Logo
Homeganeado
Rogério Sampaio Cardoso

Rogério Sampaio Cardoso

modalidade

Judô

data e local de nascimento

12/09/1967

Santos

BIOGRAFIA

Ele enfrentou uma briga contra os desmandos e o autoritarismo dos dirigentes da sua modalidade; teve que superar a falta de estrutura de treinamentos, as dificuldades financeiras, um drama na família e a incredulidade da imprensa e dos adversários antes de entrar no tatame do Palau Blaugrana em 1º de agosto de 1992. Uma vez em ação, deixou tudo patra trás, venceu as cinco lutas e se tornou campeão olímpico da categoria meio-leve (-65kg) do judô nos Jogos Olímpicos em Barcelona. 

Com 20 anos de prática no esporte e infindáveis horas extras de treinos, Rogério Sampaio chegou à Espanha como um ilustre desconhecido. Mas ele acreditava no seu próprio potencial e isso foi o suficiente para subir ao degrau mais alto do pódio e trazer para o Brasil a segunda medalha de ouro olímpica consecutiva da modalidade.  

“Os adversários não me conheciam porque eu estava há dois anos e meio sem participar de competições internacionais. A imprensa nunca me procurava para nada, era muito difícil eu dar uma entrevista, era uma outra época. No dia da competição, eu falava assim: ‘Meu Deus, eu faço esse negócio há 20 anos, eu tenho que conseguir dar o meu máximo, tenho que colocar o meu máximo para fora. Será que vai ter alguém melhor do que eu? Não sei, mas tenho que dar o meu máximo’”, lembra Rogério Sampaio. 

Judô em família 

Caçula de uma família de três filhos, Rogério tinha quatro anos e meio quando o pediatra aconselhou seus pais, a dona de casa Neusa Sampaio Cardoso e o comerciante Sidney Cardoso, a inscrever o menino agitado nas aulas de judô. “Eu acho que a minha mãe não me aguentava em casa. O médico indicou que eu fizesse judô, porque era uma modalidade que me daria disciplina e, como todo esporte, eu poderia gastar aquela energia excessiva”, conta.  

Dona Neusa não demorou a inscrever os dois meninos, Ricardo, o mais velho, e Rogério, na academia do sensei Paulo Duarte, em Santos. “O Rogério logo desistiu. Voltou e, depois de seis meses, quis sair de novo. Ficou fora um tempo e quando voltou, ficou até se aposentar. Ele nunca quis fazer nenhum outro esporte”, detalha a mãe do campeão. 

Minha mãe sempre foi muito disciplinadora, quando eu pedi para parar, ela me alertou que não iria me deixar voltar. Eu insisti e parei. Fiquei nove meses afastado, mas continuava indo à academia com ela para acompanhar o meu irmão. Eu via meus amigos brincando lá e quis voltar, mas a minha mãe não deixou. Demorou um tempo até eu conseguir convencê-la a voltar. Ela falou: ‘Se você voltar, não vou deixar mais você sair’. Aí voltei. Depois de um tempo, eu quis parar de novo e ela não deixou mais, então continuei”, revela Rogério, destacando que o professor Paulo Duarte era muito rígido, mas que as aulas de judô aconteciam num clima de muita diversão.  



No pódio na primeira competição 

Sampaio começou a competir aos seis anos e meio e a primeira medalha veio logo na estreia. “Fiquei com a medalha de bronze. Detalhe: só tinham três competidores na minha categoria, fui o último colocado”, diverte-se.  

Rogério e Ricardo, o irmão quatro anos mais velho, sempre tiveram muito apoio dos pais, mas sem cobranças. “Minha mãe nunca me cobrou resultado. Ela cobrava assiduidade, não podia faltar aos treinos, eu tinha que me esforçar para atender a todas as orientações do professor, respeitar os meus amigos e me esforçar ao máximo para aprender os movimentos”, compartilha.  

Iniciativa própria para ir além 

Entre os 13 e os 14 anos, o futuro campeão olímpico passou a treinar judô todos os dias. Duas vezes por semana, ele se dedicava à parte física, que consistia em fazer musculação na academia. “Eu tinha muita dificuldade, não conseguia fazer, me sentia muito fraquinho”, confessa. 

Rogério conta que alguns companheiros de treino já tinham bons resultados em competições como os Campeonatos Paulista e Brasileiro. Como almejava os mesmos resultados, decidiu pôr em prática uma nova estratégia. “Eu questionava por queos meus amigos conseguiam resultados e eu não, se a gente fazia a mesma coisa, o mesmo treino”, divide. “Cheguei à conclusão de que, se eu não conseguia resultados, tinha que treinar mais do que eles. Comecei a treinar mais, a fazer algumas coisas por conta própria, como subir o morro correndo, fazer os meus exercícios em casa, essas coisas. E comecei a evoluir”.  

