Treinadora personagem da Turma da Mônica orienta atleta brasileira do biatlo
Mirlene Picin, que inspirou “Mika”, da Turma da Mônica Jovem, acompanhou Mariana Silva na última prova da modalidade nesta terça-feira, 23; atleta segue na Coreia para o esqui cross country
O Brasil encerrou a sua participação no biatlo nesta terça-feira, 23, com a
disputa da prova de 6km Sprint. Mariana ficou na 89ª posição depois de acertar 4
dos 10 tiros e completar o percurso com o tempo de 34:37.0, como a melhor
sul-americana da prova. Ela ficou à frente de atletas da Mongólia, Eslováquia,
Coreia do Sul, Macedônia do Norte, Chile e Cazaquistão e, assim, superou o desempenho
de Lausanne 2020. Mas chama a atenção o fato de a treinadora da atleta na
competição, Mirlene Picin, ter sido conhecida por Mariana antes delas se
encontrarem pessoalmente.
“Quando eu vi que ela postou que viria para Gangwon, pensei: Meu Deus, é a Mika!
É incrível ter uma técnica que é personagem da turma da Mônica. Nem acreditei
quando vi”, contou Mariana.
“É um pouco engraçado e estranho porque na maioria das vezes me esqueço do
personagem por estar sempre junto com os demais atletas do Brasil. É muito
natural, corriqueiro, mas sei que as novas gerações que vão chegando para a equipe
provavelmente me conhecerão primeiro pela personagem”, contou Mirlene, que inspirou
a personagem Mika, da Turma da Mônica Jovem.
Além de treinadora e atleta do biatlo, Mirlene ainda compete no esqui cross country e corrida de montanha. A esportista teve sua estreia na parceria da Panini com a Maurício de Sousa Produções na edição Chico Bento Moço Nº 73 – Competição Na Neve de 2020, e desde setembro do ano passado está de volta, dessa vez como personagem em Turma da Mônica Jovem.
Assim como a Mônica inspirou e acompanhou a atleta e treinadora em sua carreira – através da leitura – a história mostra também como a força da destemida esportista também inspira a Dona da Rua e leitores de todas as idades. A intenção da publicação é justamente mostrar mais as modalidades de inverno e incentivar a prática delas mesmo num país tropical como o Brasil.
“Ler a história dela na revistinha e depois ter ela pessoalmente me dando dicas, me orientando para melhorar foi muito legal. Não é todo dia que a gente está do lado de um personagem de desenho”, contou Mariana.
“A intenção da Mauricio de Sousa Produções é justamente inspirar e motivar pelos exemplos. Vendo que a Mariana falou, acredito que de alguma maneira atingimos isso. Através da minha história que é real, os mais jovens podem se dar conta de que podem construir a própria história dentro ou fora do esporte, batalhando pelos seus sonhos”, contou Mirlene.
Mariana fez sua estreia em Gangwon 2024 na prova individual 10km. Ela teve muitas dificuldades com o percurso, mas conseguiu cumprir o objetivo de completar a prova com o tempo de 59:43.8, na 93ª colocação, à frente de outras cinco atletas. Atleta e treinadora consideram que o desempenho evoluiu de uma prova para a outra e há margem para seguir crescendo.
“Hoje a condição climática era muito diferente do primeiro dia e bem pior, com muito vento e rajadas que variavam a direção. Isso dificulta muito tanto o esqui quanto o tiro. Além disso, o frio de -17° é bem complicado para se fazer um esforço físico intenso como o biathlon. Os atletas perdem até a percepção do gasto de energia, se está dentro do previsto para o desempenho ou não. Mas acredito que de maneira geral, evoluímos de uma prova para a outra e também em comparação com os últimos Jogos da Juventude de Inverno”, analisou Mirlene.
“Foi uma prova muito difícil muito evento, neve
estava escorregadia, vento empurrando muito. Acho que pela distância maior, em
questão do percurso a primeiro foi um pouco mais difícil, até porque eram mais
voltas, mas as condições do tempo hoje estavam piores. Minha meta era acertar
bastante tiros, acertar a respiração para depois atirar, e esquiar bastante
focada na técnica. Acho que consegui”, analisou Mariana, que agora foca na
disputa das provas do esqui cross country, que serão realizadas no mesmo local,
a partir do dia 29.
“Conhecer a pista, onde são os pontos de atenção, onde eu tenho mais facilidade,
vai me ajudar no desempenho no esqui cross country”, completou a atleta.