Após ajuda do Mão Santa, projeto na divisa com o Paraguai deslancha e participa dos Jogos Escolares pela sétima vez
Equipe de basquete da periferia de Ponta Porã foi criada em 2004 e começou numa quadra de terra
Há 15 anos, nascia em Ponta Porã (MS) um projeto social que já transformou a vida de mais de mil crianças e adolescentes. Idealizado pelo professor Hugo da Costa, 52, o Porãbask revolucionou o basquete na cidade e se tornou uma referência nacional. Tanto é que, em 2019, a equipe participou dos Jogos Escolares da Juventude pela sétima vez, agora numa parceria com o Colégio Elite.
“Quando o projeto começou, em 2004, treinávamos no terrão, no Jardim Ivone, bairro da periferia. Três anos depois, recebemos a visita do Oscar Schmidt para uma palestra e, com a ajuda dele, conseguimos parceiros para comprar um terreno e erguer um ginásio. A região mudou muito desde então, era um local carente mesmo, que fica bem na fronteira com o Paraguai, onde o problema do tráfico é grande. Nosso foco sempre foi pegar as crianças em situação de vulnerabilidade e levá-las ao projeto”, explica Hugo.
Hugo começou sua carreira de treinador em Pedro Juan Caballero (Paraguai) e, inicialmente, improvisou as aulas de basquete no terrão. O interesse dos meninos pelo esporte chamou atenção e virou tema de reportagens que foram exibidas em rede nacional e sensibilizaram o Mão Santa. “A primeira equipe que disputou os Jogos Escolares treinava nesse terrão e nunca havia jogado uma partida em uma quadra”, lembra.
“Nossa finalidade é resgatar a autoestima das crianças, que elas saibam que tudo é possível nessa vida, independentemente do lugar ou classe social, e depende do esforço de cada um”, completa Hugo.
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Neste ano, a principal novidade da equipe sul-mato-grossense foi a presença de Hugo Eduardo, 16 anos, filho do idealizador do Porãbask. “Ele cresceu junto com o nosso projeto. É uma alegria imensa poder estarmos juntos aqui em Blumenau”.
O Colégio Elite encarou um dos grupos mais fortes na fase classificatória e não conseguiu avançar às semifinais. Após derrota na estreia para o Colégio Salesiano (PE), que alcançou a final do torneio, a equipe também perdeu para o Colégio Batista, de Fortaleza (CE), e obteve sua única vitória contra a Escola Estadual Álvares de Azevedo, de Vilhena (RO).
Os Jogos Escolares da Juventude são uma realização do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com o apoio da Prefeitura de Blumenau e do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte).
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