Aos 15 anos, o judoca santista começou a se destacar. Conquistou a medalha de prata na sua estreia no Campeonato Paulista, uma das competições mais fortes do país. Em 1983, sagrou-se campeão paulista e campeão brasileiro. A partir daí, começou a figurar entre os principais atletas do Estado e do Brasil.  

Referências 

Até 1984, o a única medalha olímpica conquistada pelo judô do Brasil era a de Chiaki Ishii, japonês naturalizado brasileiro, bronze em Munique 1972. “Os ídolos que a gente tinha naquela época eram o Walter Carmona, bronze no Mundial Paris 1979, e o Chiaki Ishii. Posteriormente, eu conheci o Aurélio, que começou a se destacar em 1983."" 

“Era difícil”, desabafa Rogério. “A gente achava que ser medalhista olímpico era uma coisa impossível. Campeão olímpico, então, nem pensar. O Brasil foi ter um campeão olímpico de judô em 1988, quando eu já tinha 20 para 21 anos. Imagina você ter que se desenvolver na sua carreira sem ter referências como acontece com a geração atual? Ser medalhista olímpico no Brasil hoje é muito importante e continua sendo muito difícil, mas você tem um grande número de pessoas que conseguiram, você já se desenvolve na modalidade entendendo que esse sonho é possível, é viável, depende de dedicação”, avalia.  

Sonho possível 

As transmissões ao vivo dos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984 pela televisão marcaram a memória e o coração do futuro campeão. “Eu me lembro nitidamente do Ricardo Prado, como um dos grandes ícones do esporte brasileiro quando conquistou a medalha de prata nos 400m medley, na natação”.  

O ouro de Joaquim Cruz, nos 800 metros rasos, no atletismo, também foi inesquecível para ele. “Lembro muito bem da prova e depois da comemoração dele, dando a volta olímpica na pista com a bandeira do Brasil na mão. São ídolos fora da minha modalidade que me inspiraram”, conclui. 

 “Eu tenho um tremendo respeito pelo Rogério Sampaio. Para mim, ele e mais outros dois no Brasil são atletas olímpicos 24 horas, sete dias por semana. São atletas que após terem chegado ao nível mais alto, continuaram sendo inspiração dentro e fora das arenas em termos de comportamento e de responsabilidade. Não adianta você ganhar uma medalha e não servir de inspiração para os jovens, e o Rogério tem feito isso na liderança do COB, como diretor. Ele nunca esqueceu da responsabilidade olímpica que ele tem por ele estar à frente, trabalhando e ajudando outros atletas a começarem e conquistarem, a chegarem ao nível mais alto olímpico”, declara Joaquim Cruz.  

Naqueles Jogos, o judoca Douglas Vieira conquistou a medalha de prata e  Walter Carmona e Luiz Onmura ficaram com o bronze. As três medalhas deram início à tradição vencedora do judô brasileiro, que se manteve presente no pódio olímpico em todas as edições dos Jogos desde então.  



Primeira medalha internacional 

Em 1985, Rogério garantiu vaga para representar o Brasil no Campeonato Pan-americano júnior, na Cidade do México, e foi campeão logo na sua primeira competição internacional. Paulo Wanderley, que se tornaria presidente do Comitê Olímpico do Brasil, e Geraldo Bernardes eram os técnicos da equipe.  

No ano seguinte, com apenas 18 anos, Sampaio disputou o Campeonato Mundial júnior e ficou com a quinta colocação. “Eu ia disputar medalha, mas perdi na semifinal para um francês chamado Bruno Carabetta, que, dois anos depois, foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Seul 1988. Fizemos uma luta duríssima até o fim. Naquela época, a gente ia para o Mundial júnior sem ter uma experiência no circuito internacional na Europa ou no Japão, não tínhamos informação nenhuma, era uma desigualdade em relação aos nossos adversários. Eu fui conquistando as coisas aos poucos com dedicação e muita superação. Era na vontade, na raça, na garra”, constata.      

Em 1987, ele conquistou o título do Pan-americano júnior novamente. 

Disputa caseira 

Em sua primeira participação no Circuito Europeu, em 1988, já na cateoriga adulto, Rogério começou a chamar a atenção pelo seu talento. “Em cinco competições, eu disputei medalha em quatro e subi ao pódio em duas”, contabiliza. 

 Apesar da boa atuação, ele não foi o escolhido para defender o Brasil na categoria meio-leve nos Jogos Olímpicos 1988. A vaga ficou com seu irmão, Ricardo Sampaio. “Naquela Olimpíada, ele era superior a mim do ponto de vista técnico e físico. Por conta da idade, ele também era superior do ponto de vista emocional, para suportar a pressão. Era o momento dele. Eu acho que, naquele período, meu irmão e eu éramos os dois mais fortes do país no meio-leve”, afirma. 

