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Jogos da Juventude

Com mãe gestora de carreira, Maria Paula Esper quer manter tradição baiana nas águas abertas

Nascida na terra de Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo, jovem de 15 anos transformou a rotina da mãe Alessandra, a quem dedicou o bronze nos 5km nos Jogos da Juventude

Por Comitê Olímpico do Brasil

16 de set, 2023 às 10:07 | 6 min de leitura

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Uma baiana determinada, orgulhosa por representar o Nordeste e de cabeça erguida, sem transparecer qualquer sinal de fraqueza, mesmo depois de uma hora de braçadas intensas. A descrição poderia estar associada à campeã olímpica e sete vezes campeã mundial Ana Marcela Cunha. Mas nos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023, casa perfeitamente com a jovem Maria Paula Esper, de 15 anos, nascida em Salvador e conterrânea da principal expoente das águas abertas no Brasil.

Na maior competição do Brasil entre jovens de até 17 anos, a nadadora comemorou na última sexta-feira (15) a medalha de bronze na prova olímpica dos 5km, no Clube Magic Gardens. Logo após sair da água, precisava ligar para a mãe, Alessandra, para contar o feito antes de qualquer coisa. Neste sábado (16), ela encerrou a sua participação em 10º lugar no revezamento misto, ao lado de João Vitor de Jesus. 

"Minha mãe sempre me apoiou. Já pensei em parar de nadar e ela me convenceu, insistiu. Sem ela, eu não estaria mais nadando. Além de me levar para os treinos, ela começou a se interessar por natação e hoje lê tudo sobre o esporte, fisioterapia, posição de braço, tudo para me ajudar. Posso dizer que é uma grande gerente de carreira. Dedico a ela essa medalha", disse Maria Paula, que em sua cidade defende o Yacht Clube da Bahia, sob o comando do técnico Luiz Rogério Arapiraca, referência da modalidade na capital baiana.


Maria Paula Esper conquistou o bronze na prova dos 5km das águas abertas - Foto: Alexandre Loureiro/COB

Alessandra era agente de viagens e trabalhou durante 11 anos como vendedora em uma companhia aérea e se tornou gerente comercial. Hoje, ela aplica todo o conhecimento de logística de viagens e de gestão da carreira da filha. Em casa, se dedica à gastronomia. 

"Eu aprendi junto com ela o universo das competições. Há três anos, faço o que posso para garantir que ela se desenvolva na carreira, com valores bem fincados. Nutricionista, trajes, temos nossa listinha de prioridades e vamos sempre em busca de algo a mais. Estudo sobre equipamentos, controle emocional, ginecologia do esporte, nutrição e técnicas. Tento sempre despertar nela uma reflexão sobre algo a ser introduzido em sua carreira. O técnico é quem direciona, mas eu busco norteá-la sobre os caminhos", conta Alessandra.

A jovem, que gosta de História, Ciências Políticas e Relações Internacionais, já tem como próximas metas levar as lições dos Jogos da Juventude para a sequência do calendário, que inclui as etapas do Brasileiro de maratona aquática. No ano que vem, a meta é buscar a classificação para o Campeonato Sul-Americano de Desportos Aquáticos de sua categoria, que será realizado na Argentina. No longo prazo, quer servir de inspiração como Ana Marcela e dar sequência à tradição baiana na modalidade.

"O meu estado é forte na maratona aquática e fico muito orgulhosa de dar visibilidade ao Nordeste, que normalmente não está nos holofotes. A Ana Marcela, o Allan do Carmo e o meu treinador Luiz Rogério são exemplos", disse Maria Paula, que lembra uma cena inspiradora envolvendo a campeã olímpica.

"Eu assisti ao ouro dela em Tóquio com minha família e foi muito emocionante. Quando eu era mais nova, meu treinador me cobrava muito e eu lembro que, logo depois que Ana Marcela ganhou o ouro olímpico, o Fernando Possenti (treinador da atleta na época) falou: 'Ainda falta uma competição'. Minha mãe me mostrou isso e achei incrível. Isso me fez compreender o que é ser uma atleta".

Águas abertas nos Jogos da Juventude

Pela primeira vez no programa dos Jogos da Juventude, as águas abertas promoveram um show de grandes disputas no Clube Magic Garden, entre sexta-feira (15) e sábado (16). No primeiro dia, foram realizadas as provas masculina e feminina dos 5km. No segundo, as delegações voltaram à água para o revezamento misto. 

No último desafio, o Rio de Janeiro, com Nina Morenna e João Vitor Morais, garantiu o ouro. A prata ficou com São Paulo, que teve Matheus Siniscalchi e Yasmin Tomita. O bronze foi para o Rio Grande do Sul, com Matheus Babinski e Alessandra Haas.

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