Importância e evolução do documentário esportivo é tema de painel na COB Expo
Profissionais do audiovisual ressaltam importância de obras que preservam a memória do esporte olímpico nacional
A história do esporte olímpico brasileiro documentada através das lentes do cinema e da televisão e a evolução da produção audiovisual esportiva foram debatidos no nesta quinta-feira, dia 26, na COB Expo. O painel “Audiovisual: como o esporte olímpico tem sido documentado” reuniu especialistas de diferentes gerações que trabalham na produção de conteúdo audiovisual.
O debate contou com a participação da jornalista Rosane Araújo, diretora do documentário sobre Maria Lenk, e de Luiz Paulo Moura, especialista em marketing esportivo, responsável por documentário sobre as bicampeãs olímpicas de vôlei. Fabrício Crepaldi, Gabriel Baron e Terni Castro, integrantes da equipe de Comunicação do Comitê Olímpico do Brasil, e que dirigiram os documentários originais do COB, “Vanderlei: pernas, cabeça e coração” e "Baloubet: drama e glória de um gladiador", completaram a mesa. Bernard Rajzman, membro do Comitê Olímpico Internacional e medalha de prata em Los Angeles 1984, esteve presente na plateia e celebrou a iniciativa de valorizar a memória olímpica através das obras audiovisuais.
“Esse é o propósito deste painel. Ressaltar a importância de valorizar a memória do esporte olímpico brasileiro”, sintetizou Terni Castro, diretor do documentário sobre o martonista Vanderlei Cordeiro ao lado de Diogo Ventureli. Recentemente, o filme ganhou o prêmio principal da 6ª edição do Festival de Cinema de Esportes, o CineEsporte, realizado no Rio de Janeiro.
Rosane Araújo trabalhou durante 30 anos na editoria de esportes da TV Globo e ocupou o cargo de editora-chefe do Esporte Espetacular, sendo a primeira mulher a ocupar esta posição, em 50 anos de história do programa. Atualmente é sócia-diretora da MoveMe Produções Audiovisuais e Culturais. Em março de 2024, publicou a série “Maria Lenk, de braços abertos” no canal Sportv/Globoplay, sobre a pioneira da natação, Maria Lenk.
Desbravadora do jornalismo esportivo, ela acompanhou de perto a evolução da produção audiovisual no esporte e as mudanças de abordagem e formato da produção audiovisual ao longo das últimas décadas. “Estou no jornalismo esportivo há muitos anos e era necessário muita gente e equipamentos para produzir um conteúdo. Hoje tudo está no celular, o que proporcionou uma mudança de linguagem e evolução. Essa popularização do audiovisual é muito legal. Vimos isso nos Jogos Olímpicos e ainda tem muita coisa para acontecer”, observou Rosane.
O último trabalho audiovisual do especialista em marketing esportivo Luiz Paulo Moura também é voltado às mulheres olímpicas. O documentário “As bicampeãs” conta a história das seis atletas de vôlei duas vezes medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Ele é atualmente sócio-diretor do Sportlab, agência criada com o objetivo de oferecer ao mercado novas forma de criar e entregar conteúdos e experiências no esporte.
“O esporte como entretenimento, como mídia, está dependente ao tempo de tela nas suas propriedades. Todas as transformações abrem um campo enorme para trabalharmos essa documentação do esporte. Isso se intensificou com o amadurecimento da gestão esportiva e isso é demonstrado pela área estruturada no COB. O mercado brasileiro está mostrando isso de forma acelerada. Vem muita coisa nova por aí e temos que estar próximos do audiovisual para documentar a história do esporte brasileiro”, ressaltou Luiz Paulo.
Videomaker do COB e com passagem pela comunicação do Botafogo, Gabriel Baron destacou a mudança do papel dos profissionais de filmagem na produção de vídeo. “Hoje as redes sociais todo mundo consegue fazer um conteúdo especial. Muito importante aliar a qualidade com o conteúdo. O videomaker é um profissional multifunção. Essa mudança de perspectiva está muito em voga. Isso dá um diferencial. Hoje todos os clubes e entidades esportivas são produtores de conteúdo e tivemos que nos adequar a isso para trazer essa qualidade”, refletiu o profissional que trabalha com esporte desde 2012 e já atuou em todos os setores da produção audiovisual.
Diretor do documentário sobre o cavalo campeão olímpico Baloubet du Rouet, o jornalista Fabrício Crepaldi contou bastidores e detalhes curiosos do processo de elaboração do documentário
“Temos novas maneiras de documentar. Hoje a gente consegue colocar esse material em várias plataformas e se conectar com o público jovem. Trazer essa história para crianças e adolescentes que estão conectados o tempo todo é um ganho importante e faz com que o esporte olímpico chegue cada vez mais para esse público que precisa conhecer as histórias dos nossos heróis”, ressaltou Fabricio Crepaldi.