Os irmãos Rogério e Ricardo eram fisicamente muito parecidos, tanto que os dois chegaram a ser confundidos durante as disputas do Circuito Europeu, em 1989. Os dois treinavam juntos, faziam as mesmas refeições, tinham o mesmo técnico, mas estilos diferentes. “Ambos eram muito técnicos e gostavam muito de treinar. Com biótipos diferentes, o Ricardo era mediolíneo, e o Rogério era mais alto, longilíneo. Os dois possuíam golpes diferentes: Rogério, o-soto-gari e Ricardo, seoi-nage”, descreve o sensei Paulo Duarte, técnico dos irmãos desde o seu início no judô. 

“Geralmente, os alunos de um bom professor têm o mesmo estilo de luta, fazem o mesmo golpe. O professor Paulo Duarte tinha uma característica totalmente diferente. Se você pegar os principais atletas dele, cada um tinha um estilo de luta, cada um tinha uma maneira de lutar, cada um fazia uma técnica diferente”, destaca Rogério.  

“Eu tinha algumas características muito parecidas com as do meu irmão, a postura, aquele modo de lutar mais ereto, uma boa movimentação. Do ponto de vista de estilo de luta, eu tinha um estilo talvez mais agressivo, eu sempre tive um estilo de tomar a iniciativa, de pressionar o adversário. Ele fazia uma luta mais fluida, mais natural. Ele não tinha tanto essa coisa de pressionar o adversário, mas ele era muito técnico, isso é inegável”, completa Rogério, enfatizando que, entre eles, nunca houve ‘luta de compadres”, os dois partiam para cima quando lutavam um contra o outro. 

Um amigo campeão olímpico 

Desde 1984, os irmãos Sampaio costumavam viajar para treinar em São Paulo de sexta a domingo primeiro no Centro Olímpico, sob a orientação de Chiaki Ishii, depois na Federação Paulista de Judô.  

“A gente não faltava, a gente era ‘caxias’ de treino. Para ir e voltar , eram 200 quilômetros para fazer um treino. Chegamos a fazer isso sexta, sábado e domingo. Três vezes num mesmo final de semana por muitos finais de semana. A gente treinava muito forte, em Santos, com o Paulo Duarte, de segunda a sexta ou de segunda a quinta e, no final de semana, ia para São Paulo, na maioria das vezes, de ônibus”, recorda Rogério. Foi nesses treinos que os irmãos se tornaram amigos de Aurélio Miguel.  

A conquista da primeira medalha de ouro do judô brasileiro por Miguel, em Seul 1988, fez com que Sampaio acreditasse que também poderia chegar lá. 

“O Aurélio sempre foi um líder. A liderança dele começava dentro do tatame: ele era o primeiro a chegar, era o que mais se dedicava nos treinos. Quando acabava o treino, todo mundo saia morto, cansado, querendo tomar um banho. A gente se trocava e quando olhava para o dojô, estava lá o Aurélio ainda finalizando alguns exercícios. Quando você tem um companheiro de treino que é líder, que é campeão olímpico e que ainda assim faz mais do que todo mundo, você começa a conhecer qual é o caminho para chegar à mesma conquista”, pontua. 

Sem competir por uma boa causa 

Em outubro de 1989, a equipe que iria disputar o Campeonato Mundial, em Belgrado, na Iugoslávia, decidiu boicotar a competição a 10 dias do início como forma de protesto pelos desmandos dos dirigentes da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) à época.  

O Movimento Nacional da Renovação do Judô, encabeçado pelo campeão olímpico Aurélio Miguel, pleiteava melhores condições de treinamento, participação em competições internacionais e, principalmente, a realização de seletivas para a definição da seleção brasileira, já que, até então, a equipe era escolhida pelos dirigentes. Ricardo e Rogério Sampaio fizeram parte do movimento e ficaram fora de competições internacionais, limitando-se às disputas nacionais. 

A briga entre o “Grupo do Aurélio” e a CBJ durou dois anos e meio e só terminou em 1992 graças à mediação do vice-campeão olímpico Bernard Rajzman, à época Secretário Nacional de Esportes. “E eu resolvi cair de cabeça para ajudar. Fui atrás do Mamede -Joaquim Mamede, então presidente da CBJ-, do Aurélio, dos atletas. Não teríamos a medalha de ouro do Rogério Sampaio, ele não teria ido aos Jogos Olímpicos. Eu consegui através de papo e do patrocínio do Banco do Brasil que os atletas e a Confederação voltassem a se abraçar”, lembra Bernard. 

Golpe do destino 

Mais experiente, Ricardo compartilhava suas experiências e conhecimentos com o irmão mais novo. Os dois davam aula juntos no SESC de Santos e estavam mais próximos do que nunca quando, em 28 de abril de 1991, Ricardo, deprimido, tirou a própria vida aos 27 anos.  

“A gente estava mais próximo porque já éramos adultos. Quando você é jovem, você é amigo, mas tem a diferença de idade, cada um tem as suas atividades, eu estava na escola, ele estava na faculdade. Quando a gente passou a ter uma relação mais próxima, ele faleceu. Para mim foi muito doído”, lamenta Rogério. 

