Conheça Matheus Pessanha e Isanelly Cristina, revelações do levantamento de pesos do Brasil
Campeões mundiais, cariocas atingiram recorde mundial em suas respectivas categorias

Fotos: Divulgação/ LPO
Ouros, recordes mundiais, medalhas e destaque absoluto. O levantamento de pesos está em ascensão no país. A modalidade garantiu a sua melhor participação em Campeonatos Mundiais de todas as categorias e, pela primeira vez, o Brasil subiu ao alto do pódio mais de uma vez em um torneio deste nível com direito a dois recordes mundiais.
No último Mundial Júnior e Juvenil, em abril, o Brasil teve resultados históricos e terminou somando seis medalhas para o país (quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze). No sub-17, Isanelly Cristina conquistou dois ouros e novo recorde mundial no arremesso. Já no sub-20, Matheus Pessanha levou dois ouros no arremesso (220kg - atingindo novo recorde) e no total (395kg), e ainda ficou com a prata no arranco (175kg).
Com apenas 14 anos, Isanelly Cristina conquistou duas medalhas de ouro: no arremesso (77kg - novo recorde mundial) e no total (134kg). “Ter atingido um novo recorde mundial representa um sentimento de trabalho feito, de missão cumprida e de saber ali que deu certo todo o planejamento que a gente fez”, conta a carioca de Belford Roxo que ainda ficou com um bronze no arranco (57kg).
O recorde mundial já havia sido batido por ela em outubro de 2024, quando levantou 77kg no arremesso do Campeonato Brasileiro Sub-17, no Rio de Janeiro. Porém, a competição não era homologada pela Federação Internacional de Levantamento de Pesos para recordes mundiais. A prova motivou Isanelly a seguir com o trabalho duro. “Eu já fui com a cabeça para um recorde. Eu sabia que poderia bater o recorde, porque eu já tinha tido uma oportunidade e ia aproveitar essa chance”, disse a atleta.
E quando o assunto é recorde, o Brasil também está bem representado no levantamento de pesos masculino sub-20. Com dois ouros, uma prata e um recorde mundial, Matheus Pessanha foi eleito como o melhor atleta do Mundial Júnior pela Federação Internacional de Levantamento de Pesos (IWF).
“Ser campeão e recordista mundial representa alcançar o ponto mais alto da minha carreira esportiva. Esse título carrega um profundo significado emocional, físico, refletindo anos de esforço, disciplina, superação e dedicação. Vai além de uma medalha, é reconhecimento internacional, orgulho nacional e realização pessoal, é realização de um sonho. É a confirmação de toda minha determinação e dedicação, e muito trabalho em equipe, que me levaram a um nível de excelência”, conta. E ainda projeta “Rumo às Olimpíadas de 2028!”
Hoje uma das maiores promessas brasileiras na modalidade, o campeão mundial de 19 anos conheceu a modalidade ainda no crossfit. “Comecei a treinar com 14 anos no Crossfit e migrei para o Levantamento de Pesos com 16 anos, aí comecei a gostar da sensação de levantar peso”, conta.
Natural de Cabo frio, Matheus Pessanha teve dificuldades de conciliar a rotina no início da trajetória como atleta. “Como eu moro no interior do Rio de Janeiro, tive muita dificuldade com o meu deslocamento para treinar no Centro de Treinamento da seleção brasileira”, revela. Além dos treinos, o atleta também concilia a rotina de estudos. No caso dele, a faculdade de educação física. “Aguentar as sessões de treinos pesadas numa rotina apertada é difícil. Preciso ter muita organização, disciplina e uma boa estratégia de gestão do tempo”, confessa.
Ainda na escola, Isanelly também conta que o planejamento da rotina de treinos e dos horários da escola são essenciais para manter o dia-a-dia muito bem organizado “É tudo bem corrido por conta do horário da escola, que às vezes é integral, mas a gente tem um planejamento certinho e nunca deixa de seguir os treinos”, afirma.
Aluna do treinador Márcio Campeão, Isanelly começou a treinar cedo, aos 11 anos, e hoje, além do título mundial, carrega a conquista do tricampeonato no Pan-Americano Sub-17 de 2024, no Equador e o título de melhor atleta da competição. E foi por meio da modalidade que Isanelly começou a se animar com os bons números e conhecer o mundo competindo “O que eu mais gosto no esporte é saber que eu posso fazer grandes resultados e viajar, que eu poderia conhecer o mundo inteiro”, conta.