Novas metas e olho em Los Angeles 2028: Renan Gallina inicia novo ciclo em camping multidisciplinar no COB

Se existe um rapaz motivado e disposto a virar a página neste novo ciclo olímpico, esse é o velocista Renan Gallina. Jovem realidade do atletismo brasileiro, sobretudo nos 200m rasos, o paranaense de 20 anos iniciou a temporada 2025 de uma forma diferente do ano anterior, quando conviveu com lesões que atrapalharam seu desempenho nas pistas. Gallina deu o “start” oficial para o ciclo Los Angeles 2028 com uma bateria de treinos, testes e avaliações no Centro de Treinamento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro, com a equipe do Laboratório Olímpico, e já avisou: está saudável, focado e com metas muito bem definidas para a nova fase. 

“Foram vários altos e baixos, mas agora estou me sentindo confiante e bem. O apoio tem sido incondicional para este momento. Estou com a cabeça focada em grandes competições e resultados, ir além. O maior foco da temporada é conseguir fazer um ano bom e prevenindo lesões. Quero competir bem, sobretudo lá fora, pois a maior meta deste ano é o Mundial” ressaltou Gallina, referindo-se ao Mundial de Atletismo, em setembro, em Tóquio, no Japão. 

Até lá, o jovem atleta tem uma estrada de treinos e competições a percorrer para conquistar o índice. Neste momento, Renan está em um período de duas semanas no Rio para avaliações integradas do Laboratório Olímpico com treinamento de campo. Esse “camping”, inclusive, é uma estratégia adotada pelo COB para promover maior interdisciplinaridade entre as áreas envolvidas na fase de treinamento de base dos atletas, em que se estabelecem as premissas e parâmetros para a temporada. No caso de Gallina, o foco é prevenção de lesões e lapidação do potencial dele, que já atua no alto rendimento, mas é um atleta jovem, em desenvolvimento. 

“Renan está focado nas principais competições deste ano. Visamos algumas metas de melhoras nos tempos dele nos 200m e nos 100m. Temos uma equipe maravilhosa aqui no COB e é importante estarmos aqui sendo acompanhados nessas avaliações para que possamos ter métricas do trabalho que vem sendo feito. Como ele está na transição do desenvolvimento para o alto nível, nós temos que ter um olhar diferenciado”, explicou a treinadora de Gallina, Sandra Regina Crul. 

“Existe uma interdisciplinaridade entre os treinadores dos atletas e a equipe do COB. Estamos promovendo essa junção do treinamento com as avaliações, envolvendo preparação física, bioquímica, biomecânica. Isso é importante, porque todas as dúvidas que o treinador tem ele pode checar com a equipe na hora para fazer as modificações que sejam necessárias”, completou Carlos Alberto Cavalheiro, analista de desempenho do COB. 

No ano passado, o jovem conviveu com lesões na coxa, sobretudo no músculo posterior do lado direito. Mesmo com o incômodo, Gallina conseguiu disputar os Jogos Olímpicos Paris 2024 e ter um bom desempenho na sua estreia olímpica: alcançou as semifinais dos 200m rasos. Agora, a virada de chave é para o ciclo Los Angeles 2028 e, para isso, ele segue na sua cidade natal, Maringá (PR), com todo o apoio multidisciplinar do COB. 

“Esse apoio do COB tem sido muito importante para o meu desenvolvimento. São muitas pessoas envolvidas, em várias áreas, para ajustar o que for necessário e me fazer crescer. Então é fazer valer a pena esse apoio. Quero melhorar resultados visando chegar na final do Mundial. Quem sabe conquistar uma medalha. Existe uma chance, então vamos para cima”, enfatizou Gallina, reforçando o grande sonho da sua carreira. 

“Meu projeto é conquistar uma vaga nas Olimpíadas e tentar performar ainda melhor que na anterior, que já foi um resultado muito bom e importante para mim. Fiz aquela famosa quebra de gelo. Agora é ir em busca de uma vaga na final olímpica, essa é a meta. E a medalha é consequência”, finalizou.