“O Ricardo era um gentleman, um príncipe, uma pessoa supertranquila, na dele, educadíssimo, muito solícito, sempre em prol do grupo, uma pessoa fantástica. Nós éramos muito unidos, todos nós da seleção”, divide Aurélio Miguel. 

“Quando o meu irmão faleceu, eu olhei para dentro e pensei: ‘Meu Deus, eu preciso fazer algo que me faz bem. E o que me faz bem? Me faz bem treinar judô. Então, vou voltar a treinar com afinco, com dedicação'”, revela Rogério Sampaio, que havia diminuído o ritmo dos treinos durante o boicote à CBJ.  

Ele voltou a treinar forte e a participar de várias competições Brasil. “Tinha muitas competições de final de semana e os finais de semana eram mais difíceis porque você não tem o que fazer, então, era aquele sofrimento, aquela dor, aquele luto pela perda dele”, relata. 



A medalha poderia ter ido para a Bolívia 

Os Jogos de Barcelona se aproximavam, e o impasse com a CBJ ainda não tinha chegado ao fim. Nesse cenário, Rogério e alguns outros judocas, como Wagner Castropil e João Brigante, receberam uma proposta para disputar os Jogos Olímpicos defendendo a Bolívia. Chegaram a ter um encontro com os dirigentes bolivianos, mas a ideia não vingou. 

Família

Muito mais do que remendar quimonos, acompanhar os filhos em competições, torcer com discrição e preparar refeições deliciosas mesmo em períodos de dieta, dona Neusa sempre foi uma apoiadora do judô brasileiro. A família inteira se envolvia e tinha prazer em abrir a casa para os judocas amigos dos filhos. Alguns, como Sérgio Sano, chegaram a morar com os Sampaio.  

“Eu fui para a academia do Paulo Duarte e ganhei uma bolsa no Colégio Santista. O combinado era eu morar com o professor, mas o senhor Sidney pediu ao professor para que eu fosse morar com família dele. Alegou que seria bom para todos pois iriamos estudar juntos no mesmo colégio e treinar juntos. Fui adotado de corpo e alma. Dona Neusa é uma pessoa iluminada, cuidou de mim, fez de tudo para que eu conseguisse estudar e treinar”, agradece Sano, que disputou os Jogos Los Angeles 1984. 

“Nós recebíamos muitos atletas em casa. Uma vez, veio uma delegação de Bastos com 50 pessoas”, registra a matriarca. “Era irritante quando eu tinha que limpar a casa e eles ficavam deitados, me atrapalhando. Também era difícil aturar o mau humor deles durante a dieta. Mas tinha o lado bom: a gente jogava vôlei na sala, futebol no quintal... A gente brigava, mas também se divertia muito”, emenda Valéria, filha do meio dos Sampaio. “Era uma vida animada, não tinha monotonia. A gente não ficava naquele marasmo. Nós gostávamos daquela agitação!”, conclui dona Neusa. 

Dormindo com o adversário 

Cumprindo a tradição da família, às vésperas da seletiva olímpica, que aconteceria no Rio de Janeiro, Rogério Sampaio levou o peso médio Rinaldo Caggiano e o meio-leve Luis Vilalba, que disputaria a vaga com ele, para treinar em Santos. “Eu fiquei na casa dele uma semana, mais ou menos, treinando juntos, fazendo dieta juntos. Acabamos com as comidas da geladeira da casa deles e mesmo assim baixamos o peso, de tanto que a gente treinava”, enfatiza Vilalba. Todos foram para o Rio de Janeiro de carona no carro de Rogério. Sampaio e Vilalba eram adversários, mas amigos.   

O caminho do ouro começou no Rio de Janeiro 

Depois de sofrer uma lesão durante um torneio na Europa, Sampaio ficou 20 dias parado pouco antes da seletiva. ‘Eu não cheguei 100%, eu cheguei me recuperando de lesão. Sabia que seria uma disputa duríssima, tive que guardar minha energia para o momento certo”, conta.  

Ao vencer, na final da seletiva, o campeão dos Jogos Pan-americanos 1987, Sérgio Pessoa, Rogério carimbou o passaporte para os Jogos de Barcelona. “Eu conhecia bem o judô do Rogério. Sabia que seria difícil ganhar por ele ter uma envergadura maior do que a minha e também por ele ser canhoto como eu. Ele ganhou a segunda luta na melhor de três combates com a sua técnica mais forte, o o-soto-gari, a 10 segundos do final da luta”, explica Sérgio Pessoa, um dos melhores amigos dos irmãos Sampaio e que também desfrutava das férias na casa da família.  

“O Rogério era muito técnico tinha um seio-nague muito forte. Ele bailava nos tatames, quem não acompanhava a dança caia”, brinca Pessoa, que, depois de perder a vaga, treinou com Rogério na sua preparação para Barcelona.   

