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Jogos da Juventude

Jovens esgrimistas conhecem modalidade por meio de projeto social e se destacam nos Jogos da Juventude  

Gabriela, Danilo e Júlia sonham em expandir a esgrima no país e esperam que outras crianças tenham as mesmas oportunidades através do esporte

Por Comitê Olímpico do Brasil

14 de set, 2023 às 18:17 | 4 min de leitura

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A modalidade antes desconhecida para Julia Improta, Gabriela Ohana e Danilo Queiroz, virou paixão logo no primeiro contato que tiveram na escola. O início na esgrima, há cerca de quatro anos, foi por meio de um teste para ingressar no projeto social “Os Mosqueteiros”, na zona oeste de São Paulo. 

Com muitas dificuldades, mas um enorme desejo de descobrir mais sobre o esporte, eles tiveram que adaptar os equipamentos. Caixas de papelão de pizza foram improvisadas como coletes e as espadas eram feitas de jornais. Após um tempo os esgrimistas fizeram uma vaquinha para comprar os materiais adequados.  

“Depois de usar as armas de materiais recicláveis, conseguimos roupas e espadas emprestadas, mas meus pais acabaram comprando esse material para mim. Eles tiveram que vender bicicleta, videogame e fizemos vaquinha também. Se eu não fizesse esporte, eu estaria largada. Praticar esgrima é muito bom”, disse Gabriela Ohana, de 13 anos.

“A esgrima mudou tudo na minha vida. Mudou minha forma de pensar, o cuidado com meu corpo. Eu nunca tinha ouvido falar na esgrima, mas me encantei e na minha primeira competição eu conquistei medalha, então isso me motivou a continuar praticando”, afirmou Julia, de 14 anos, que acumula mais de 15 medalhas em competições.  

“Eu também nunca tinha ouvido falar nesse esporte, mas o professor viu meu potencial e fiquei muito interessado. Quando fui aprendendo, fui me apaixonando cada vez mais. Antes eu era muito ansioso e agora sou mais tranquilo. O esporte também me proporcionou conhecer muitos lugares que eu nunca imaginaria", reforçou Danilo, de 17 anos.

Esgrima nos Jogos da Juventude - Foto: Alexandre Loureiro / COB

A esgrima estreou nos Jogos da Juventude Ribeirão 2023. Logo, esta também foi a primeira vez deles no evento multiesportivo. No último dia de competição, nesta quinta-feira, 14, Gabriela conquistou o ouro por equipe e no dia anterior Júlia havia garantido o bronze no individual. Ambas competem no sabre feminino.  

"Foi muito emocionante conquistar essa medalha, que é a minha primeira de ouro. Eu nunca pensei que pudesse estar aqui e adorei participar dos Jogos da Juventude. O individual foi um pouco mais difícil, mas foi bom para poder me aprimorar mais", contou Gabriela.

"Fiquei feliz de ter conquistado a medalha de bronze na estreia da esgrima nos Jogos da Juventude. Seguirei treinando forte para voltar o próximo ano e, dessa vez, para buscar a medalha de ouro", completou Julia.  

Para eles, a ideia futuramente é que possam abrir portas para que outras crianças tenham as mesmas oportunidades que eles tiveram por meio da esgrima. Enquanto esse dia não chega, o trio segue participando de competiçoões e ganhando experiência no esporte. Na próxima sexta-feira, todos vão participar do Campeonato Brasileiro da modalidade, em Curitiba. 

"Quero conquistar essa medalha em Curitiba para, quem sabe, ganhar o bolsa-atleta. Vai ajudar muito, pois minha mãe está desempregada. Futuramente, espero ter uma carreira legal, ser professor de educação física e da esgrima. Quero ensinar no mesmo projeto e expandir a modalidade no Brasil, que ainda não é muito conhecida", finalizou Danilo. 

Esgrima nos Jogos da Juventude

O último dia de combates da esgrima nos Jogos da Juventude foi marcado pelas disputas por equipes, compostas de 6 atletas distribuídos por sorteio, sendo 3 homens e 3 mulheres. Cada qual ocupa a vaga de uma modalidade da esgrima: espada, florete e sabre. 

A equipe Fekting conquistou o ouro por 30x24, enquanto Estafencing levou a prata. O terceiro lugar ficou com a equipe Esgrima Inglês. Na quarta-feira, 13, foram realizadas as disputas no individual.  


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