Com torcida enlouquecida, esgrima define os primeiros campeões da história nos Jogos da Juventude
Guilherme Vianna, no florete; Pedro Hopfer, na espada; e Ana Beatriz Fraga, no sabre; destacaram a diferença que as crianças e adolescentes do “Você nos Jogos” fizeram no desempenho deles

A
esgrima, esporte ainda pouco praticado no Brasil, foi disputada pela primeira
vez nos Jogos da Juventude tendo como um dos principais objetivos estimular a
prática pelo país. E pode se dizer que a modalidade estreou com o pé direito graças
a uma torcida muito especial. O “Você nos Jogos”, parte do Transforma, programa
de Educação e Valores Olímpicos do COB, levou mais de 300 crianças e
adolescentes de escolas públicas de Ribeirão Preto para acompanhar as primeiras
finais da modalidade. Isso mudou a forma como os esgrimistas competiram.
“Acho que grande parte da minha energia para ganhar veio deles. Foi muito bom
ter a torcida. Foi primeira vez que eu ganhei uma competição fora de Curitiba e,
claro, a primeira que eu dei autógrafo”, contou, ainda em êxtase, Pedro Hopfer,
paranaense de 15 anos, campeão na espada.
A experiência foi inédita até para quem já teve chance de competir fora do
país, como Guilherme Vianna, o primeiro a garantir o título na modalidade, já
que a primeira final do dia foi a do florete masculino. “Dava para ouvir eles
vibrando a cada ponto, e é muito diferente de tudo que vivi na esgrima até hoje.
O máximo que eu tinha tido de torcida era meu pai e minha mãe e, no máximo,
meus amigos torcendo por mim. Foi muito legal”, contou o jovem paulista de 15
anos, que começou a praticar a modalidade influenciado pela irmã mais velha,
Gabriela.
Para Ana Beatriz, campeã no sabre, a novidade teve dois lados. “Os gritos
me motivaram um pouco mais. Foi muito legal ter tanta gente vendo a competição,
e até um pouco chocante. Ver essa multidão toda torcendo, cumprimentando,
pedindo autógrafo é muito doido”, enfatizou, a jovem de apenas 14 anos.
Outra experiência inédita vivida pelos jovens esgrimistas é a oportunidade de estar
em um grande evento multiesportivo pela primeira vez.
“É muito legal porque a gente não está na mesma bolha de sempre. Estamos
conhecendo pessoas diferentes, convivendo com muitos atletas de outras
modalidades. Estar com amigos da esgrima e ainda poder conhecer pessoas novas é
muito bom”, analisou Guilherme.
“Vencer os Jogos da Juventude foi muito legal porque eu sempre jogo com essas
meninas e ela são muito boas. Muito feliz de ganhar nesse momento,
principalmente porque é a estreia da esgrima nos Jogos da Juventude, um momento
muito simbólico. Pretendo voltar outras vezes para os Jogos porque estou amando
competir aqui”, disse Bia que, pela idade, tem a oportunidade de repetir a
experiência, no mínimo, duas vezes.
“É uma oportunidade de jogar uma competição com os melhores sem despesas. É só
vir e ser feliz!”, completou Pedro.