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Defendendo o jogo limpo: o risco que o doping oferece aos atletas

Artigo de Christian Trajano, gerente de Educação e Prevenção ao Doping

Por Comitê Olímpico do Brasil

9 de jul, 2019 às 08:00 | 4 min de leitura

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Há anos aprendemos que o equilíbrio global depende de três poderes: o econômico, facilmente compreendido; o ideológico, determinado pelo poder das ideias sobre as pessoas; e o poder político, exercido através de instrumentos com a capacidade de nos forçar a atender determinadas regras.

O mais fascinante de tudo isso é a capacidade que o Esporte teve, tem e terá de se desenvolver independentemente do poder dominante. A história nos mostrou esta qualidade em diversos momentos. Os atletas são o centro desta manifestação e, portanto, são os guardiões desse grande poder exercido pelo Esporte em nossa civilização. 

Porém, como qualquer poder, também enfrentamos ameaças, entre elas, a que maior risco traz aos valores que o Esporte dissemina é o doping. 

Muitos estudiosos relatam que o doping existe desde os tempos mais remotos e que os gregos antigos já utilizavam substâncias dopantes. A utilização de substâncias, proibidas ou não, para melhorar o desempenho é prática presente, hoje e ontem. Devemos entender o risco de associarmos a performance ao uso de substâncias, mesmo as permitidas. 

Mas afinal, se queremos assistir às conquistas, os recordes quebrados e o triunfo de nossos heróis Olímpicos, por que combater esta prática? 

Os argumentos para defendermos o jogo limpo são: o princípio da natureza humana, da justiça e da proteção à saúde; e o risco que o doping oferece aos demais atletas. 

O desempenho deve ser o resultado do treinamento e das qualidades físicas naturais do vencedor, sem o uso de substâncias ou métodos que melhorem sua performance. O respeito às regras garante um ambiente nivelado, onde todos são submetidos à mesma cobrança, e assim fazemos justiça. A proteção à saúde do atleta, evitando o uso de substâncias que possam causar danos imediatos ou futuros, é o terceiro argumento. Por fim, num cenário imaginário em que o doping fosse liberado, os atletas poderiam se sentir obrigados a utilizar substâncias dopantes para se igualarem aos demais, o que seria devastador, principalmente para as novas gerações. 

A reflexão é longa e é necessário entender as múltiplas variáveis que levam um atleta a utilizar o doping como recurso para atingir suas conquistas. Somente através de uma educação antidoping, destinada a todos os envolvidos com o desenvolvimento do atleta, poderemos criar um ambiente saudável para o desenvolvimento de nossos jovens competidores, e que dê segurança a nossos ídolos em seu caminho até o Olimpo. A proteção do atleta é o que move nosso trabalho. 

Christian Trajano
Gerente de Educação e Prevenção ao Doping

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