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Jogos da Juventude

Goleiro do Tocantins sofre lesão, deixa quadra chorando e gera onda de solidariedade nos Jogos da Juventude

Rian Martins da Silva, de 17 anos, se emociona com a possibilidade de ficar um longo tempo fora das quadras e a dúvida em relação ao tratamento

Por Comitê Olímpico do Brasil

16 de set, 2023 às 09:55 | 6 min de leitura

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Assim como a vida, o esporte também tem alegrias e dissabores. Desde jovem, atletas acabam aprendendo que grandes decepções podem acontecer mesmo quando tudo parece perfeito. Foi o que viveu Rian Martins da Silva. O garoto de 17 anos, de Miracema (TO), chegou aos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023 como goleiro titular do time de handebol do Tocantins. Ele estava feliz por voltar à competição um ano após levar a medalha de prata e garantir acesso do seu estado à segunda divisão. 

Logo na estreia, diante do Espírito Santo, na última terça-feira (12), no Ginásio de Serrana, Rian sofreu uma lesão no joelho esquerdo. Ele foi prontamente atendido pela equipe médica dos Jogos, e, após avaliação no local, foi levado para um pronto-socorro para realização de uma radiografia. Em um primeiro momento, o diagnóstico é de lesão ligamentar, mas, ao voltar para Tocantins, o jovem fará outros exames complementares.

Para facilitar a locomoção, o adolescente passou a usar uma cadeira de rodas fornecida pela organização do evento em Ribeirão. Por onde passa, Rian gera uma onda de solidariedade, e competidores de todos os estados chegam até ele para desejar uma boa recuperação.

"Eu entrei em quadra feliz da vida, querendo levar uma medalha para o meu estado. Mas logo na quarta bola que defendi, senti uma dor enorme na região do joelho e chorei muito, de verdade. É uma tristeza de saber que ficarei sem jogar, que perdi a chance de fazer mais partidas aqui nos Jogos e que precisarei correr atrás de tratamento", comentou Rian.

De família humilde do bairro de Flamboyant, em Miracema, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes do Tocantins, Rian conta que o handebol foi transformador para sua trajetória.

"O handebol entrou na minha vida aos 9 anos e se tornou o meu maior sonho, a minha vida. No ano passado, recebi a convocação para participar dos Jogos da Juventude e foi o melhor momento que já tive. Era muita expectativa para a edição deste ano, aqui em Ribeirão Preto. Treinei muito e cheguei muito bem fisicamente e mentalmente. Mas aí veio essa lesão", disse ele.

Rian vê o esporte como um meio de transformar a realidade que o cerca. Para ele, a possibilidade de uma carreira esportiva seria a chance de ajudar a família a superar diversos problemas.

"Se eu não jogasse handebol, nem sei o que estaria fazendo porque venho de uma família muito carente, com muitos problemas. Algumas vezes, não pude viajar para campeonatos por causa da situação financeira. Eu queria conseguir viver do handebol para ajudar os meus pais a trabalharem menos, é pesado pra eles. Minha mãe é empregada doméstica e meu pai é jardineiro", contou Rian.



Rian e o treinador Pedro Goes posam no Centro de Convivência dos Jogos da Juventude - Foto: Beto Noval/COB

Técnico do goleiro desde pequeno, Pedro Goes fez questão de não largar a mão de Rian. Como o projeto social de handebol de Miracema não tem muita estrutura, ele assegurou que vai coordenar ações para custear o tratamento.

"O Rian é um atleta excepcional, um goleiro que, desde as categorias mais novas, começou a se destacar, já conseguia até jogar competições adultas. É muito guerreiro e vai dar a volta por cima. Espero que os empresários de Miracema e profissionais da área da saúde possam nos ajudar no tratamento dele. Vamos fazer varias ações para ajudar", falou o treinador.

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