Em revanche de Paris 2024, Maria Clara Pacheco conquista ouro para o Brasil no taekwondo
Brasileira desbancou a ex-campeã mundial, Luo Zongshi, da China, que a derrotou nas quartas de final na última edição nos Jogos Olímpicos

Jogos Olímpicos Paris 2024 - Taekwondo feminino - Maria Clara Pacheco (azul) enfrenta a chinesa Luo Zongshi nas quartas de final da categoria até 57kg. - Foto: Wander Roberto/COB
Com apenas 21 anos, Maria Clara Pacheco fez história para o taekwondo feminino brasileiro. A atleta conquistou a medalha de ouro no Grand Prix de Taekwondo de Charlotte, nos Estados Unidos, ao derrotar Luo Zongshi, chinesa que a eliminou nas quartas de final nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O resultado concretiza Maria Clara como uma das maiores revelações da modalidade e a coloca entre as principais atletas de taekwondo do país.
“Estou muito feliz com essa medalha, para mim isso significa que estamos acertando, que estou crescendo e evoluindo a cada competição. Me sinto muito mais confiante para o restante desse ciclo”, falou.
Na última sexta-feira, 13 de junho, Maria Clara venceu Luo Zongshi na decisão da categoria feminina 57kg por 2 a 0 (17/0 e 12/0). A atleta chinesa foi campeã mundial em 2022 e sete vezes campeã em etapas do Circuito do nível Grand Prix. Pouco mais de 10 meses depois da luta decisiva nos Jogos Olímpicos, a brasileira ressalta mudanças importantes na sua trajetória que possibilitaram a revanche contra a adversária.
“Desde os Jogos Olímpicos tive diversas mudanças na minha carreira, troquei de treinador e de preparador físico e, com o apoio da Confederação Brasileira, lutei mais competições de alto nível e participei de campings internacionais buscando experiência”, contou.
A atleta ainda destacou o bom preparo físico e a experiência que vem adquirindo em outras competições. “Acredito que a preparação física, alinhada com a estratégia certa, e alguma bagagem a mais, fizeram a diferença dessa vez”, concluiu.
O Grand Prix de Taekwondo é disputado desde 2014, com três etapas por temporada. Antes da conquista de Maria Clara, o Brasil havia conquistado apenas dois ouros, com Maicon Andrade, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.
Natural de Santos (SP), a atleta sempre foi apaixonada por esportes. Começou logo aos 5 anos, com a capoeira, e desde então, nunca ficou sem praticar algum esporte. Em 2014, após experimentar o jazz e o ballet, Maria Clara quis tentar alguma arte marcial. Foi então que encontrou o projeto social Projeto NTKD em São Vicente. “Peguei gosto pelo taekwondo e decidi abandonar os outros esportes para me dedicar só a ele”, contou.
Maria Clara está construindo uma carreira sólida na modalidade. Há seis anos, foi campeã no Pan-Americano Júnior de Cali 2019. Em 2023, em seu primeiro ano no adulto, a atleta foi bronze no Mundial de Taekwondo de Baku, no Azerbaijão, e prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Hoje, a atleta está em uma das melhores fases da carreira e segue dedicada para continuar evoluindo na modalidade.
“Desde o final do ano passado, sinto que a cada competição que passa estou um pouco melhor em diversos aspectos. E, dessa vez, não foi diferente. Nessa competição apresentei minha melhor performance até hoje e espero continuar melhorando a cada luta”, disse.
Maria Clara segue motivada para conquistar ainda mais títulos e, segundo ela, tem suas principais inspirações ao seu lado nos treinos diários. “Minhas maiores referências são meus próprios parceiros de treino. Tanto o treinador, José Carlos Figueiredo Coelho Junior, quanto os atletas da minha equipe. Eles são grandes inspirações para mim, pela qualidade como profissionais, claro, mas principalmente pela mentalidade forte e disciplina”, divide.
Ainda este ano, Maria Clara vai disputar mais duas etapas de Grand Prix Challenge, além dos Jogos Mundiais Universitários. Mas o objetivo principal deste ano será em outubro: o Campeonato Mundial, que será disputado na China.