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Jogos da Juventude

Disciplina no tênis de mesa e na matemática conduz Vitor Iwamoto ao topo do pódio

Fã de Hugo Calderano, goiano de 15 anos coroa ano especial com a medalha de ouro no torneio individual dos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023

Por Comitê Olímpico do Brasil

8 de set, 2023 às 16:14 | 6 min de leitura

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Você conhece alguém que, ao ser perguntado sobre seus passatempos preferidos, responde que um deles é fazer provas? No caso de Vitor Yudi Iwamoto, de 15 anos, a resposta é exatamente essa. E de matemática, a matéria preferida. Outra paixão, que deixou de ser hobbie para virar responsabilidade, é o tênis de mesa. Nesta sexta-feira (8), o goiano mostrou que leva o esporte a sério ao se sagrar campeão do torneio individual dos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023.

A receita para o sucesso passa pela disciplina que o jovem, neto de japoneses, aplica tão bem na vida escolar e na esportiva. Seu pai, Osamu Iwamoto, é engenheiro químico. Ao lado de sua esposa Viviane, mãe de Vitor, ele sempre estimulou o garoto a alcançar resultados importantes na vida. Os dois e a filha mais velha, Vitória, viajaram para o interior de São Paulo e vibraram com a conquista. 

Na final contra Theo Cruz, que ficou famoso na pandemia pelas lives no Instagram e hoje é atleta e blogueiro de tênis de mesa, o público vibrou com um início de partida emocionante. Aos poucos, o goiano mostrou superioridade sobre o piauiense, representante de Santa Catarina, e venceu por 3 a 0 (14/12, 11/8 e 11/5). 

"Ele ama o que faz e se dedica demais ao esporte, tanto quanto aos estudos. Esse ano está sendo especial. Sempre gostou de exatas e tem esse raciocínio lógico, que provavelmente traz ganhos no tênis de mesa. E nós damos todo o apoio. Lá em casa, assistimos com ele a todos os jogos do Hugo (Calderano)", contou Osamu.

Hugo, atual quinto colocado no ranking mundial, é um dos nomes do esporte olímpico brasileiro que passaram pelos Jogos da Juventude antes de brilharem no cenário internacional. Famoso não só pela habilidade na mesa como pelo raciocínio lógico, que o permite montar o cubo mágico em 9 segundos em média, o carioca inspira Vitor de diversas formas.

"Gosto muito de assistir aos jogos do Hugo. Ele é muito habilidoso e consegue misturar técnica com criatividade. Isso me dá motivação para um dia chegar ao mesmo nível. Não comecei tão cedo como outros meninos, então acho que o que mais pode me ajudar é ser criativo. Meus pais me ensinaram muito sobre ter humildade e muita disciplina. Tudo isso me trouxe até aqui", disse Vitor. 


O goiano praticou outros esportes antes de focar no tênis de mesa. A lista inclui futebol, tênis, judô, natação, karatê e basquete. A partir de julho de 2019, aos 11 anos, começou a treinar com a raquete e a bolinha para valer e conquistou medalhas com apenas um mês de treino. Ali, percebeu que tinha talento para chegar longe.

Treinos com a seleção e mentoria à distância

No início deste ano, chamou a atenção em uma seletiva nacional e passou a integrar a seleção brasileira. Conquistou o ouro por equipes e duas pratas, no individual e nas duplas, no Campeonato Sul-Americano, em junho, em Rosário (ARG). No mês seguinte, voltou do Campeonato Pan-Americano, em Charleston (EUA), com um ouro por equipes e um bronze nas duplas. 

Além disso, conquistou um bronze no sub-17 e um ouro, uma prata (duplas) e um bronze no sub-15 em etapas do WTT Youth Contender, o Circuito Mundial da modalidade. Em 2022, antes mesmo de chegar à seleção, ele já havia levado uma prata no sub-15 na etapa de Salta, na Argentina.

Em busca da evolução, ele conta com um trabalho de mentoria à distância com a treinadora Lívia Gomes, que complementa as atividades realizadas na mesa no Centro de Treinamento GYNTT, em Goiânia. Com o próprio tripé, posiciona a câmera e dá o play a cada jogo ou treino, para compartilhar os vídeos com a profissional, em busca de ajustes em seu jogo.

Após a conquista em Ribeirão Preto, o grande questionamento do jovem é sobre quais serão os próximos passos para manter a escalada. Vitor admite que a mudança para o Sul ou o Sudeste, onde se concentram os melhores mesa-tenistas que vivem no país, é uma possibilidade. 

"Penso em me mudar de Goiânia para treinar contra os melhores. Vejo Santa Catarina e São Paulo como referências e até sair do Brasil no futuro, como o Hugo. Mas ainda tenho muito aquela dúvida sobre ser atleta em tempo integral ou conciliar isso com estudos e fazer uma universidade", afirmou Vitor.

Tênis de Mesa nos Jogos da Juventude 

As competições de tênis de mesa nos Jogos da Juventude Ribeirão Preto 2023 terminaram nesta sexta-feira (8), no ginásio Estação Cidadania, com a definição dos campeões individuais. No feminino, o ouro ficou com a catarinense Analú Prust, que venceu Julia Hatakeyama, de Mato Grosso, por 3 a 0 (11/9, 11/7 e 11/5). 

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