Central de 1,92m que defende Santa Catarina mostra talento nos Jogos da Juventude e sonha com espaço em grandes clubes
Pernambucana radicada em SC, Maria Cássia Barbosa tenta repetir caminho de sucesso de Rosamaria, também forjada em Nova Trento
Em um país que teve excelentes centrais no vôlei, com menção gloriosa para as bicampeãs olímpicas Thaísa e Fabiana, o surgimento de novas meninas altas que atuam na posição sempre gera uma grande expectativa em relação ao futuro. Com 1,92m e 17 anos, Maria Cássia Barbosa chama a atenção por sua qualidade nos Jogos da Juventude CAIXA João Pessoa 2024, competição organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Pernambucana de São Lourenço da Mata, ela defende Santa Catarina, estado em que vive há três temporadas, desde que trocou a base do Sport Recife pelo Nova Trento, time voltado para a formação de jogadoras criado a partir do projeto social que leva o nome da pequena cidade e revelou Rosamaria, duas vezes medalhista olímpica e uma das melhores opostas em atividade no mundo.
“A posição de central tem muita história no Brasil e isso me inspira. Ainda estou evoluindo bastante e gosto muito de estar sempre participando do jogo e ajudar muito na parte tática. Me esforço para fazer diferença no bloqueio, aproveitar as chances de ataque e estar sempre vibrando com o time. E eu tenho um destaque, que é a minha altura. Eu uso ela ao meu favor”, comentou Maria.
Monitorada há algum tempo pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a jovem foi convocada pelo técnico Guilherme Schmitz em junho passado para treinamentos da seleção brasileira sub-19 visando o Campeonato Sul-Americano Sub-19. Mas acabou não indo para a lista final do elenco que conquistou o título continental, em setembro, em Araguari (MG). Isso não a desanimou e a fez se dedicar ainda mais para ajudar Santa Catarina a disputar medalha nos Jogos, na capital paraibana. As catarinenses jogarão pelo bronze, diante de Minas Gerais, nesta quinta-feira (28), no Ginásio do Sesc.
“Participar dos Jogos da Juventude é uma experiência ótima para a carreira de uma atleta. Você se desconstrói como pessoa, perde a timidez para conversar com gente de todo Brasil. É muito legal essa experiência, tanto na convivência quanto nas partidas, que são de um nível muito bom”, disse ela.
Desde que mudou de estado, Maria Cássia viu a sua vida melhorar. No Nova Trento, ela passou a ter todas as suas despesas bancadas pelo projeto, ao contrário do que acontecia no Sport, já que ela morava na região metropolitana do Recife.
“Eu fui criada pela minha mãe e pela minha avó. Minha mãe é técnica de enfermagem e eu vim de uma realidade de classe muito baixa. Sair de Pernambuco, com 14 anos, para ir para Santa Catarina, foi uma baita oportunidade de vida mesmo, de crescer na vida. Eles bancam tudo: nossa alimentação, escola, tudo. Foi uma adaptação bem difícil, por causa do clima, costumes e distância da família, mas o projeto me ajudou e deu tudo certo”, falou Maria.
Assim como aconteceu com Rosamaria, que trocou o Nova Trento pelo Pinheiros e, depois acabou ganhando o mundo, Maria Cássia espera propostas de importantes clubes brasileiros. Para, depois, obter sucesso atuando em outros países e pela seleção brasileira.
“Eu queria muito jogar no Flamengo, Pinheiros ou Barueri. Seria um sonho, realmente. Se Deus quiser, eu vou seguir o caminho da Rosamaria, com sucesso nos clubes, no Brasil e fora, e depois pela seleção brasileira”, finalizou a meio de rede.