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Assunção 2022

Medalhista olímpico da vela, Bruno Prada é técnico da filha Giovanna Prada e projeta vaga olímpica em Paris 2024

Atual número 1 no ranking brasileiro da classe IQFoil, atleta compete nos Jogos Sul-americanos Assunção 2022

Por Comitê Olímpico do Brasil

5 de out, 2022 às 11:42 | 3 min de leitura

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O esporte está no DNA da família Prada e velejar é uma paixão em comum entre pai e filha. Medalhista de prata em Pequim 2008, bronze em Londres 2012 e dono de cinco títulos mundiais, Bruno Prada também assumiu uma outra função: a de treinador da caçula Giovanna Prada, de 21 anos.

A parceria que começou em 2020, está presente também nos Jogos Sul-americanos Assunção 2022. Considerada um dos novos talentos da vela, Giovanna compete na IQFoil, classe estreante no programa olímpico de Paris 2024, e recebe orientações do pai.  

“É bem legal tê-lo como técnico e passar esse tempo todo juntos. Ficamos o dia inteiro colados. A gente fala a mesma língua e a minha mãe sempre diz que temos os mesmos gostos. Ele traz muita informação, tem um olho muito bom e consegue analisar bem e com rapidez uma situação. E essa experiência toda que ele tem é compartilhada nos nossos treinos. Sou muito orgulhosa dele como pai e treinador e ele representa muito para mim”, disse Giovanna. 

“Existe o pai técnico e ele sofre muito. Eu também treino o Mateus Isaac, mas é diferente quando treinamos um filho, porque há uma carga emocional maior. Sofremos mais quando não vai bem, ficamos mais preocupados. Também tem a cobrança natural de pai e filho, mas a Giovanna é muito determinada. Ela ainda tem uma caminhada pela frente, mas sempre digo que a Gi tem uma estrela própria”, contou Bruno.

Atual número 1 no ranking brasileiro da classe IQFoil, Giovanna tem no currículo uma participação em Jogos Olímpicos da Juventude e Mundiais da Juventude. O Sul-americano de Assunção é a primeira competição adulta em que ela representa o país. 

Para chegar até aqui o caminho na vela começou aos oito anos de idade, mas só se encontrou na atual categoria com 18 anos. Pouco antes disso, em 2018, Giovanna decidiu mudar de cidade para treinar em Ilhabela. A partir daí, ela colocou como meta o alto rendimento e o foco em uma vaga olímpica. Com o apoio e incentivo total da família, pai, mãe e irmão também trocaram a capital paulista pelo litoral norte de São Paulo.

“Ela tomou a decisão de mudar para Ilhabela, porque se realmente queria fazer esse projeto olímpico tinha que ser em um lugar onde tivessem condições de treinar e se dedicar. No primeiro momento ela foi sozinha e depois a família inteira acompanhou. Eu nunca obriguei meus filhos a velejar, mas sempre incentivei a fazer algum esporte e, no início, ela praticava natação e vôlei. Essa vontade de ser uma atleta olímpica começou por conta dela mesma. Influência zero minha. Quando ela se descobriu e falou comigo sobre a decisão, aluguei o equipamento por seis meses, porque achei que fosse uma empolgação passageira, mas depois ela resolveu mesmo competir no alto rendimento e segue nesse objetivo”, afirmou o medalhista olímpico. 


Giovanna Prada durante os Jogos Sul-americanos Assunção 2022. Foto: Camila Dantas / COB

Com jeito tímido e olhar sempre atento às orientações do pai-treinador, quando cai na água Giovanna veleja com muita garra, segundo Bruno. A determinação da atleta aponta para um caminho muito desejado por quem encara o alto rendimento e o objetivo mais próximo dela é conquistar uma vaga já nos Jogos Olímpicos Paris 2024.

“Eu demorei 27 anos desde a minha primeira regata até a primeira Olimpíada, mas a Giovanna pode fazer isso com oito anos de carreira. Claro que ela tem que passar por uma série de eliminatórias e ainda precisa evoluir bastante, mas tem uma chance enorme de ir. Não é que ela está consolidada, mas hoje, tecnicamente, está super bem, porque tem uma dedicação na água muito grande. Para Paris, a Gi ainda não vai estar madura, mas se conseguir a vaga, vai ganhar muita experiência e aprender com os erros. A minha caminhada foi muito mais dura e muito mais demorada até participar dos Jogos Olímpicos”, lembrou Bruno. 

“Espero com o esporte ganhar muita experiência de vida. Vejo que meus amigos do ensino médio estão em faculdades, trabalhos, e eu tenho uma rotina diferente da maioria. Quero continuar treinando, porque meu objetivo é a vaga em Paris 2024 e, quem sabe, brigar por medalha talvez em Los Angeles 2028”, finalizou Giovanna.

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