Fã de Fabíola Molina, aversão ao nado costas e 6 ouros nos Jogos da Juventude: conheça Larissa Borba, nova promessa da natação
Nadadora corintiana, como torcedora e atleta, venceu todas as provas que disputou em Ribeirão Preto e agora foca no Sul-americano Juvenil

Apenas 17 anos, muita simpatia e uma grande coleção de medalhas. A nadadora Larissa Borba conquistou seis ouros nos Jogos da Juventude e se colocou como um dos destaques da competição, realizada em Ribeirão Preto. A jovem corintiana, tanto como torcedora, quanto como atleta, tem uma questão curiosa: não gosta de nadar costas, estilo em que está virando especialista. Só nesta edição dos Jogos da Juventude, ela foi campeã nos 50m e 100m costas.
“Dedico essas medalhas para os meus pais e meus amigos. Como não gosto de nadar
costas, a hora das competições afeta meu psicológico. Meus amigos estão sempre
me animando, me ajudando, meus pais falam que eu tenho que acreditar porque é
isso que está me dando destaque. Então, espero que os resultados me ajudem a
mudar de opinião quanto ao costas”, contou Larissa, que tem Fabíola Molina,
prata no Pan Rio 2007 e bronze no de Mar del Plata 1995 nos 100m costas, como inspiração.
“Minha maior inspiração é a Fabíola Molina. Ela também é de São José, tem uma
loja e mexe muito com meu coração porque tem uma história parecida com a minha.
Eu sempre falo que não gosto de nadar costas, que eu queria ser nadadora de
borboleta. E ela também falou isso numa entrevista. Eu a conheci pessoalmente,
tirei foto com ela e já falei pra ela que eu prefiro nadar borbo e não costas.
É uma inspiração de vida”, contou a atleta, que é filha de cariocas, mas nascida
em São José dos Campos, cidade do interior de São Paulo. Larissa começou a praticar
a modalidade com 1 ano e 8 meses porque a mãe não sabe nadar e tinha medo dela,
que sempre adorou as piscinas, se afogar.
Mas antes de chegar a bons resultados na água, a menina se dividiu com o judô. “Por
um tempo eu fiz judô, balé e toquei flauta. Minha vida era uma loucura. Mas aí
foi afunilando, até que ficaram só o judô e a natação. Minha mãe mandou eu
escolher uma delas para me dedicar, todo mundo falava que eu tinha jeito de
nadadora e eu resolvi seguir. O judô perdeu uma atleta”, analisou entre
gargalhadas a jovem.
A natação nos Jogos da Juventude teve as últimas provas disputadas nesta
quinta-feira (14), mas Larissa foi embora da cidade logo após ganhar a sua
sexta medalha de ouro e a sexta Bamba, mascote dos Jogos que é destinada aos
campeões. Ela irá defender o Brasil no Campeonato Sul-americano Juvenil, que será
realizado de 16 a 20 de setembro em Buenos Aires.
“Estou com o terceiro tempo de 100 costas. Se eu ficar em terceiro no Sula, vou
subir no pódio pulando. É prova que eu estou colocando o foco por ser uma
distância olímpica”, contou Larissa, que vai nadar as provas de 50m e 100m, não
sem antes lamentar ter que se despedir dos Jogos da Juventude.
“Não quero me despedir dessa competição porque foi muito legal, não imaginava
que eu ia ganhar todas as provas que eu nadasse. Foram seis ouros e seis
Bambas. Uma vai para minha amiga, outra para minha mãe, outra para o meu
técnico e uma vai ficar pra mim. Ainda tenho que pensar quem vai ganhar as
outras”, contou, rindo, Larissa. Além das provas de costas, ela foi campeã no 50m borboleta e nos revezamentos 4x50m livre, 4x100m medley misto e 4x100m livre misto.
Larissa prefere não colocar metas muito grandes, prefere deixar as coisas aconteceram,
enquanto não aprende a amar o estilo em que vem conseguindo os melhores
resultados. “Eu vou caminhando devagarinho e vejo onde eu chego. Se eu criar
muita expectativa e não conseguir, tenho medo de me frustrar. Então, vou
continuar trabalhando e o que vier, eu vou comemorar”, encerrou a sorridente
Larissa.