Troca de conhecimento é um dos pilares dos Jogos da Juventude
Entre as ações estão reuniões com equipes médicas dos estados com dados de lesões das edições anteriores; e os testes no Centro de Avaliação e Monitoramento acompanhados pelas comissões técnicas

Os Jogos
da Juventude não são apenas a porta de entrada dos jovens atletas em um grande evento multiesportivo. Funcionam também como um grande produtor de conhecimento em
diversas áreas. Na área médica, por exemplo, os dados produzidos, compilados e
analisados pelos especialistas do Comitê Olímpico do Brasil (COB) são
repassados para os médicos e fisioterapeutas que compõem as delegações
estaduais. Isso serve não apenas para direcionar o trabalho, como para que
eles possam trabalhar na prevenção das lesões. Por outro lado, o COB também
adquire novos conhecimentos com os profissionais que vivem a realidade de cada
uma das Unidades Federativas.
“As principais trocas de informações dos Jogos da Juventude acontecem quando
conversamos com os profissionais de outros estados. Todos sabem o que fazer de
acordo com cada caso. A diferença vai ser como fazer, de acordo com a
realidade de cada um. Aprendemos a nos adequar quando não temos determinados
equipamentos e usamos novas técnicas que não dependem de instrumentos. Eles nos
ensinam também como são as rotinas em seus estados, e assim entendemos melhor o
perfil dos seus atletas”, contou o chefe-médico dos Jogos da Juventude, Doutor
Rodrigo Brochetto. A reunião, que também contou com os profissionais do SAMU de
Ribeirão Preto, foi realizada antes do início da competição, e contou com a
presença de Kenji Saito, diretor dos Jogos da Juventude.
Outra importante troca de saberes é realizada no Centro de Avaliação e Monitoramento
(CAM). Os profissionais de educação física que fazem parte do staff das delegações
estaduais podem acompanhar e reproduzir os testes em suas localidades e, assim,
conhecer mais sobre os seus atletas. Nesse caso, não há uma reunião formal,
como no caso da equipe médica, mas as conversas e feedbacks dos avaliadores com
as comissões técnicas são constantes. E, claro, os atletas acompanham uns aos
outros durante as avaliações e se comparam.
“Para os Jogos trazemos os equipamentos do COB, mas tudo pode ser feito na
escola com materiais básicos como trenas, giz, fitas métricas, cronômetros. Pegamos
dados básicos de antropometria e fazemos testes de potência, agilidade e
velocidade. Todos os nossos testes são validados e utilizados mundialmente”,
conta Felipe Lucero, supervisor de Ciência e Tecnologia Esportiva do COB.
Além disso, as Confederações terão acesso, a partir do ano que vem, a esses
dados de maneira digital. O objetivo é ter tabelas de referência para os
professores em todo o Brasil poderem comparar resultados obtidos nas suas
avaliações com os melhores atletas em idade escolar do Brasil.
“Todos os dados estão sendo tratados pela nossa equipe de Tecnologia Esportiva
para criar perfis dos melhores atletas do Brasil. Temos uma projeção de que os
primeiros estudos já saem no primeiro semestre de 2024. Hoje, já temos uma base
de dados consistente que vai proporcionar cortes dos resultados por idades,
sexo, modalidade, estado e região”.
A troca de informações, conhecimentos e experiências abre novos caminhos,
principalmente porque outras pessoas também podem participar e colaborar,
gerando uma ampla rede de produção de conteúdo. Como resumiu Brochetto, é um
jogo em que só há ganhadores.
“Essa transferência de conhecimento é fundamental. Todos ganham com essa troca
e, com certeza, saem melhores tanto profissionalmente quanto pessoalmente dos
Jogos da Juventude”.