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Zion Bethonico faz história e conquista primeira medalha do Brasil em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude

Brasileiro foi bronze no snowboard cross em Gangwon 2024 e dedicou a medalha ao irmão, Noah, que o ajudou durante toda a carreira

Por Comitê Olímpico do Brasil

20 de jan, 2024 às 02:00 | 2 min de leitura

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O Brasil pode se orgulhar de ter uma medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de Inverno. A conquista histórica foi realizada na madrugada deste sábado, 20, por Zion Bethonico, que conquistou o bronze no snowboard cross nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024. E é uma medalha partilhada. Principalmente com o irmão, Noah.

“Eu dedico a minha medalha ao meu irmão Noah, que foi o meu diferencial. Ele esteve comigo o tempo todo. Durante a competição, depois de todas as minhas descidas, ele subiu comigo na gôndola fazendo uma revisão do percurso, procurando me ajudar a melhorar a cada nova bateria. Eu queria um pouco mais, tive que enfrentar alguns obstáculos na final, mas estou muito satisfeito. Essa medalha é para ele que é quem sempre esteve mais próximo”, contou Zion.

Rangel (pai), Zion e Noah Bethonico (irmão)
Rangel (pai), Zion e Noah Bethonico (irmão) com medalha em Gangwon 2024 - Foto: Marina Ziehe/COB

Até então, a melhor campanha do Brasil em Jogos da Juventude havia sido de Marley Linhares, oitavo colocado no monobob em Lillehammer 2016. Já a melhor campanha em Jogos Olímpicos de Inverno do Brasil era justamente na prova que Zion conquistou o bronze neste sábado, com a nona posição de Isabel Clark em Turim 2006. Se o Brasil ainda não tinha medalha nas modalidades olímpicas de gelo e neve, essa tem um “gostinho” ainda mais especial, por ter sido desenhada pelo arquiteto brasileiro Dante Akira Uwai.

“Essa medalha é um pedacinho do Brasil no outro lado do mundo. Começou com Dante desenhando a medalha e, felizmente, eu a levando para casa. Não só a medalha, mas ver a minha bandeira subindo foi muito bom”, contou o jovem de 17 anos.

Família, comissão técnica e staff do COB com Zion Bethonico - Foto: Marina Ziehe/COB

O feito de Zion fica ainda maior se analisarmos que essa é apenas a segunda medalha de países da América do Sul em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. A primeira foi a prata do colombiano Diego Amaya na patinação de velocidade em Lausanne 2020. Mas para o jovem de Florianópolis, apaixonado também por artes marciais e jogos eletrônico competitivos como League of Legends, Call of Duty e God of War, esse é só o começo e os planos para o futuro estão traçados.

“Estou um pouco preocupado porque estão arrumando muita entrevista para mim e eu tinha planejado ir para a academia hoje ainda com meus amigos”, disse entre risos. “Mas o plano é continuar com foco, seguir competindo forte e agora pegar um ouro nos Jogos Olímpicos adultos”, completou Zion.

Pódio do snowboard cross - Marina Ziehe/COB


A campanha de bronze do Brasil no snowboard cross em Gangwon 2024


Zion teve que fazer cinco baterias que valiam pontos para buscar a classificação para a próxima fase. Na primeira descida, Ele ficou na terceira posição, atrás de Mason Hamel (EUA) e Daisuke Muraoka (Japão) e somou dois pontos. Na segunda, superou Anthony Shelly (Canadá), Martxelo Tous (Espanha) e Csanad Vilhelem (Romênia) para vencer a bateria e colocar mais quatro pontos na conta. Na terceira, mais quatro pontos ao superar Tommaso Costa (Itália) e Yebin Kim (Coreia do Sul). Na penúltima bateria, liderou novamente, superando Oliver Sebesta (Eslováquia), Yitak Joo (Coreia do Sul) e Moritz Murer (Áustria). Por fim, na quinta descida em Welli Hilli, ele também venceu Olivier Gagne (Canadá) e Federico Casi (Itália).

Na somatória dos pontos, foi o quinto melhor da fase de classificação. Isso o colocou no grupo ao lado de Jonas Chollet (França), Kenta Kirchwehm (Alemanha) e Mason Hamel (Estados Unidos). E o brasileiro só foi superado pelo francês, avançando para a grande final. E na última bateria do dia, Zion decidiu fazer uma corrida segura, evitando sustos, e acabou na terceira colocação, atrás justamente de Chollet, que ficou com o ouro, e Anthony Shelly (Canadá).


Outros brasileiros neste sábado, 20, em Gangwon 2024


O curling brasileiro fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude com derrota para a Coreia do Sul. A equipe é formada por Pedro Ribeiro (Skip), Julia Gentile (Vice-skip), Guilherme Melo (Fourth) e Rafaela Ladeira (Lead). O Brasil ainda faz mais seis jogos no evento, sendo dois neste domingo contra Canadá e Dinamarca.

Na patinação velocidade – pista curta, Lucas Koo avançou até a semifinal, mas acabou não levando a melhor sorte. O brasileiro terminou a eliminatória na terceira posição, mas acabou sofrendo uma penalidade que o deixou sem classificação. Nas quartas-de-final, ele terminou a 5ª bateria na segunda colocação com o tempo de 2:22.842, atrás apenas do chinês Bohao Zhang (2:22.677). Ele ficou à frente de Ryo Ong (Singapura) que também avançou para a semifinal, além do francês Franck Tekam, do australiano Aditya Nghiem e do canadense Alexis Dubuc-Bilodeau.

“A participação do Lucas foi muito boa. Em termos de competitividade, apresentou um ritmo igual aos dos principais nomes da modalidade. Ele acabou em 21º, mas competiu muito bem, com chance de chegar numa final A ou B. Pelo desempenho, daria para ele ficar até no top-10. Mas agora está focado na prova dos 1.000m e 500m, que são provas em que ele é até mais competitivo. O short track (pista curta) é uma modalidade muito detalhista, um pequeno equívoco pode mudar um resultado. Acreditamos que ele pode alcançar a final pelo nível de patinação que ele está apresentando”, analisou Gabriel Karnas, chefe da equipe de gelo em Gangwon.

Mariana Silva também fez sua estreia em Gangwon 2024 no biatlo sendo a única sul-americana na prova individual 10km. Ela teve muitas dificuldades com o percurso, mas conseguiu cumprir o objetivo de completar a prova com o tempo de 59:43.8, na 93ª colocação, à frente de outras cinco atletas.

“O desempenho da Mariana foi além de nossas expectativas. Com a neve que caiu antes e durante a prova, a pista ficou muito lenta, exigindo um esforço adicional dos atletas para esquiar. A visibilidade também ficou prejudicada, o que dificultou um pouco os tiros. Mesmo assim, Mariana teve um percentual de acertos acima do esperado”, analisou Mirlene Picin, treinadora do biatlo.

Marina Silva em ação no biatlo - (c) 2024 - International Olympic Committee / Luiza Moraes

“Combinar uma atividade de esforço extenuante com outra de coordenação motora fina é complicado para adultos experientes, ainda mais para uma adolescente ainda em formação. Superamos o resultado de Lausanne 2020, o que nos motiva a seguir no caminho do desenvolvimento da modalidade”, concluiu.

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