Brasil faz estreia olímpica no snowboard halfpipe e no revezamento misto do esqui cross country no último dia de Gangwon 2024
João Teixeira foi 15º na modalidade com prancha, enquanto Júlia Reis, Mariana Silva, Gabriel Santos e Ian Francisco colocaram o Brasil em 24º na competição por equipes
O último dia de disputas nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon
2024 foi marcado por estreias do Brasil. O país foi uma das 24 nações no
revezamento misto por equipes, prova que estreou no programa da competição
nessa edição. Júlia
Reis, Mariana Silva, Gabriel Santos e Ian Francisco formaram o time do Brasil e completaram
a prova de 20km. Além disso, o país esteve representado no snowboard
halfpipe pela primeira vez e João Teixeira acabou na 15ª colocação.
“Foi muito massa, incrível mesmo. Foi como se fosse um videogame, não posso
acreditar. Toda a organização, a pista e a estrutura que tivemos, foi tudo
muito bom. Acho que tive um bom desempenho, mas tenho um certo bloqueio nessa
manobra que tentei executar e acabei caindo. Na primeira descida, deu tudo
certo e foi muito incrível fazer as manobras. Tenho que agradecer a todos
porque foi um esforço conjunto muito grande para eu estar aqui, não só meu”,
disse João.
O garoto de 16 anos que nasceu no “fim do mundo”, na cidade de Ushuaia, na
Argentina, filho de mãe brasileira e pai argentino, escolheu defender o país
desde as primeiras competições. Ele começou a esquiar no país vizinho com menos
de dois anos e permaneceu na modalidade até os sete, quando o irmão mais velho
dele, Augustinho, decidir migrar para o snowboard.
Em Gangwon 2024, João
conseguiu 35.25 de nota na primeira descida, ficando em 11º lugar. Na segunda,
com a queda, acabou conseguindo apenas 12.75 por uma manobra executada. Mesmo
com a menor nota descartada, acabou ficando na 15ª colocação. Para ele,
disputar uma prova de nível olímpico trouxe novos conhecimentos que serão importantes
para seguir a vida de atleta.
“Saio daqui com um pouco mais de confiança no que eu posso fazer. Tiveram
vários bons atletas, com manobras muito boas. Ter competido aqui foi uma
provinha do que podem ser os Jogos Olímpicos. Eu não consegui terminar minha
segunda descida. Então, quero melhorar, fazer mais manobras, duplos e triplos,
até ficar no mais alto nível e voltar aos Jogos Olímpicos para fazer minhas
duas descidas. É isso que eu quero”, completou.
Vale lembrar que o snowboard é a modalidade em que o Brasil tem os melhores
resultados em Jogos de Inverno. Em Gangwon 2024, Zion Bethonico conseguiu o bronze no snowboard cross, a
primeira medalha olímpica do país em esportes de gelo ou neve. Considerando
os Jogos Olímpicos sem limite de idade, o melhor desempenho do Brasil na
história é também no snowboard cross, com o 9º lugar de Isabel Clark em Turim
2006.
Brasil disputa revezamento misto por equipes no esqui cross country
Uma das novidades para Gangwon 2024 foi a inclusão da inédita prova do revezamento misto por equipes. O Brasil foi um dos 24 países aptos a disputar a prova por ter tido quatro atletas classificados para a competição, sendo dois em cada naipe, e o único da América Latina a conseguir o feito. Foi a primeira vez que o país participou de uma prova de revezamento completo em competições de inverno.
Nessa prova, cada competidor percorreu um trajeto de 5km usando uma das técnicas – livre ou clássica. Ou seja, um homem deu uma volta usando o estilo clássico e o outro, o estilo livre. Com as mulheres será a mesma coisa. Homens e mulheres também se revezam na hora de entrar na pista. A Alemanha foi o primeiro país a completar o total de 20km em menos tempo e levou o ouro, seguido por França e Suíça, respectivamente.
Para o Brasil, Júlia Reis abriu a prova fazendo o estilo clássico com o tempo de 19:56.4. No mesmo estilo, Gabriel Santos foi o segundo a entrar na pista e marcou 17:40.7. Mariana Silva foi a terceira e marcou 18:41.6 no estilo livre. Fechando a prova, Ian Francisco da Silva percorreu os 5km em 15:46.0. No total, o Brasil completou a prova com o tempo de 1:12:04.7, em 24º.
“Foi muito importante para o Brasil participar dessa prova, a primeira de revezamento misto na história do país em eventos olímpicos. E isso só foi possível pela quantidade de atletas classificados do Brasil. É mais uma prova de que o trabalho de captação e retenção de atletas está dando resultados e que a modalidade segue evoluindo a cada participação olímpica”, disse Pedro Cavazzoni, chefe da equipe de neve do Brasil em Gangwon.