O ninho dos meio-leves 

Com a vaga assegurada, Rogério Sampaio retornou à casa da família em Santos, um celeiro de judocas olímpicos. Do quarto em que ele dormia saíram os representantes brasileiros da categoria meio-leve em três Jogos consecutivos – Sérgio Sano, em Los Angeles 1984, Ricardo Sampaio, em Seul 1988, e ele, em Barcelona 1992. “Eu mandei três filhos para os Jogos Olímpicos”, orgulha-se dona Neusa. 

“Dormíamos os três no mesmo quarto, eles numa bicama e eu num colchonete ao lado. De alguma maneira, aquilo foi extremamente importante, impactante, para que, alguns anos depois, eu pudesse conquistar uma medalha. Eu absorvi um pensamento vencedor, porque você conviver, morar e treinar com quem é melhor do que você é sempre um momento de aprendizado. Sempre busquei estar atento a tudo aquilo que eu podia aprender com os dois, mesmo sendo muito novinho”, compartilha Rogério.   



O segredo do o-soto-gari de Sampaio 

O o-soto-gari era a técnica principal de Rogério Sampaio. Mais do que talento natural, a técnica foi treinada à exaustão, numa barra de ferro, instalada no quintal da casa da família pelo pai dele.  

“O judô é um esporte que depende de um parceiro de treino. Como o Rogério tinha pretensões muito altas, procurei substituir a dependência de um parceiro de treino com uma barra de ferro idealizada para o exercício de seu o-soto-gari. Nela, ele exercitava, diariamente, mil vezes esse movimento sob a minha orientação”, reforça o técnico Paulo Duarte.  

“Eu tinha um sensei que falava que para ser forte numa técnica, você teria que repeti-la, pelo menos, cem mil vezes”, informa Rogério. Alcançar a perfeição, essa era finalidade da barra.  

Foi com o o-soto-gari que Sampaio garantiu a vaga olímpica e venceu suas lutas em Barcelona. “Ele combinava bem a andada do ashi-waza com o o-soto-gari, e essa combinação pegou os atletas desprevenidos”, observa Aurélio Miguel.  

“O fato de ele ser um atleta alto para a categoria meio leve, canhoto e que combinava o-soto-gari (um golpe para trás) com o de-ashi-barai (um golpe de perna para o lado) faz dele um judoca muito versátil e perigoso. Junta-se a isso o fato de ele não se contentar apenas com um jogo morno, ele vai atrás do ippon”, completa Wagner Castropil, que lutou em Barcelona na categoria médio. “Ao finalizar com o o-soto-gari, ele fazia ainda uma combinação para conseguir fazer o o-soto-gari da forma como ele faz. São poucas as pessoas que têm essa habilidade. Esse era o diferencial dele”, finaliza Paulo Wanderley, técnico da seleção brasileira de judô em Barcelona.   

Superando obstáculos 

Na preparação para os Jogos, Rogério enfrentou uma dinâmica que colocou à prova a sua resistência física e emocional. Sob a coordenação do psicólogo e judoca Agostinho Feijó, ele enfrentou, um a um, todos os alunos da sua academia, numa disputa de muitas horas, sem pausa para descanso. A dinâmica foi fundamental para superar a pressão em Barcelona.  

Fisicamente em forma, tecnicamente bem preparado e confiante no seu próprio potencial, Rogério estava recuperando o ritmo de competições internacionais quando embarcou para a Espanha, deixando um carro quebrado na garagem de casa e levando um quimono emprestado por um aluno na bagagem, já que os seus eram todos remendados e não cumpriam as exigências da competição.  

“Eu havia lutado com aquele quimono em 1990, quando ganhei um dos títulos mais importantes da minha vida”, declara Pablo Covas, dono do quimono que se tornou olímpico. “Não só ele como a família dele sempre me acolheram muito. Minha mãe morava em Brasília, eu morava em Santos sozinho. Eles me acolhiam na casa deles, perguntaram se eu não queria morar lá para que eu não ficasse sozinho”, testifica. Obviamente, o quimono nunca foi devolvido. 

Ilustre desconhecido 

Afastado das competições internacionais por dois anos e meio até 1992, e sem grandes resultados nos torneios disputados na Europa antes dos Jogos, Sampaio chegou a Barcelona como um ilustre desconhecido. Todos os holofotes estavam em direcionados a Aurélio Miguel, medalha de ouro em Seul 1988.  

“Essa situação deu uma certa tranquilidade para o Rogério, foi um facilitador. Ser desconhecido deu mais sossego para ele, menos pressão psicológica”, avalia o professor Paulo Wanderley.  

Em 1º de agosto, o jornal Folha de São Paulo publicou uma nota com o seguinte título: “Atletas lutam sem chance de medalha”. Era sábado, e o chefe da assessoria de imprensa do Banco do Brasil, patrocinador do judô, deu folga à equipe escalada para cobrir o judô.  

“Eu insisti que o Rogério tinha grandes chances de medalha, mas meu chefe ironizou, dizendo que eu estava querendo cobrir as lutas só porque o judoca era bonito”, lembra a jornalista Myrian Rosário. “Saímos correndo para o ginásio depois de sermos avisados pela equipe de apoio do Brasil que o Rogério já havia vencido as três primeiras lutas por ippon. Demorou um pouco, mas ele teve de admitir que eu estava certa. Foi um dia inesquecível!”, completa.  

