Em Capitólio, Laboratório Olímpico dá feedback diário para treinador da canoagem velocidade
Foram realizados testes de bioquímica e fisiologia com os atletas seleção masculina da modalidade, que está realizando treinamento de campo na cidade mineira
Você já ouviu que, no esporte de alto rendimento, cada detalhe pode fazer a diferença. É por isso que a canoagem velocidade resolveu programar uma série de testes em campo durante o período de treinamentos que a equipe nacional permanente da modalidade está realizando em Capitólio (MG). Por uma semana, os atletas contaram com avaliações bioquímicas para medir, entre outros componentes, os níveis de lactato, CK e glicose, no pré e no pós-treino.
“Dentro do treinamento diário, temos algumas variáveis que devemos controlar, até para sairmos do empirismo. Cruzamos dados que temos com avaliações anteriores e observações do dia a dia, com as variáveis que o Laboratório Olímpico pode nos oferecer. Com isso, conseguimos tomar decisões através desses resultados”, disse o treinador Lauro de Souza Júnior.
A adesão dos atletas aos testes é parte fundamental no processo. Com a participação deles, é possível que o feedback seja dado ao treinador praticamente todos os dias, auxiliando na elaboração da planilha de atividades.
“Importante destacar que os atletas se engajaram no processo. Antigamente, eles não gostavam muito de tirar sangue, mas entenderam a importância da parte científica para dar um plus no trabalho deles. Estamos no caminho certo. As atividades são muito bem elaboradas, e o trabalho do Laboratório Olímpico é apenas ajudar para que o treinamento seja ainda mais eficiente”, afirmou Carlos Alberto Cavalheiro, analista de desempenho e coordenador técnico-científico do Laboratório Olímpico.
Os resultados dos testes saem rapidamente e, por isso, as análises e o retorno podem ser feitos diariamente. “Na bioquímica, por exemplo, a gente mede a dinâmica da carga semanal dentro do microciclo estabelecido pelo treinador. Essa informação é importante porque o CK é feito no início da manhã para saber a recuperação do atleta durante a noite anterior. Na fisiologia, a gente tem a frequência cardíaca matinal, chamada de basal, que permite que o treinador monitore os atletas para ver se o treinamento do dia anterior foi adaptado e, assim, decidir se pode dar uma carga maior”, explicou Cavalheiro.
A ação já é uma rotina no começo do ano. Mas com a rotina modificada por conta da pandemia, não foi possível que a seleção fosse até o Centro de Treinamento do Time Brasil. Por isso, o Laboratório Olímpico foi até o local de treino dos atletas.
“Nós já temos uma ligação com o Laboratório Olímpico. A equipe já foi ao Rio fazer algumas avaliações isoladas, sempre no início da temporada. Com a possibilidade do deslocamento de parte do Laboratório para os locais de treinamento, vimos que poderia ser muito importante para nós”, avaliou Lauro.
“Essa é uma ação que começou ainda com o Jesús (Morlán). No ano passado e esse ano, temos vindo mais vezes a Lagoa Santa e a Capitólio, trazendo todas as áreas das ciências do esporte para os diferentes treinamentos. E isso tem dado resultado, como pudemos ver no Mundial da Hungria de 2019”, completou Cavalheiro, lembrando das duas medalhas, ouro no C1 1000m e bronze no C2 1000m, conquistadas na competição em Szeged.
Para os atletas, essas informações podem ser determinantes na busca por um pódio em Tóquio 2020 daqui a alguns meses. “O Laboratório Olímpico está sempre dando informações necessárias para o técnico, seja na hidratação, seja na alimentação. Estamos num nível em que todos os detalhes fazem a diferença. Então, é fundamental que o Laboratório dê esse suporte para alcançar aquele 'a mais' no nosso desempenho”, avaliou o medalhista olímpico Erlon Souza, prata no C2 1000m, ao lado de Isaquias Queiroz, no Rio 2016.