Ex-bailarina, Clara Ventania faz jus ao sobrenome para derrubar adversárias no vôlei de praia dos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025
Ventania e Anna Beatriz visam conquistar medalha para o Mato Grosso do Sul no maior evento multiesportivo voltado a atletas de até 17 anos do país

O sobrenome herdado do pai virou nome de guerra da Clara Parnama Ventania no vôlei de praia. “Ventania é um nome forte, que traz muito do que sou e do meu jogo. Gosto muito de fazer um jogo forte, de gritar, atacar firme a bola, jogar com raça e sacar forte, assim como é uma ventania”, explica a jovem jogadora. Ex-bailarina, a sul-mato-grossense trocou a leveza da dança clássica pela força da natureza que carrega no nome para representar o Mato Grosso do Sul nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, no Parque da Cidade.
Dos 9 aos 13 anos, Ventania viveu intensamente a dança clássica. A postura de bailarina lhe rendeu até convite para fazer um trabalho como modelo em uma revista da cidade. Os trejeitos do balé foram perceptíveis aos olhos atentos da treinadora Anna Rita Muniz, quando a viu bater uma bolinha em um jogo de vôlei de praia certa vez. “Só a Anna Rita percebia que eu subia na rede fazendo ponta do pé”, conta Ventania, aos risos.
Assim, surgiu o convite da técnica Anna Rita para Ventania conhecer um treinamento de vôlei de praia para valer. Antes, ela jogava vôlei apenas na quadra. Além da classe de bailarina, a jovem matogrossense aproveitou a noção corporal desenvolvida na dança para as quadras. “Brinco que ela já veio lapidada do balé, porque toda a coordenação aprendida antes foi aproveitada no vôlei de praia”, explica a treinadora.
A dupla que representa o Mato Grosso do Sul nos Jogos da Juventude mora em cidades diferentes. Ventania é de Três Lagoas e Anna Beatriz Paniago, de Campo Grande. Há quatro meses, estavam se enfrentando na final do torneio estadual de vôlei de praia e se conheciam apenas como adversárias.
Campeã sul-mato-grossense ao lado de Kesia Rafaela, Ventania garantiu vaga nos Jogos da Juventude 2025, mas sua parceira se lesionou três semanas antes da competição nacional. Convocada para substituí-la, Anna Beatriz teve apenas uma semana de treino com Ventania antes de embarcar para disputar o maior evento multiesportivo do país para atletas de até 17 anos, em Brasília.
Nas areias da capital federal, ninguém diz que o entrosamento entre Ventania e Anna Beatriz tem tão pouco tempo. Muito menos que as duas pensaram em desistir do vôlei nas primeiras vezes que entraram na quadra. Anna precisou que a mãe insistisse para ela não largar a modalidade. “Em alguns meses, eu mudei de ideia e, agora, não me vejo longe de uma bola de vôlei”, conta Anna Beatriz.
Já Ventania passou por várias experiências. “Meus pais sempre incentivaram eu e meu irmão a praticar tudo que pudéssemos. Eles diziam que uma hora encontraríamos o que realmente nos encantaria”, explica. Assim, Ventania passou pelo piano, violão, basquete e chegou a se aventurar no salto em distância e na corrida de 800m pelo atletismo da escola. Mas se dedicou mais tempo à natação e ao balé. Isso até o vôlei de praia assumir todo o protagonismo, o que vem lhe rendendo bons resultados e uma alta expectativa por medalha nos Jogos da Juventude.