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Ginasta que saiu de Belém para Porto Alegre atrás do sonho esportivo é bicampeã nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025

Paraense radicada no Rio Grande do Sul, Francine Oliveira também foi tricampeã por equipes pelo estado gaúcho

Por Comitê Olímpico do Brasil

13 de set, 2025 às 19:04 | 2 minutos de leitura

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Wagner Araújo / COB

Até onde um sonho pode levar alguém? O da Francine Oliveira começou a levando da piscina onde fazia natação para a ginástica artística, ainda aos 3 anos. Depois, aos 9, a carregou de Belém do Pará para Porto Alegre, trazendo junto a mãe e o irmão. Neste ano, alçou voos maiores: a conduziu à Gymnasiade (mundial escolar sub-15) na Sérvia; aos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção; ao Campeonato Brasileiro de Ginástica Adulto em Recife e, agora, ao topo do pódio nos Jogos da Juventude CAIXA Brasília 2025, em que foi bicampeã do individual geral e tricampeã por equipes com o Rio Grande do Sul na ginástica artística feminina.

Paraense radicada no Rio Grande do Sul, Francine Oliveira, de 14 anos, ganhou o ouro no individual geral, após somar 60.933 pontos em todos os aparelhos em que se apresentou, nesta sexta-feira (12/09), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. “Estou muito feliz, muito feliz mesmo, porque este é o meu último ano nos Jogos da Juventude e eu estava nervosa, então foi especial”, comemorou Francine.

Brenda Faria, de São Paulo, conquistou a prata, com 60.299 pontos; e Sophia Cruz, do Rio de Janeiro, o bronze, com 60.049. Na disputa por equipes, Francine voltou ao topo do pódio ao lado de Isadora Marques, representando o estado gaúcho (119.266 pontos). O segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, defendido por Sophia Cruz e Ana Paula Delgado (118.532); e o terceiro com São Paulo, de Brenda Faria e Izabella Machado (116.832).

O primeiro despertar de Francine pela ginástica aconteceu quando ela tinha apenas 3 anos. Em uma aula de natação, ela viu uma menina fazendo estrelinha à beira da piscina e, rapidamente, pediu para a mãe perguntar onde a criança havia aprendido aqueles movimentos. A resposta foi tão simples quanto decisiva: na ginástica artística. Os primeiros aprendizados na modalidade foram adquiridos no clube Centro Norte. Dois anos depois, Fran mudou para o PGA, clube que estava defendendo no Campeonato brasileiro de 2018 quando despertou a atenção de vários treinadores de outros estados.

A decisão de mudar de cidade aos 9 anos para integrar o clube Grêmio Náutico União não foi fácil. O apoio incondicional da família fez a diferença. A saudade do tacacá e do açaí não venceu o impulso de seguir evoluindo na modalidade. Francine deixou Belém acompanhada da mãe e do irmão; o pai e o outro irmão ficaram, unindo-se à família apenas no ano passado.

O sonho de se tornar uma ginasta de alto rendimento começava a ganhar contornos de realidade. Aos 14 anos, Francine já integrava a categoria de base da seleção brasileira de ginástica artística e passava a encontrar com ídolos da ginástica em camps de treinamento promovidos pela confederação, como Rebeca Andrade, Lorrane Oliveira e Júlia Soares, todas medalhistas olímpicas nos Jogos de Paris-2024. “Elas são muito simpáticas e agem normalmente. Deram ‘oi’ quando chegaram e ficaram ali do meu lado. Eu só pensava: ‘Meu Deus, elas são medalhistas olímpicas!’”, compartilhou Francine.

Foram muitas mudanças para seguir o sonho da ginástica. Fran conta que o mais sente falta de Belém é o tacacá, que comia quase todo fim de semana, e o açaí, que no Pará se come salgado, acompanhado de peixe, carne e outras comidas do tipo. “Em Porto Alegre, as pessoas comem açaí doce”, ressalta, com estranhamento. Fran não volta a Belém há cinco anos. Pelo menos, ela matou duas saudades de uma vez só no ano passado. O pai e o outro irmão se juntaram ao restante da família em Porto Alegre. Na mala da mudança, ele levou todas as gostosuras paraenses que couberam. “Meu pai levou açaí, tucupi, tacacá,  bombom de cupuaçu. Foi uma felicidade só”, conta Francine.

“Fran é uma menina muito talentosa, com muita explosão e potência. O que ainda estamos trabalhando com ela é o psicológico, mas ela tem uma condição física, força e técnica muito boas. Apostamos muito nela. É um processo e ela está no caminho certo”, observa Kiko Burtet, treinador dela no Grêmio Náutico União e responsável pela equipe de ginástica artística feminina do Rio Grande do Sul na maior competição multiesportiva do país voltada a atletas de até 17 anos.

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