos os obstáculos, o COB se superou e oferecerá todo o suporte para que os atletas se concentrem apenas na competição”, disse o campeão olímpico e diretor-geral do COB, Rogério Sampaio.
A FUNDAÇÃO
Raul Paranhos do Rio Branco, filho do barão do Rio Branco e embaixador do Brasil em Berna, Suíça, recebeu convite do barão Pierre de Coubertin para integrar o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1913. Mais do que uma gentileza, o gesto significava uma declaração de fé no potencial esportivo da nação brasileira e dava início à história do país no Movimento Olímpico Internacional. O convite fez do embaixador o primeiro delegado do COI para o Brasil e provocou, nesse mesmo ano, uma campanha pública pela formação de um Comitê Olímpico do Brasil.
Em 30 de abril de 1914, Raul do Rio Branco enviou uma carta circular a inúmeros dirigentes esportivos brasileiros em que relatava formalmente o ocorrido. Como resultado, no dia 8 de junho do mesmo ano, os dirigentes de destaque do Rio de Janeiro se reuniram na sede da Federação Brasileira das Sociedades de Remo e, em assembleia, criaram o Comitê Olímpico do Brasil, chamado de Comitê Olímpico Nacional (CON). Na mesma ocasião, nasceu a Federação Brasileira de Sports (FBS), que dois anos depois passou a se chamar Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Vale lembrar que naquela época o COI não exigia a criação de um Comitê Nacional para que os atletas fossem autorizados a participar dos Jogos Olímpicos. De fato, poucos países tinham esse tipo de representação e o Brasil foi um dos primeiros da América a fundar a sua. A concepção simultânea das duas entidades evidenciava o sentido complementar de suas funções: centralizar e coordenar os esportes em âmbito nacional e representar o Brasil no cenário esportivo internacional (não somente para os Jogos Olímpicos, mas para as competições do calendário das federações internacionais). Ficou claro, portanto, que a iniciativa acelerou o movimento de organização do esporte no país.