Vôlei de praia estreia com vitórias, calor, ansiedade e emoção nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Alison/Álvaro e Ágatha/Duda ganharam seus jogos no Shiokaze Park por 2 sets a 0; Brasil ainda terá duas estreias
Com muito calor, ansiedade e emoção, as duplas brasileiras de vôlei de praia estrearam com vitória nos Jogos Tóquio 2020 na manhã deste sábado, 24, no Japão (noite de sexta no Brasil). Alison e Álvaro derrotaram os argentinos Azzad e Capogrosso, por 2 a 0 (21/16 e 21/7). Já Agatha e Duda também passaram pelas argentinas Gallay e Pereyra, por 2 a 0 (21/19 e 21/11).
No primeiro jogo no Shiokaze Park, as parcerias sentiram muito o calor. Alison recorreu diversas vezes a um colete gelado para se refrescar, equipamento colocado à disposição dos atletas pelo COB.
“O calor aqui é muito úmido, estamos suando mais do que o normal, sem ventar fica mais quente ainda e parece que a falta de público deixa ainda mais quente”, afirmou Alison, prata em Londres 2012 e ouro no Rio 2016.
“Viemos cedo para o Japão, mas mesmo adaptada você sente o calor. Em alguns momentos, eu tive que parar para respirar e me concentrar para conseguir fechar o ponto. Até o árbitro me lembrou que eu podia beber água nas trocas de lado da quadra”, disse Ágatha, prata no Rio 2016.
Estreantes nos Jogos Olímpicos, Duda e Álvaro sentiram a ansiedade da estreia, que os atrapalhou no início dos confrontos. Mas após alguns pontos, conseguiram jogar soltos.
“Estava feliz de estar ali dentro, mas senti a tensão. Meus primeiros Jogos Olímpicos e finalmente aconteceu! Mas quando começamos a jogar mais confiantes, nos comunicar e mostrar a alegria de estar ali, ganhamos”, afirmou a jogadora.
“A adrenalina que estou sentindo agora só senti quando meu filho nasceu”, disse Álvaro.
Com jogadores experientes que já provaram o gosto de ir ao pódio olímpico diante da torcida brasileira, as parcerias lamentaram a ausência de público por conta da pandemia.
“No Brasil tivemos um grande suporte, com muita gente torcendo. E aqui é esse silêncio. O desafio é colocar a nossa emoção no jogo porque não recebemos a emoção das pessoas. E jogar com emoção é importante para mim. Tenho que achá-la dentro de mim e colocar para fora”, disse Ágatha.
Alison, quando entrou na arena, fez um gesto para homenagear o público que não estava presente.
“Nas duas Olimpíadas que eu joguei a arena estava lotada pra me assistir. Quando eu entrei aqui eu apontei o dedo para cima e girei, em homenagem a todos os torcedores do mundo, como se a arena estivesse cheia. Me sinto emocionado porque lutamos muito para chegar aqui e espero que seja a maior Olimpíada de todos os tempos, com o mundo unido contra esse coronavírus”, afirmou.
O próximo compromisso de Alison e Álvaro é contra os norte-americanos Lucena e Dallhauser na terça, 27, às 12h do horário japonês (meia-noite de segunda no Brasil).
Ágatha e Duda jogam no mesmo dia, mas às 22h (10h de terça no horário brasileiro). Elas encaram as chinesas Wang e X. Y. Xia.
O Brasil ainda terá mais duas estreias no vôlei de praia. No domingo, 25, às 11h (23h de sábado no Brasil), Bruno Schmidt e Evandro fazem seu primeiro jogo na Shiokase Arena contra os primos chilenos Marco e Esteban Grimalt.
Ana Patrícia e Rebecca serão as últimas atletas do vôlei de praia a estrear em Tóquio. Elas encaram as quenianas Makokha e Khadambi na segunda, 26h, às 11h do Japão (23h de domingo no Brasil).
O torneio olímpico de Tóquio tem 24 equipes masculinas e 24 femininas divididas em seis grupos com quatro times cada um. Os times jogam entre si nos grupos e os dois mais bem colocados em cada grupo e os dois melhores terceiros avançam às oitavas de final. Os outros quatro terceiros colocados disputarão duas partidas, e os vencedores irão avançar à próxima fase. A partir daí, a competição segue em formato de mata-mata.