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Fabiana Murer comenta recordes de Juliana Campos: “o salto com vara no Brasil começa a brilhar de novo”

Brasileira atingiu a marca de 4,68m e tem expectativa alta para o ciclo de Los Angeles 2028

Por Comitê Olímpico do Brasil

9 de jul, 2025 às 14:23 | 4min de leitura

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Juliana Campos na disputa das eliminatórias dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Foto: Wander Roberto/COB

A bandeira amarelinha voltou ao topo Mundial do salto com vara. Em boa fase, Juliana soma resultados históricos e pontos importantes no ranking mundial. Desde 2016, uma atleta brasileira não atingia a marca de 4,68m em uma prova, quebrando três vezes sua melhor marca pessoal. As brasileiras foram colegas de treino em São Caetano do Sul e, para Fabiana, as duas tem semelhanças. 

 

“A Juliana treinou junto comigo quando eu já estava parando, e na época ela já era uma grande promessa. Ela é alta, fez ginástica artística como eu, então todo mundo colocava uma esperança nela”, contou a campeã mundial Fabiana Murer, que tinha o recorde sul-americano de salto anteriormente. “Às vezes eu vou lá, dou uns palpites, e ela usa as varas que eu saltava também”, conta. 

 

Não à toa, Juliana vem se superando e tem Fabiana como grande inspiração na carreira. "Estou muito feliz por bater meu personal best (PB) já três vezes esse ano. Fico feliz por ter alcançado marcas que só a Fabiana conseguiu no Brasil. Ela é uma inspiração, quero poder trilhar o caminho que trilhou e conquistar novas alturas", disse Juliana.

 

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Fabiana Murer, de amarelo, com a equipe feminina do salto com vara do Brasil. Juliana Campos é a atleta de branco da ponta direita. Foto: Reprodução

 

O Brasil tem uma tradição na modalidade e costuma levar os atletas ao pódio em Jogos Olímpicos e Mundiais. O maior vencedor brasileiro foi Thiago Braz, bicampeão olímpico, na Rio 2016 e Tóquio 2020, e atual recordista sul-americano da modalidade. Ele é um dos nove atletas no mundo que saltaram acima dos seis metros de altura. 

 

Ano Positivo

“Esse ano ela conseguiu melhorar a marca dela e eu fiquei muito contente de ver que ela começou a deslanchar novamente. Ela buscou esse resultado, esteve na Olimpíada (Paris 2024). Eu vejo que o salto com vara no Brasil começa a brilhar de novo”, afirmou Fabiana, que parou de competir após a Olimpíada do Rio 2016.

 

No último domingo, 6 de julho, Juliana fez história e garantiu a medalha de prata no Fly Athens, na Grécia, meeting da categoria Prata do World Athletics Continental Tour, saltando a 4,68m, quebrando três vezes sua melhor marca pessoal.

 

As outras duas marcas foram conquistadas em junho, no dia 2, em que a brasileira conquistou a medalha de ouro na LXI Palio Citta Della Quercia, na Itália, alcançando 4,63m. Resultado que já colocava a atleta como segunda melhor do Brasil e terceira da América do Sul. Logo depois, no dia 24, alcançou 4,66 m no Golden Spike de Ostrava, República Checa. Na ocasião, Juliana também foi prata.

 

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Juliana Campos na disputa das eliminatórias dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Foto: Wander Roberto/COB

 

A atleta já teve anos complicados e vem de um ciclo olímpico duro, em que foi até o limite para conseguir sua vaga nos Jogos de Paris 2024. Após disputar os Jogos lesionada, em que não chegou a atingir a marca de 4,70m para a final, ela tratou uma lesão no pé e projeta um ciclo melhor para Los Angeles 2028.

 

"Estou bem fisicamente, recuperada da fratura no pé depois de Paris. Inicialmente, ficamos em dúvida se fazia a temporada indoor e fiquei ansiosa se seria suficiente só a temporada outdoor para me qualificar para o Mundial de Tóquio. Vejo que foi a melhor decisão, consegui me preparar bem e funcionou. Muito feliz de ter tomado as decisões certas", disse Juliana.

 

Juliana começou sua trajetória de atleta na ginástica artística, em São Caetano do Sul, em 2003. Depois passou a competir pelo MESC, de São Bernardo do Campo, em 2005, e em 2009 foi para o Pinheiros, quando fez a transição para o atletismo. Com 28 anos, ela é integrante do Praia Clube, de Minas Gerais.

 

Este ano, a atleta está passando uma temporada de treinos em Padova, na Itália, onde integra um grupo de treinamento com mais três italianas, uma chilena e uma israelense. "É um bom lugar para treinar, e a gente consegue trocar figurinha. Estou feliz em todos os aspectos", afirma.

 

Juliana agora pensa em manter um caminho sólido para a classificação do Mundial, que será realizado no Japão, em setembro. "Meu objetivo é manter a boa constância em cada competição em que eu entro, melhorar a parte técnica nos treinos, e no dia da qualificação do Mundial ter um bom resultado e me classificar", disse. "Posso sonhar um pouco mais alto, a classificação para o Mundial está muito bem encaminhada", concluiu a atleta.

 

De acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo, o índice fixado pela Federação para o Mundial na modalidade é 4,73 m, mas pelos pontos já somados por Juliana no Ranking geral, ela está provisoriamente qualificada como campeã da área sul-americana e por sua posição no ROAD TO TOKYO.

 

Contente com os resultados da sucessora, Fabiana diz que a expectativa é grande para o próximo ciclo, mas que devemos ter calma. “É passo a passo, buscar uma final Olímpica e depois ir atrás de sonhos maiores, como foi comigo”, afirmou.

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