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Netinho celebra mudança de mentalidade após trabalho com coach do COB

Medalhista olímpico do taekwondo sofreu com a perda do pai e suspensão e se rendeu à importância do trabalho de saúde mental

Por Comitê Olímpico do Brasil

9 de ago, 2024 às 10:34 | 4 minutos de leitura

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Netinho, medalhista olímpico, celebra mudança de mentalidade após trabalho com coach do COB. Foto: Divulgação/COB

Netinho, medalhista olímpico, celebra mudança de mentalidade após trabalho com coach do COB. Foto: Divulgação/COB

Após a derrota na estreia foram oito horas de espera até voltar a lutar em busca do bronze. Para não perder a esperança e, principalmente, o foco, Edival Pontes, o Netinho, contou com a força mental trabalhada nos últimos meses junto a um coach esportivo do Comitê Olímpico do Brasil. Parceria que foi exaltada pelo taekwondista logo após o pódio nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

“Meu pai era meu pilar. Depois que ele faleceu, eu não tinha mais confiança em ninguém. Tentei com psicólogo e não tinha gostado, isso sempre martelava na minha cabeça, que não dava certo. (...) Ia para o treino e tomava um chute que nunca tomei na vida. Achava que não era para mim. Graças a Deus consegui trabalhar com o coach que o Comitê Olímpico do Brasil conseguiu para mim, que veio me ajudando bastante”.

O coach em questão é Kleber Maffei. O trabalho começou em janeiro deste ano de forma remota. Netinho enfrentava uma situação dificílima, cumprindo suspensão preventiva após um resultado analítico adverso realizado nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023. A defesa do lutador conseguiu reduzir a pena por não haver relação com ganho de desempenho esportivo, mas o tempo afastado do esporte mexeu com o psicológico dele.

Netinho, medalhista olímpico, celebra mudança de mentalidade após trabalho com coach do COB.Netinho, medalhista olímpico, celebra mudança de mentalidade após trabalho com coach do COB. Foto: Divulgação/COB

“Netinho sempre foi um atleta muito querido e sabia que era inspiração para muitos, inclusive as crianças. Esse episódio o levou a pensar que não era merecedor de novas conquistas e oportunidades, e isso também trouxe à tona o peso de algumas perdas que tivera e que na época não conseguiu por pra fora e trabalhar. Então, entendi que precisava ajudá-lo a resgatar esse sentimento de merecimento por meio de atitudes, sempre respeitando seu estilo”, explicou Kleber.

Netinho já tinha experimentado terapia e não havia se adaptado. A descrença na importância do cuidado com a saúde mental se desfez com a abordagem do coach esportivo do COB.

“Meu objetivo inicial foi simplesmente me conectar com ele, ser empático com o momento e com os sentimentos que o envolvia naquela época, para que pudesse confiar em mim e assim criarmos uma conexão que seria fundamental para o sucesso do trabalho. Como não sou psicólogo, não me atrevo a dar diagnósticos e muito menos querer tratar traumas. Como ex-atleta e um coach que tem como essência a educação, o que fiz foi me interessar profundamente sobre sua história e identificar os pontos que para ele são importantes e que poderia trazer à tona como um importante significado para sua reinvenção”, complementou Kleber.

Após a luta que definiu a conquista do bronze, Netinho externou sua gratidão também por outros dois importantes nomes do taekwondo brasileiro. Henrique Precioso, Chefe de Equipe do Taekwondo em Paris, e Natalia Falavigna, primeira medalhista olímpica da história do esporte com o bronze em Pequim 2008, receberam abraços emocionados no Grand Palais.

Netinho, medalhista olímpico, celebra mudança de mentalidade após trabalho com coach do COB.Netinho e a emoção com o bronze olímpico nos Jogos Paris 2024. Foto: Divulgação/COB

“São pessoas que eu vi que estavam comigo não só na glória, quando eu estava medalhando em Grand Prix, mas também quando eu caí na situação do doping. Estavam todos ali comigo, nunca desistiram de mim. "É o Netinho, livra ele, prova que ele é inocente porque a gente precisa dele e confia no menino". É muito emocionante, e sou muito grato à CBTKD e ao pessoal que acreditou em mim desde pequenininho. Desde os meus 16 anos, estou com esse pessoal. Henrique é um irmão pra mim, e isso é muito importante”.

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