Você tem um minuto para ouvir a palavra de Mythis? Carioca fatura duas medalhas no wrestling e dá lições positivas
Um dos principais nomes da modalidade nos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023, atleta da comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, é exemplo de foco e gratidão
O vocábulo grego Mythós, que deu origem à palavra mito em português, tinha um grande número de significados em sua origem, todos passando por uma ideia central: discurso, mensagem, assunto, lenda, relato imaginário. Com uma pequena licença ortográfica, Mythis Richard está escrevendo sua própria história no wrestling, seja no estilo livre ou no greco-romano, através de um relato de força e superação. É bom você tirar um minuto para ouvir a palavra de Mythis, vencedor de duas medalhas nos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023, um ouro e uma prata.
“Outras crianças querem aproveitar, ir para festas, mas eu quero me dedicar ao
esporte. Primeiro tem que ter responsabilidade para conseguir alguma coisa no
futuro e, aí sim, aproveitar com tudo estabilizado na vida. O esporte para mim
é um estilo de vida que seria muito difícil largar. Ajudou em tantas coisas
que eu nem sei dizer”, ensinou o jovem de 16 anos, cria do Jacarezinho, comunidade do Rio de Janeiro, e que começou
a praticar esportes no projeto Geração UPP (Unidade de Polícia Pacificadora),
que recruta jovens em comunidades cariocas.
Mythis faz parte da seleção brasileira sub-17. Em 2023, faturou a medalha de ouro na luta greco-romana, sua especialidade, e uma de prata no sábado (03) no
estilo livre nos Jogos da Juventude, ambas na categoria até 80kg. Ano passado, na primeira edição de Jogos da Juventude que
disputou, já havia conquistado um bronze em Aracaju. Mas o começo desse conto
foi há pouco mais de dois anos.
“Comecei os esportes no jiu-jitsu, e ainda pratico, com os senseis Marcelo
Teixeira e Rafael Cardoso. Eles sabiam do meu potencial e pediram para que eu
me integrasse a um esporte olímpico para poder ganhar uma bolsa. Então, me
deixaram com o professor Cássio, que veio do Rio para Ribeirão Preto só para poder
torcer para mim. É um professor muito bom, gentil e paciente. Comecei no wrestling
com 14 anos mais ou menos, fui progredindo e gostando mais do esporte. Fui
competindo a sério, com todos meus professores me incentivando, minha família
também e estou trilhando esse caminho”, contou o lutador, que conquistou o
bronze no Pan-americano sub-15 de wrestling e também pratica judô.
Uma outra lição que o menino, com nome de mito, pode dar é a gratidão: nunca
esquecer de quem o ajudou, quem esteve do lado dele nos momentos mais
necessários. “Eu dedico a minha medalha para minha mãe Celma, meu pai Marcelino, meu avô
Genário, minha família e a todos os professores que me incentivaram e me ajudaram
a chegar até aqui”, completou.