Penúltima esperança 

Já era o sexto dia de competições no judô em Barcelona 1992 e nenhum brasileiro havia subido ao pódio. A pressão por resultado, então, alcançou o judoca santista. “A barra começou a pesar, mas o Rogério sempre foi muito resiliente, ele suporta bem a situação, até por conta da categoria de peso dele, que não era fácil. Com aquela altura – 1,78m - ter que pesar 65kg... Ele conseguia dar esse peso com muito esforço, não é qualquer um que segura”, pontua Paulo Wanderley. 

“Na véspera da luta dele, nós estávamos tristes e eu brinquei com ele dizendo: ‘Sampaio, penúltimo dia é o dia da medalha. Foi assim comigo lá em Seul, vai ser assim agora aqui. Vou fazer o aquecimento com você amanhã’, relembra Aurélio Miguel. 

˜Ele tinha sofrido muito para perder peso, ainda bem que a pesagem foi de manhã e as lutas foram na parte da tarde, acho que isso ajudou um pouco”, conta. Sampaio chegou a Barcelona três quilos acima do peso e teve que se esforçar muito para alcançar os 65kg no dia da disputa. 

1, 2, 3 vezes ippon 

Superar um obstáculo de cada vez, lutar uma luta de cada vez. Foi com esse pensamento que Rogério Sampaio entrou no dojô do Palau Blaugrana para a sua estreia olímpica. Como tinha perdido muito peso, sua estratégia era ter o menor desgaste possível em cada confronto.  

A primeira luta, contra o português Augusto Almeida, foi tranquila. “Eu consegui comandar as ações da luta, a hora que eu queria atacar, defender, a movimentação. Consegui comandar a intensidade da luta, que era a minha grande preocupação. O que faz você ter desgaste numa luta de judô não é se o confronto vai demorar cinco minutos, é a quanto vai chegar o seu batimento cardíaco, a intensidade. Eu procurei fazer uma luta onde a intensidade não fosse tão alta para ter um desgaste pequeno. Eu consegui fazer alguns pontos e fazer o ippon”, relata Rogério, que alcançou a primeira vitória com o-soto-gari, em 3min26s. 

Contra o coreano Kim Sang-Mun, o brasileiro começou a luta perdendo. “Eu tive que subir a intensidade da luta para pressionar mais o adversário. Os sul-coreanos são adversários com boa movimentação, de velocidade, de buscar o ponto também. E aí a dificuldade. Era um atleta canhoto como eu, e isso trouxe uma exigência física maior, uma dificuldade maior de lutar. Eu tive que me superar naquela luta”, reconhece Sampaio, que venceu, aos 2min03s, novamente com ippon o-soto-gari.  

Na terceira luta, Rogério enfrentou o argentino Francisco Morales, campeão dos Jogos Pan-americanos Havana 1991, canhoto e um dos mais altos da categoria. “Foi uma luta dura, primeiro porque, do ponto de vista emocional, eu sabia que ganhando, eu já estaria disputando medalha. Eu sabia que eu era um atleta mais técnico do que ele. Ele era um pouco mais grosseiro, mas era muito forte. Foi um adversário que eu não consegui derrubar, ganhei na luta de solo”, lembra. A luta durou 2min24s. Ganhando os três primeiros confrontos por ippon, o brasileiro teve um desgaste físico pequeno e chegou às finais inteiro fisicamente.  

“O judô que eu aprendi com o Professor Paulo Duarte foi esse, o judô que buscava o ippon o tempo todo”, ressalta.  

A luta mais difícil da vida 

Na quarta luta, Rogério tinha pela frente o campeão mundial Uldo Quellmalz, da Alemanha. Entre as lutas classificatórias e a semifinal, houve um intervalo de cerca de duas horas, e o brasileiro ficou sozinho com seus pensamentos na área de aquecimento. “Foi um momento de dificuldade emocional”, compartilha Rogério, contando que os pensamentos sobre a vitória e a derrota, com suas possíveis consequências, se alternavam na sua cabeça.  

O judoca santista já havia lutado com o alemão duas vezes e vencido uma das lutas. Ele havia se desgastado pouco nas três primeiras lutas. A vitória era possível. “Eu fui tentando me equilibrar, tentando me manter tranquilo”, lembra.  

O brasileiro e o alemão eram os judocas mais altos da competição, ambos canhotos. Quellmalz era o mais vitorioso – campeão do mundo em 1991 e vice em 1989. “Foi a luta mais difícil da minha vida! O Quellmalz tem um estilo de luta muito parecido com o meu. Nós batemos de frente do primeiro ao último segundo. Uma luta que teve uma intensidade de ritmo cardíaco de 190 para cima, durante todo o período. Uma luta de cinco minutos de judô cronometrado dura oito minutos, oito minutos e meio. É um trabalho de força muito grande. Imagina você manter o seu batimento cardíaco de 190 para cima durante oito minutos, oito minutos e meio? É um desgaste físico absurdo”, explica.  

