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Jogos da Juventude

Maria Clara Cunha, promessa de Goiás, conquista 1ª medalha de ouro do triatlo na história dos Jogos da Juventude

Jovem pratica a modalidade junto com suas duas irmãs e dominou a prova feminina; Arthur Morer (PR) foi o campeão no masculino; modalidade chega ao fim nesta sexta (8), com a equipe mista

Por Comitê Olímpico do Brasil

7 de set, 2023 às 14:45 | 4 min de leitura

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A primeira medalha de ouro da história dos Jogos da Juventude no triatlo é de Goiás. Maria Clara Cunha, de 16 anos, foi a responsável pelo feito na manhã desta quinta-feira (07), no Magic Garden, em Ribeirão Preto (SP). Ela é a mais velha de três irmãs que vivem a modalidade, inspiradas pelo pai Maurício. Essa medalha começou a ser construída há sete anos, quando ela começou a praticar a modalidade em seu condomínio, e foi sendo lapidada nos últimos três anos, quando passou a integrar a equipe de André Villarinho, que hoje traçou uma estratégia especial junto com a atleta.

“Ela é muito boa nas três modalidades. Então, para tentar melhorar alguma coisa, focamos na transição. Sugeri que ela já pedalasse com o cinto que tem o número, o que não é obrigatório na parte de ciclismo. Então, quando ela chegou atrás na transição para a corrida, não precisou perder tempo para colocar o número. Isso fez diferença”, analisou André, que é pai de Diogo Villarinho, medalhista nos Jogos Pan-americanos nas águas abertas.

“Eu dei o meu melhor, mesmo voltando de lesão. Consegui sair da água na frente, mas no pedal uma menina me passou. Na transição consegui passar ela e dei o meu melhor na corrida”, analisou Maria Clara, que treina com as irmãs Lara Beatriz e Ana Júlia, e é campeã pan-americana juvenil.

Maria Clara, de Goiás, recuperou liderança da prova na transição do ciclismo para a corrida - Foto: Beto Noval/COB


Para o treinador, o mais importante para que a menina siga se destacando é manter a motivação em alta, sem muita pressão. “É uma menina de futuro. Objetivo é fazê-la gostar de competir, treinar, estar no circuito. Isso é o mais importante. Por ela ser nova ainda, a gente trabalha muito a parte técnica. O volume de treino é compatível com a idade, não adianta massacrar no treino, porque ela tem um caminho longo pela frente. Importante ter uma boa formação técnica, dar uma base de treinamento para que, no futuro, ela dispute um sul-americano, um pan-americano no adulto”, analisou André.

O triatlo é uma modalidade em que a maturidade competitiva é mais tardia. A média de idade do pódio olímpico feminino nos Jogos de Tóquio 2020 foi de 29,3 anos. Flora Duffy (30 anos), de Bermudas, levou o ouro; a prata foi de Georgia Taylor-Brown (27 anos), da Grã-Bretanha; e Katie Zaferes (31), dos Estados Unidos, pegou o bronze. Se depender da paixão de Maria Clara, a família seguirá na modalidade por muitos anos.

“Eu gosto muito das três modalidades, não tenho uma preferida. Meu pai é o meu maior incentivador, minhas duas irmãs e meu pai. Dedico essa medalha para todo mundo que torceu para mim e me ajudou a chegar até aqui”, analisou.

Kawani Sofia, de Pernambuco, conquista a prata no sprint final

Maria Clara dominou a prova com certa tranquilidade, o que permitiu que a disputa pela prata fosse a mais emocionante da prova feminina. Na reta final, a cerca de 200m da chegada, Kawani Sofia, de Pernambuco, emparelhou com Maria Luiza Oliveira, de São Paulo, e acabou ultrapassando a paulista quase em cima da linha de chegada. Uma medalha muito comemorada pela pernambucana, que já havia faturado outras três no ciclismo.

“O último gás veio justamente da minha treinadora, a Ceça, que estava o tempo todo me acompanhando e, também, a torcida que me ajudou muito. Não posso mentir: não estava acreditando muito em mim mesma, mas, graças aos meus técnicos e aos meus fãs, consegui essa medalha”, contou Kawani.

Kawani Sofia, de Pernambuco, ultrapassa Maria Luiza, de São Paulo, quase na linha de chegada - Foto: Beto Noval/COB


“Na hora que eu vi a oportunidade de passar a segunda colocada, veio um filme na cabeça, de tudo que eu passei, tudo que tive que superar para estar aqui. Com certeza, essa medalha dá uma motivação a mais pro triatlo. Faz mais de 1 ano, quase dois, que eu não fazia uma prova da modalidade, era mais pela experiência. Esse segundo lugar é como se fosse o primeiro”, completou.

Triatlo nos Jogos da Juventude

A estreia do triatlo nos Jogos da Juventude teve ainda o título de Arthur Morer (PR) no individual masculino, com Rodrigo Coelho (ES) em segundo e Guilherme Henrique (PE) em terceiro. O percurso teve 300m de natação, 6km de ciclismo e 1.7km de corrida. A modalidade fecha a participação em Ribeirão Preto 2023 com as disputas da equipe mista, a partir das 9h, no Magic Gardens.

Marco La Porta, vice-presidente do COB, e Kenji Saito, diretor dos Jogos da Juventude, acompanham estreia do triatlo - Foto: Beto Noval/COB

“Uma estreia muito importante para a modalidade. O triatlo há muitos anos buscava a inserção nos Jogos da Juventude. Permite que a garotada dessa idade, de 15 a 17 anos, tenha uma competição muito bem organizada pelo COB, pela cidade de Ribeirão Preto, pela Federação Paulista e pela Confederação Brasileira para mostrar trabalho. Um dos objetivos dos Jogos da Juventude é tornar possível aos jovens competirem no mais alto nível e revelar novos talentos do esporte brasileiro”, disse Marco La Porta, vice-presidente do COB, que acompanhou a competição.

Para o diretor dos Jogos da Juventude, Kenji Saito, o nível técnico da disputa mostra que a modalidade está num bom patamar, mas há margem para crescimento da modalidade em todo país entre os atletas mais jovens. “Acredito que ter o triatlo nos Jogos da Juventude foi muito importante para a modalidade porque estimula que os estados desenvolvam mais essa modalidade, assim como foi com outras disciplinas anteriormente. As disputas intensas desta quinta mostraram que o nível técnico de alguns estados está bastante avançado e, por isso, queremos oportunizar a difusão dessa modalidade em todo o território”, completou.

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