De olho em Los Angeles 2028, atletas iniciam disputa do Brasileiro de Remo Costal, em Santa Catarina
Competição reúne 214 inscritos de 16 clubes do país na nova modalidade olímpica
Foto: Michelli Melo/CBR/@floripafoto
A praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina, é o palco da primeira edição do Campeonato Brasileiro de Remo Costal. São 214 atletas das categorias júnior, adultos e master inscritos nas provas, que serão disputadas até o domingo, dia 8, com transmissão ao vivo do Canal Olímpico do Brasil, a partir das 9hs. E não é só atrás das medalhas no torneio que os atletas irão atrás. A modalidade foi incluída no programa olímpico de Los Angeles 2028, portanto a corrida por vagas na maior competição esportiva do mundo promete ser acirrada durante todo ciclo.
Se o ano de 2024 está chagando ao fim, a caminhada rumo a Los Angeles 2028 está só começando. São três provas previstas no remo de praia nos próximos Jogos Olímpicos na categoria sprint, a prova de velocidade: individual masculino e feminino e a dupla mista. Será a primeira vez que o remo terá mulheres e homens competindo na mesma embarcação.
“O remo costal é um grande atrativo e tem tudo para virar um case de sucesso para o esporte brasileiro. Assim como foi, por exemplo, com o vôlei de praia. Temos um litoral grande e bonito. Todo esse movimento só vai acrescentar para o remo nacional”, avaliou o ex-remador com duas participações olímpicas, Marcelus Marceilli, atual coordenador-técnico do Grêmio Náutico União, e um dos mais vitoriosos atletas da modalidade no país. É dele o recorde de medalhas do Brasil no remo em Jogos Pan-americanos. “Já temos atletas se dedicando exclusivamente ao remo de praia. Todos são oriundos do remo tradicional, mas aqui temos a presença de ondas e ventos. Então, é importante se adaptar ao esporte e treinamento sério”, complementou.
A modalidade tem formato dinâmico e bastante atrativo para o público. A largada e a chegada são na areia. Os remadores saem de um ponto da praia e correm 50m em direção aos barcos que estão na beira d´água. No percurso de ida, as equipes remam em formato slalom, contornam uma boia a 250 metros da costa e voltam em linha reta. Na chegada, o remador sai do barco e corre para a linha de chegada à mesma distância da largada. O primeiro atleta a chegar vence a prova. Uma das principais diferenças do remo costal para o remo clássico são os barcos. Menores e mais robustos, com um sistema para escoamento da água.
A Federação Internacional de Remo ainda não oficializou como será o sistema de classificação para os Jogos Olímpicos. Porém, os atletas brasileiros já iniciaram suas preparações e se planejam para o ciclo olímpico. Um marco importante para dar mais visibilidade e desenvolver a modalidade no país será o Campeonato Mundial, a ser realizado no Rio de Janeiro, em 2025.
O Campeonato Brasileiro de Remo Costal conta com grandes destaques da modalidade como Vangelys Reinke e Barbara Ferreira, medalhistas nos Jogos Sul-americanos de Praia Santa Marta 2023. David Farias de Souza, Pedro Henrique, Thalita Rosa, Renato e Kissya Cataldo, atleta que esteve em Londres 2012, também compõe o time de remadores com pódios internacionais na modalidade e que já representaram a seleção brasileira.
Piedro Xavier Tuchtenhagen, outro remador com experiência internacional, e que abriu mão de participar da última seletiva olímpica para ajudar os desabrigados das enchentes em Porto Alegre, em maio de 2024, também está em Jurerê para participar da competição. Ele disse que continuará priorizando o remo tradicional, mas também tentará a vaga olímpica no costal.
“É uma modalidade bem dinâmica que está surgindo agora. É uma oportunidade bem interessante, pois aqui no Brasil é um país com uma costa enorme e com imenso potencial de desenvolvimento. É radical, bem diferente do que estamos acostumados. Está sendo uma experiência muito legal desfrutar dessa desse ambiente. Vou continuar focando no remo tradicional, mas se aparecer uma oportunidade na praia estamos aí. Temos bons atletas se destacando na praia, então independentemente de quem se classificar estaremos bem representados”, destacou Piedro.
A fase de eliminatórias foi realizada na quinta-feira, dia 6, no formato de Time Trials, em que cada atleta competia individualmente para tomada de tempo e ranqueamento. Nesta sexta pela manhã, foram disputadas as repescagens e na parte da parte as quartas de final, em disputas no formato de mata-mata, quando dois barcos duelam um contra o outro. O Canal Olímpico do Brasil transmitirá as semifinais e as finais no sábado e no domingo, a partir das 9hs.