“Eu entendo que ele nunca tenha tido um adversário mais alto do que ele, canhoto e com o mesmo estilo de luta, de jogar aberto, para frente, pressionando. Além disso, a responsabilidade de ganhar era dele e não minha: ele era o campeão do mundo. Para quem assistiu, foi uma luta belíssima. Para mim inesquecível, porque venci”, detalha Rogério, que venceu por yuko (pontuação conquistada quando Quellmalz tomou uma punição, por pisar fora da área de competição, aos 20s de luta).  

“Ele foi superior ao alemão e venceu com grandiosidade”, destaca Aurélio Miguel.    



“Calma! Ainda tem mais uma” 

Rogério venceu o favorito à medalha de ouro, estava na final e a empolgação tomou conta dos brasileiros, que já comemoravam a presença dele no pódio, no mínimo, com a prata. “Os outros atletas estavam muito eufóricos. Foi um momento importante, em que eu pude transmitir a experiência que tinha tido como finalista também. O Paulo Wanderley estava lá como técnico, e a gente falou: ‘Bom, pessoal, o negócio aqui é ouro. Vamos focar. Calma! Ainda tem mais uma’”, recorda Aurélio Miguel. 

“Foi muito difícil conter a empolgação porque eu já estava vendo o Rogério ganhando a medalha de ouro. Aquela vitória contra o alemão já tinha gosto de ouro”, declara Wagner Castropil, que era um dos mais eufóricos antes da final. 
 
Sampaio entrou tranquilo e confiante para a decisão. “O húngaro era tudo aquilo que eu queria da minha vida: era destro, mais baixo do que eu, também era um atleta que se movimentava, apesar de ser muito forte. Era um adversário cujo jogo encaixava para mim, eu só tinha que ter calma, tranquilidade, esperar o momento certo, tentar desgastar o adversário”, descreve Rogério. 

E foi com o-soto-gari que o brasileiro conseguiu um wazari, pontuação que lhe garantiu a vitória contra Jószef Czák, na luta decisiva, que durou os cinco minutos previstos.  

Quando o cronômetro zerou, Rogério Sampaio levantou os dois braços em direção à torcida e caiu de joelhos no chão, com as mãos no rosto. Era a primeira e única medalha de ouro em esportes individuais do Brasil em Barcelona. “Pensei no meu pai e na minha mãe, que, depois de um período de extrema tristeza, estavam tendo um momento de extrema alegria. Eu me lembrei do meu irmão e falei para mim mesmo: ‘Vencemos!’”, revela Rogério.  

“O Sampaio fez uma apresentação brilhante. Ele deixou todos admirados, jogando, projetando todos os adversários. Foi uma coisa incrível e especial para todos nós”, avalia o campeão olímpico Aurélio Miguel. 

Rogério Sampaio foi considerado o judoca mais técnico dos Jogos Olímpicos de Barcelona e também recebeu o prêmio da Federação Internacional de Judô como “O Melhor Judoca do Mundo em 1992”. 

A ficha não caiu 

Rogério lembra que estava anestesiado no pódio e, embora tenha se emocionado com o hino e a bandeira do Brasil, não passou um filme na cabeça, como muitos dizem. Ele só conseguia pensar: “Olha aonde eu cheguei!” À noite, ele saiu para comemorar nas ramblas da cidade catalã e não parava de rir.  

“A minha vida foi muito intensa naquele um ano e um pouquinho: teve a perda do meu irmão, a briga com a Confederação, o meu retorno aos treinos com afinco, quase fui morar na Bolívia, não tinha dinheiro para nada... A ficha só caiu no outro dia, quando eu estava no meu quarto na Vila Olímpica. Eu relaxei e pensei: ‘Caramba, ganhei!’”, divide. 

Além de coroar uma trajetória de 20 anos dedicados ao judô, o ouro conquistado por Rogério Sampaio em Barcelona foi simbólico também para o grupo que promoveu o boicote à CBJ.  

“Foi uma das maiores emoções da minha vida! No momento que ele ganhou a medalha, eu tive a certeza de que o universo é justo e recompensa os que se esforçam, têm uma boa intenção e fazem a coisa justa, com ética e princípios”, festeja Wagner Castropil.  

“A medalha era de todos nós. Ficamos muito felizes porque viemos de uma luta com os dirigentes, conseguimos as mudanças, e do movimento desse grupo veio a medalha de ouro. Estávamos eufóricos com essa conquista, foi fantástico!”, vibra Aurélio Miguel. 

Em 1993, Rogério Sampaio mudou para a categoria leve (até 73kg) e conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Hamilton, no Canadá.  

