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1° Fórum da Mulher no Esporte debate cenário e defende evolução em busca da equidade de gênero

Evento, realizado nesta quinta-feira, contou com a presença de personalidades femininas nacionais e internacionais

Por Comitê Olímpico do Brasil

18 de ago, 2022 às 15:57 | 5 min de leitura

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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoveu nesta quinta-feira, 18, no Rio de Janeiro, o 1° Fórum da Mulher no Esporte. O evento contou com a presença de personalidades femininas do esporte nacional e internacional. Os cerca de 200 convidados que compareceram ao Teatro XP, no Jóquei Clube, puderam acompanhar diversas palestras e debates que trataram sobre a equidade de gênero, a importância do crescimento da mulher no esporte, entre outros assuntos relacionados ao tema. 

A realização do Fórum marcou um ano da criação da área Mulher no Esporte no COB. Por meio dela, a entidade tem promovido ações de valorização e fortalecimento das mulheres, como a Comissão da Mulher no Esporte, o Canal tira-dúvidas de Saúde da Mulher, entre outras medidas, todas com o objetivo de ajudar no bem-estar e desenvolvimento de atletas e colaboradores. 

O presidente do COB, Paulo Wanderley, realizou a abertura do Fórum e falou sobre o evento e as ações que a entidade tem feito para uma igualdade cada vez mais presente.

"O Fórum é uma ação prática da mobilização do COB em relação à equidade de gênero. Esse é um assunto muito importante não só para o ambiente esportivo, e o momento é mais que apropriado. Estamos marcando também a comemoração de um ano da criação da Comissão das Mulheres no COB", disse Paulo Wanderley. "Estamos atentos às necessidades desse tema. Temos um número de colaboradores mulheres que é maior do que o de homens no COB. Há a necessidade de implementar isso cada vez mais, mas temos feito ações práticas nesse sentido", completou o presidente do COB. 

Uma das palestras mais aguardadas era a de Nicole Hoevertsz, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ela falou sobre as diretrizes e a visão da entidade para equidade de gênero. Nicole também valorizou a realização do Fórum. 

"O Fórum se enquadra perfeitamente nos objetivos do Comitê Olímpico Internacional. Fui presidente da ODEPA e da Comissão Mulher e Esporte do COI, e tive a oportunidade de visitar muitos países para passar essa mensagem: necessitamos de mais mulheres em todos os lugares do esporte. Treinadores, atletas, dirigentes, jornalistas. Temos muito o que celebrar, mas também temos o que melhorar. Vamos identificar essas áreas para que juntos possamos evoluir na participação da mulher no esporte", disse ela. 


Nicole Hoevertsz em sua palestra no Fórum. Foto: Luiza Moraes/COB


Outra participação importante foi a de Anastasia Divinskaya, representante do escritório da ONU Mulheres no Brasil, que falou sobre a visão do órgão para o esporte. 

Durante o evento, também foi apresentado o relatório da pesquisa "Igualdade e Inclusão da Mulher no Esporte: mapeamento das organizações esportivas nacionais e internacionais", realizado pela ONU Mulheres em parceria com o COI e com apoio do COB.

Além de Nicole e Anastasia, o Fórum recebeu outras palestrantes importantes. Em uma das mesas, quatro ex-atletas de sucesso debateram o papel da mulher dentro do esporte: Natália Falavigna (medalhista de bronze em Pequim 2008 no taekwondoo), Daiane dos Santos (campeã mundial de ginástica artística), Danielle Zangrando (primeira judoca medalhista em Mundial) e Jaqueline Silva (medalhista de ouro em Atlanta 1996 no vôlei de praia).

Elas falaram sobre os obstáculos e desafios que tiveram que superar para conseguirem ser vitoriosas no esporte, debateram os caminhos para a mulheres terem mais espaço, entre outros assuntos. O quarteto foi muito aplaudido pelos presentes.

"A importância do Fórum é a gente entender que estão acontecendo ações e programas para que exista uma mudança. O COB tem feito essa parte. Mas precisamos pensar daqui pra frente, como vamos transformar as ideias em ações, para ver os resultados acontecendo. E foi bom para trazer o panorama da mulher dentro do esporte", disse Daiane dos Santos, que se emocionou e chorou ao falar sobre o apoio que recebeu dos pais durante toda a vida como atleta.

"Já tivemos um avanço, hoje estamos buscando uma equidade de gênero para ter cada vez mais. Precisamos disso pra não ficarmos falando sobre a mulher no esporte, mas sim sobre as vitórias da mulher no esporte", completou. 

Mariana Mello, Gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB, e Soraya Carvalho, atleta olímpica e Gerente do Instituto Olímpico Brasileiro, foram as mediadoras representantes do COB no Fórum. 

A última mesa de debate contou com as presenças de Mariana Dantas, superintendente especial de esportes do Governo do Estado de Sergipe; Mariana Miné, CEO Confederação de Rugby; Adriana Behar, CEO Confederação Brasileira de Vôlei e medalhista olímpica.

Paulo Wanderley na abertura do Fórum. Foto: Luiza Moraes/COB

Isabel Swan, coordenadora da área Mulher no Esporte do COB e responsável pela criação do Fórum, se mostrou muito satisfeita com o resultado do evento. 

"O Fórum foi um sucesso e marca, realmente, a vontade de todas as mulheres que vieram e que vivem o esporte, que enfrentam esses desafios diários. Que sabem o quão importante é a gente tocar nesse ponto e trazer essas temáticas que a gente trouxemos aqui, que é a inclusão da mulher no esporte, a inclusão de gênero no esporte", falou.

No fim, Aída dos Santos, finalista nos Jogos Olímpicos Tóquio 1964, recebeu uma bonita homenagem e foi presenteada com um troféu oferecido pelo COB. Ela foi aplaudida de pé pelos convidados e contou um pouco de sua história.

"É muito importante ser homenageada em vida. Quando fala em Olimpíada, eu fico um pouco triste. Foi muito doloroso para mim ser a única mulher da delegação. Sem técnico, sem material para competir, e eu fazia questão de representar bem o Brasil. E todas as modalidades eram só masculino. Quando eu saí daqui, fui com a equipe de vôlei masculino. Me disseram que eu não iria para a final, que eu não tinha condições de ir para final. Vocês não sabem como isso me ajudou. Eu gosto de desafio. Pobre, morando no morro, filha de pai e mãe analfabetos. Sempre fui movida a desafios", contou, muito emocionada.

A cantora Nilze Carvalho encerrou o evento com uma apresentação musical muito celebrada. 


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