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Jogos da Juventude

Aluna e atleta exemplar, Fernanda Alvaz realiza sonho na ginástica rítmica e almeja novos feitos

Aos 14 anos, paulista mostra evolução técnica após treinos virtuais durante a pandemia e se destaca contra atletas mais velhas nos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023

Por Comitê Olímpico do Brasil

2 de set, 2023 às 17:34 | 5 min de leitura

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Quando liderou uma seletiva no ano de 2019 para a categoria infantil da ginástica rítmica, que reúne atletas de 11 e 12 anos, a treinadora Fabiana Neves Rubini, do SERC São Caetano, sabia que estava diante de um diamante. Tratava-se de Fernanda Alvaz, hoje com 14 anos e destaque da delegação de São Paulo nos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023. 

Neste sábado (2), a ginasta registrou a maior nota das apresentações das bolas da 1ª divisão, com 28.150, e mostrou que chega forte na briga por mais uma medalha, em um ano para lá de especial. Neste domingo (3), ela compete no arco. A soma das duas notas definirá as medalhistas no individual geral. Além disso, acontecerá a decisão por estados, com a soma das notas das duas atletas de cada delegação. 

"Eu pensei: "essa menina precisa ser trabalhada, porque é um talento", lembra Fabiana, sobre o dia em que começou a treinar diretamente a atleta no clube do ABC Paulista.

A aproximação com a jovem trouxe outras surpresas positivas, como a desenvoltura para absorver informações. Seja nas salas de aula, em que acumula notas expressivas, ou no esporte, Fernanda se atenta a cada detalhe em busca da evolução que a modalidade exige. 

"Não é fácil, pois tenho uma rotina puxada, mas estou vivendo um sonho e está sendo incrível. Tiro boas notas, apesar de ficar muito tempo longe por causa da ginástica rítmica. Tenho todo o apoio da minha escola, dos meus pais e da minha treinadora", comemora Fernanda. 

A atuação da técnica Fabiana tem sido um trunfo na evolução da jovem, que este ano ganhou espaço na Seleção Brasileira e deu passos importantes para se consolidar no cenário nacional.



Em junho, ela esteve no Pan-Americano, em Guadalajara, no México, e no Mundial da Romênia, em julho. Na Gymnasíade, que aconteceu no Rio de Janeiro, faturou seis medalhas: ouro na soma do individual e conjunto, ouro na bola, prata individual geral, prata no arco, prata na fita e bronze nas maças.

Por duas vezes em 2023, Fernanda e sua técnica estiveram em Aracaju para treinar com o conjunto verde-amarelo, após um pedido de Fabiana à treinadora do time nacional, Camila Ferezin. Hoje, a paulista é monitorada pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), com envio semanal de vídeos para auxiliar no seu desenvolvimento.

"Eu estou muito feliz de estar nos Jogos da Juventude. É a minha segunda vez, e neste ano viemos com uma equipe bem forte de São Paulo. Vim para buscar uma medalha no individual geral e nosso objetivo é conseguir uma medalha por equipes também", disse Fernanda.

A atleta começou na modalidade aos sete anos e conta que treinava ginástica artística e rítmica. Mas a paixão só veio mesmo na segunda, a ponto de não ver as horas passarem nos treinamentos. Hoje, chega a treinar por até seis horas em um dia.

O resultado da dedicação é a soma de títulos, como o de campeã sul-americana no conjunto, bicampeã brasileira no conjunto, bicampeã brasileira individual e vice campeã sul-americana individual. A pandemia ameaçou travar os planos da ginasta, mas a inteligência foi, novamente, um fator decisivo para o seu desenvolvimento.

"Querendo ou não, para o desenvolvimento dela, foi excelente. É uma atleta muito inteligente, então mesmo online ela conseguia absorver as correções do que precisava melhorar. Fazíamos treinos por Zoom, cada uma na sua casa, e eu dava a preparação física e de manejo de aparelho, mesmo que fosse na sala de casa. Ela foi aprimorando movimentos pequenos do corpo e depois, quando voltamos para um espaço maior e foi necessário treinar os lançamentos após muito tempo, ela estava preparada para aquilo", conta a treinadora. 

Logo no retorno às competições, em 2021, Fernanda alcançou o objetivo de chegar às finais do Brasileiro Infantil. No ano seguinte, a competição foi realizada em São Caetano do Sul e marcou um grande momento para a atleta, com o título geral e a classificação para os Jogos da Juventude de Aracaju. 

"Com 13 anos, ela terminou entre as seis do Brasil, contra meninas de 15 anos. Existe um abismo de diferença entre uma ginasta de 13 e uma de 15. Hoje, as conquistas são maiores devido a esse processo que planejamos cuidadosamente para cada etapa", diz Fabiana.  

Sem se preocupar com a idade das adversárias, Fernanda só pensa em manter a mesma pegada de Bárbara Domingos e outras referências da modalidade.

"A ginástica rítmica está crescendo muito, como a gente vê pelas meninas que voltaram do Mundial com vaga em Paris 2024. O Brasil está caminhando para se tornar uma potência e quero contribuir para isso".

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