Formando novos campeões 

Mesmo antes de encerrar a carreira, em março de 1993, o campeão olímpico fundou a Associação de Judô Rogério Sampaio, onde foram formados grandes campeões, como a atleta olímpica Danielle Zangrando, primeira brasileira a conquistar uma medalha em um Campeonato Mundial Adulto (Chiba 1995) e Leandro Guilheiro, bronze nos Jogos Olímpicos Atenas 2004 e Pequim 2008.  

“O Rogério exigia muito da gente. Ele sempre falava que superação era a palavra de que ele mais gostava. Os treinos dele eram muito cansativos, eram extenuantes e isso, para o meu lado emocional, mental, foi muito importante”, compartilha Guilheiro. “Uma das grandes contribuições dele para a minha carreira foi o fato da simples presença dele no dojô, de eu saber que conquistar uma medalha olímpica não era uma coisa de outro mundo, embora fosse difícil, era algo palpável, era algo possível de ser realizado”.  

Nasce um gestor 

Depois de uma experiência bem sucedida como técnico das categorias de base, Rogério Sampaio passou a se dedicar à gestão esportiva. Paralelamente, atuou como comentarista de judô em emissoras de televisão. O ex-judoca também se tornou diretor geral do Comitê Olímpico do Brasil.  

“Determinação e disciplina são as marcas registradas dele. Tudo o que ele aprendeu no esporte, levou para a vida pessoal e profissional, principalmente”, opina Danielle Zangrando, ex-aluna de Sampaio, que defendeu o Brasil nos Jogos Atenas 1996 e Atenas 2004 e que contou com o apoio do campeão também na sua carreira como comentarista e gestora esportiva. 



Sem dar bola para a fama 

A conquista da medalha valeu um prêmio em ouro, oferecido pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Dias depois da conquista em Barcelona, Rogério cogitou a possiblidade de ir ao centro da capital paulista de metrô para receber o prêmio. “Ele não tinha noção de quão famoso ele já era e da confusão que poderia causar no transporte público”, diverte-se Myrian Rosário, assessora de imprensa que o convenceu a ir para a premiação de táxi. “Tivemos que fazer parte do trajeto a pé, e ele se assustou com o assédio”, completa.  

Apesar do título e da influência, Rogério Sampaio permanece humilde e acolhedor como sempre foi. “Quando vou a Santos, ainda hoje, ele me hospeda na casa dele e vai me buscar de carro na rodoviária”, diz Luis Vilalba, amigo-irmão do campeão olímpico.  

“Eu morava no interior do Paraná e compartilhei com ele uma dificuldade financeira. Ele disse: ‘Caggiano, eu vou aí na tua cidade, nós vamos fazer um curso no fim de semana’. Ele era muito famoso naquela época, campeão olímpico. Pegou o carro dele, pagou a gasolina, dirigiu uns 700 quilômetros até chegar lá e fizemos o curso de fim de semana. O judô não é só dentro do tatame. É ser amigo, é tentar ajudar alguém que está precisando. Ele realmente faz isso bem, dentro e fora do tatame. A Palavra de Deus diz que o amor não deve ser só de palavras, mas de atitudes. Ele me amou e até hoje me chama de irmão. Eu o chamo de irmão e tenho um carinho muito grande por ele, por isso e por muitas outras histórias”, emociona-se Rinaldo Caggiano, outro amigo-irmão de Rogério. 

Hall da Fama 

Para Sampaio, é um orgulho estar ao lado dos maiores nomes do esporte nacional no Hall da Fama do COB.  

“Quando eu fui campeão olímpico, fiquei feliz porque eu fui colocado ao lado de alguns dos meus grandes ídolos. Depois, em 1993, quando fui o quarto medalhista brasileiro em Campeonato Mundial, a primeira coisa que passou na minha cabeça foi: ‘Caramba! Agora eu estou no nível do sensei Ishii, do Aurélio e do Carmona, que foram medalhistas em Mundial e em Jogos Olímpicos’. No Hall da Fama do COB, eu estou sendo colocado ao lado de alguns dos ídolos de outras modalidades, alguns atletas muito mais vencedores do que eu, como o Torben Grael, a Fofão... Eu estou ficando num grupo mais seleto ainda”, comemora Sampaio.  
Rogério Sampaio Cardoso

1

Medalhas em jogos olímpicos

Vídeo

Biografia Rogério Sampaio - Hall da Fama

Rogério Sampaio superou a falta de estrutura para treinamentos, demandos de dirigentes, dificuldades financeiras e um drama pessoal até chegar ao ouro na categoria meio-leve nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992. O ex-judoca construiu uma carreira sólida e se tornou referência no comprometimento com a excelência esportiva dentro e fora dos tatames.
HomenageadoHomenageado

GALERIA DE FOTOS

RESULTADO EM DESTAQUE

ediçãoresultadoprova
Jogos Olímpicos Barcelona 1992
1º LugarOuro
Meio-leve - 65Kg
Campeonato Mundial - Hamilton 1993
3º LugarBronze
Leve - 73Kg

ACERVO

)