Waldemar Blatkauskas começou a carreira no Regatas, em Campinas. Depois de passar rapidamente pelo Tietê e por São Carlos, fez sucesso jogando pelo XV de Piracicaba, para onde se transferiu ao final de 1959.

Estudava educação física em São Carlos, se destacou pela seleção universitária e se tornou peça importante no momento mais vitorioso do basquete masculino brasileiro. Foi bicampeão mundial (1959 e 1963) e medalhista olímpico em 1960. 

Waldemar faleceu em março de 1964. Ele dirigia seu Fusca pela Rodovia Anhanguera, ainda de faixa única, quando, ao tentar fazer uma ultrapassagem, foi obrigado a voltar bruscamente entre um caminhão e uma motoniveladora para desviar do carro que vinha na direção contrária. Nesse retorno, o ala, que ia de Campinas para Americana visitar a noiva, teve o seu Fusca prensado. 

Kanela, técnico da seleção, o chamava de Verdemar, por causa dos olhos. Os colegas, de ‘Voz de Veludo’, por causa da forma que imitava o cantor Nelson Gonçalves. Waldemar era tímido e tentava esconder dos amigos que, nas madrugadas de São Carlos, ele fora Almir Costa, apresentador de um programa de jazz em uma rádio local. 

O programa durou até que Waldemar trocou as aulas de educação física em São Carlos pelo curso de direito, no Mackenzie, em São Paulo. Na capital, passou a defender o Tietê. Quando morreu, defendia o XV.

O acidente aconteceu durante o Brasileiro de Seleções, que Waldemar havia pedido licença de jogar. Como homenagem, a seleção paulista decidiu permanecer no Brasileiro, que começaria na sequência, e vencer todos os noves jogos por placares centenários, meta facilmente alcançada. O time passou a ser conhecido como Cem-Cem.