Bruno Costa dedica ouro nas duplas e partida perfeita em Assunção ao pai, ídolo do boliche brasileiro

Essa segunda-feira, 10 de outubro, foi realmente inesquecível para Bruno Costa. O atleta do boliche faturou o ouro nas duplas, ao lado de Marcelo Suartz, com uma vitória sobre a Colômbia de virada; fez uma partida “perfeita” nas eliminatórias e pode dedicar todas as conquistas ao pai, Walter Costa, ídolo da modalidade, que o incentivou a praticar o esporte desde pequeno e faleceu este ano. Filho de Walter e Jacque Costa, Bruno deve ser homenageado no Strike Bowling, palco da competição nos Jogos Sul-americanos, por ter sido o primeiro atleta a conseguir os 300 pontos, o máximo possível no boliche.

“No total, foram 14 strikes seguidos, mas doze na mesma partida, a primeira partida perfeita do local. É uma missão difícil de conseguir e, por isso, eles querem fazer uma homenagem, entregar uma foto ou uma lembrança, algo assim”, contou o brasileiro. 

A história da família Costa no boliche é extensa. Juntos, Walter e Jacque têm mais de 10 participações em Pan-americanos e o pai de Bruno foi o único brasileiro a representar o país nos Jogos Olímpicos Seul 1988 (em que o boliche foi esporte de exibição).

“Perdi meu pai esse ano. Ele é o maior ícone do esporte no Brasil. Ele e minha mãe são os únicos brasileiros do Hall da Fama. Enquanto as crianças ganhavam bola de futebol, eu ganhava bola de boliche. Nasci na pista, jogava o tempo inteiro”, disse.

Depois de liderar as eliminatórias, a dupla brasileira encarou o Panamá nas semifinais e passou por 1.344 a 1.190. Na decisão, contra a Colômbia a primeiro jogo foi de Jaime Gonzalez e Andres Gomez por 478 a 416. Mas Bruno e Marcelo não se abalaram e diminuíram a diferença para apenas 4 pontos depois do segundo jogo com um 455 a 397. E com um 504 a 447 na terceira partida, a

vitória foi confirmada. Total de 1.375 para o Brasil, contra 1.322 para a Colômbia. O diferencial para a vitória brasileira, na opinião de Bruno, é a conexão que existe entre ele e Marcelo Suartz.

“Sem sombra de dúvida, a nossa amizade foi nosso ponto forte. Conheço o Marcelo desde que nasci, nossas famílias se conhecem, crescemos juntos, somos muito amigos fora da pista. Jogamos muito vezes, juntos e contra. Quando jogamos contra, é sempre jogão. Quando jogamos junto, vamos para cima de todo mundo. E foi o que aconteceu hoje”, analisou Bruno.

Cada um disputa agora, a partir desta terça, 11, a competição individual. O objetivo é chegar aos Jogos Pan-americanos de Santiago 2023 e manter a modalidade no pódio, o que acontece desde a edição Rio 2007.

“Estamos seguindo à risca tudo que a gente tem que fazer em relação ao treinamento, aos torneios que temos que participar. A vaga ainda não está decidida, mas estamos focando no ouro. Seria a 5ª medalha pan-americana seguida do boliche, nas últimas três foi o Marcelo que conseguiu e no Rio 2007 também medalhamos. Vamos buscar o topo do pódio para o Brasil”, finalizou Bruno.

Dupla feminina conquista a prata

Além de Marcelo e Bruno, o Brasil também conquistou uma medalha com a dupla feminina, composta por Roberta Rodrigues e Stephanie Martins. Elas terminaram a eliminatória na quarta colocação, mas nas semifinais eliminaram a favorita Venezuela, líder da primeira fase. Na decisão, foram derrotadas por Aruba e ficaram com a medalha de prata.