Com apenas 14 anos, atleta do RJ domina provas de velocidade e é a campeã mais jovem do atletismo
Descoberta em projeto social de Macaé, medalhista de ouro nos Jogos da Juventude está apenas em sua quinta competição oficial
Por Comitê Olímpico do Brasil
4 de set, 2023 às 10:16 | 1 min de leitura
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Professores de Educação Física têm uma importância fundamental na descoberta de talentos em todo o Brasil. E os Jogos da Juventude Ribeirão 2023 reforçaram essa importância exemplificada em Hakelly de Souza, atleta do Rio de Janeiro, de apenas 14 anos. Ela faturou duas medalhas de ouro dos 100m e 200m feminino, sendo consagrada a campeã mais jovem do atletismo (completa 15 anos em 31 de outubro) e despontado como uma das promessas do atletismo brasileiro.
A jovem, natural de Macaé (RJ), se revelou um grande talento da velocidade, sendo 2023 o seu primeiro ano de treinos focados nas provas mais rápidas do atletismo. As provas da modalidade nos Jogos da Juventude, que são realizadas na Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP), representam apenas a quinta competição oficial na carreira de Hakelly.
A talentosa adolescente foi descoberta em 2022 na escola em que estuda, o CIEP 455 Maringá, pelo professor Hiller Franco Entringer, 48 anos, que inicialmente observou potencial na garota para o salto em altura.
“Na aula de educação física, sem muita técnica ainda, ela saltou 1,45m. Então, inicialmente, trabalhamos no salto em altura”, contou Hiller. “Aí neste ano, no período de base, quando o treinamento é generalizado, a gente percebeu que ela ganhava de todo mundo nas provas de velocidade”, completou o professor.
Em sua primeira competição oficial, em 2022, Hakelly disputou ainda no salto. Em 2023 migrou de vez para a velocidade e os Jogos da Juventude são sua quarta competição nas provas rápidas. E a jovem já ganhou destaque com marcas expressivas mesmo diante de adversárias até dois anos mais velhas.
Nos 100m, realizados no sábado (2), faturou o ouro com o tempo de 11s95. Já nesta segunda-feira (4), subiu no degrau mais alto do pódio dos 200m, com o tempo de 24s64, registrando a melhor marca do ano no país na categoria sub-18.
“Para mim é histórico. Eu fiz meu PB (Personal Best – melhor marca pessoal) nos 100m e nos 200m. Isso aqui é inesquecível, ganhar provas com meninas de 16, 17 anos, para mim é histórico”, empolgou-se Hakelly.
Apesar dos grandes resultados alcançados, a jovem velocista ainda não conta com uma estrutura 100% adequada para seus treinamentos. Ela é atendida pelo projeto da Associação Esportiva Cidadania e Dignidade (AECD), de Macaé (RJ), que promove a prática esportiva no contraturno escolar. O projeto não conta, entretanto, com uma pista e realiza as atividades em espaços improvisados. Para os tiros de 100m e 200m, o treinador utiliza o calçadão da praia local como sua “pista”.
Mas mesmo com todas as dificuldades, Hakelly segue firme nos treinamentos e, segundo seu treinador, é bastante dedicada e disciplinada nas atividades diárias. Convencer os pais e a família foi um outro desafio, mas que os bons resultados ajudaram a superar.
“Hoje minha mãe chora, meu pai chora... Meu pai se empolga. Ele pediu para um amigo dele e agora anunciam o tempo inteiro minhas competições lá na rádio de Macaé”, contou a adolescente.
A rápida ascensão no esporte já tornou Hakelly uma referência para amigos e colegas na cidade fluminense. Animados com o desempenho da amiga, outros alunos da escola e vizinhos do bairro Novo Horizonte, onde mora, também iniciaram no atletismo no projeto do professor Hiller.
“Tem várias meninas do meu bairro que vieram para o projeto por minha causa. Eu acho isso incrível e agradeço a todas elas. Tenho uma gratidão imensa. E na escola muitas crianças me veem correndo e querem estar ali comigo também”, explicou a jovem.
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