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Milão-Cortina

A três meses dos Jogos Olímpicos de Inverno, Nicole Silveira testa pista em Cortina

Brasileira afirma que conhecer a pista antes dos Jogos reduz incertezas, exalta identidade brasileira no trenó e capacete e se sente mais madura desde Pequim 2022

Por Comitê Olímpico do Brasil

6 de nov, 2025 às 09:00 | 5 minutos de leitura

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Marina Ziehe/COB

Faltam três meses para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina 2026, e a brasileira do skeleton, Nicole Silveira, celebrou a oportunidade de testar a pista olímpica que será palco das competições em fevereiro. A atleta já está em Cortina D’Ampezzo para uma série de treinamentos no local que abrigará a disputa dos Jogos Olímpicos do skeleton, bobsled e luge. Antes disso, Nicole disputará a etapa da Copa do Mundo que abre a temporada pré-olímpica no próximo dia 21 de novembro. Para a atleta, sentir o gelo antes da competição oficial significa “conhece o palco antes do grande show”. 

“Ter a oportunidade de testar a pista olímpica antes dos Jogos faz uma grande diferença. A gente só descobre de verdade como uma pista se comporta quando está lá, sentindo as curvas, o gelo, o ritmo. Cada pista tem sua personalidade, e poder entendê-la com antecedência me dá confiança e clareza para saber no que focar nos próximos meses de preparação. Ajuda a tirar aquele ‘medo’ ou ‘ponto de interrogação’. É como conhecer o palco antes do grande show”, afirmou.

Há cerca de três semanas Nicole revelou o novo design do trenó que usará na temporada decisiva para a classificação para os próximos Jogos Olímpicos. O equipamento, claro, valoriza as cores e a bandeira do Brasil, mas traz outros detalhes que, assim como no capacete, misturam elementos da cultura do país com características da “braba do gelo”. 

“Meu trenó e capacete são muito especiais pra mim, eles representam quem eu sou e de onde venho. O trenó traz as cores do Brasil e o olho de um leão, que simboliza força, coragem e a alma vibrante do nosso país. Também tem as palavras ‘Milano Cortina 2026’ no olho, que simboliza um dos meus objetivos", contou. 

“Já o capacete tem a arara, um símbolo muito brasileiro, que representa liberdade, beleza e voz da nossa natureza, a cor e a energia do nosso país. Atrás, coloquei também o símbolo da enfermagem, porque sou enfermeira formada e isso faz parte de quem eu sou: cuidar, lutar e representar com o coração.” 

Em Pequim 2022, Nicole conquistou o melhor resultado do Brasil em esportes no gelo nos Jogos Olímpicos, o 13º lugar no skeleton. A primeira experiência olímpica ainda permanece como marco. Não como ápice, mas sim como o início de uma versão mais madura da atleta. 

“Evoluí muito fisicamente, com treinos mais específicos e uma base mais sólida de força e velocidade. Também ganhei mais anos de experiência, que faz muita diferença. Mas, acima de tudo, cresci mentalmente. Aprendi a lidar melhor com as expectativas, com a pressão e ter equilíbrio entre intensidade e leveza. Hoje me sinto mais madura, mais confiante e pronta pra aproveitar cada momento do caminho até 2026”, avaliou. 

E a evolução comentada pela atleta se fez notar nos resultados nas pistas, especialmente na última temporada: em novembro de 2024 conquistou o bronze na etapa de PyeongChang – o primeiro pódio do Brasil em um torneio do tipo nos esportes Olímpicos de inverno. Repetiu o bronze na etapa de St. Moritz semanas depois. Em janeiro de 2025, conquistou o inédito título pan-americano da modalidade e chegou ao top 5 no ranking internacional. O maior feito da carreira até então estava reservado para o encerramento da temporada. Em março deste ano conquistou a quarta colocação no Mundial de Skeleton, o melhor resultado de um atleta brasileiro em Mundiais de esportes Olímpicos de inverno. 

Depois de tantos feitos inéditos, a gaúcha de Rio Grande encerrou a entrevista ao site do Comitê Olímpico do Brasil com uma mensagem à torcida brasileira, que segue acompanhando sua trajetória rumo à segunda participação olímpica. 

“Quero agradecer de coração por todo o carinho e apoio que recebo do Brasil. Cada mensagem, cada torcida, faz diferença. Prometo dar o meu melhor em cada descida, com a garra e o coração que representam o nosso país. Que sigamos juntos, acreditando e mostrando que o Brasil também pode brilhar nos esportes de inverno.” 

Skeleton maculino 

A classificação para os próximos Jogos Olímpicos de Nicole passa pelo desempenho nas sete etapas da Copa do Mundo de skeleton até janeiro. Ela deverá participar dos torneios em Cortina d’Ampezzo (Itália), no dia 21 desse mês, Innsbruck (Áustria), Lillehammer (Noruega), Sigulda (Letônia), Winterberg (Alemanha), St. Moritz (Suíça) e Altenberg (Alemanha). 

Além de Nicole, o Brasil também busca uma classificação inédita no skeleton masculino. O representante brasileiro é Eduardo Strapasson que buscará a vaga Olímpica em Milão-Cortina 2026 por meio da Copa América da modalidade. São sete provas nas três pistas do continente – Whistler (2 etapas), no Canadá, Park City (2 etapas) e Lake Placid (3 etapas), nos Estados Unidos - entre novembro e janeiro de 2026. 

Vagas garantidas

O Brasil conta até o momento com cinco vagas garantidas em Milão-Cortina 2026: uma do esqui alpino masculino, uma do esqui alpino feminino, duas do esqui cross-country feminino e uma do esqui cross-country masculino. A única atleta nominalmente convocada até o momento é Eduarda Ribera, do esqui cross-country. 

A expectativa é que o Brasil tenha de 13 a 20 atletas nos próximos Jogos, com representantes em modalidades como biatlo, bobsled, esqui estilo livre, patinação velocidade em pista curta, patinação velocidade e snowboard. 

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