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Martine Grael e Kahena Kunze são campeãs do evento-teste da vela no Japão

Em Enoshima, local que vai abrigar as competições de vela em Tóquio 2020, brasileiras da 49erFX conquistam o bicampeonato

Por Comitê Olímpico do Brasil

21 de ago, 2019 às 07:58 | 7 min de leitura

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Após o sonhado ouro nos Jogos Pan-americanos, muito tempo longe de casa e um começo ruim na competição, Martine Grael e Kahena Kunze competiram sem grandes expectativas em Enoshima (Japão). Mas o resultado foi o mesmo de Lima 2019. Aproveitando-se da pontuação dobrada na regata da medalha, a dupla brasileira da classe 49er FX terminou a disputa final na terceira colocação, superou as inglesas Saskia Tidey e Charlotte Dobson, líderes até então, e venceu o evento-teste da vela pela segunda vez na carreira.

“Foi uma semana bem difícil para nós. Tentamos baixar bastante as nossas expectativas porque não tínhamos condições de fazer o nosso melhor. Mas nos saímos muito bem”, disse Martine.

“A pressão estava com elas, queríamos apenas assegurar uma medalha. Pelas condições que encontramos aqui, vindo do Pan, já ficaríamos felizes com um lugar no pódio. Mas conseguir uma dobradinha, ganhando duas seguidas, é para poucos. Ficamos ainda mais satisfeitas”, completou Kahena.

As brasileiras iniciaram a última regata com um ponto de desvantagem para as inglesas (51 a 50) e cinco de vantagem para o barco da Nova Zelândia. Mas como a pontuação da regata da medalha é dobrada, Martine e Kahena garantiriam o título se chegassem à frente das adversárias e não ficassem mais de uma posição atrás das neozelandesas. A tarefa, que já não era das mais fáceis, ficou ainda mais complicada depois de um começo ruim de regata.

“Subiu uma bandeira dizendo que tinha um barco fora, ficamos na dúvida se éramos nós e resolvemos voltar logo no começo da regata. Só que foi ótimo porque acabamos ganhando uma certa vantagem ao ir um pouco mais para a direita da raia”, explicou Kahena.

“É horrível largar atrás, mas tem a parte boa que de ter um pouquinho mais de clareza sobre o que está acontecendo, poder observar os barcos da frente”, analisou Martine.

No fim, as brasileiras não só superaram o barco da Inglaterra como ainda deixaram as adversárias em terceiro, com a Noruega em segundo. Diante de tantas dificuldades, o título de Martine e Kahena se mostrou um grande teste para as atuais campeãs olímpicas e pan-americanas. Essa é a opinião do coordenador técnico da CBVela, Torben Grael.

“Ganhar um teste é um bom começo, é sinal de que elas estão entendendo como funciona aqui. Velejaram um pouco cansadas mentalmente, após um longo período de treinos, viagens e competir logo depois do Pan. Mesmo assim, fizeram uma regata excelente. Isso mostra que, apesar das condições adversas, elas foram capazes de obter um grande resultado. No Rio, elas já haviam vencido o evento-teste, agora aqui no Japão também. Podemos dizer que estão em um bom caminho”.

Nesta quinta-feira, 22, tem mais Brasil em Enoshima, local que abrigará as competições de vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Três embarcações disputarão as regatas da medalha em suas classes: Fernanda Oliveira/Ana Barbachan, na 470; Jorge Zarif, na Finn; e Robert Scheidt, na Laser. 

“No geral, a equipe foi muito bem. O Nacra 17 (Samuel Albrecht/Gabriela Nicolino) ficou em 11º, muito perto da classificação para a regata da medalha. Na Laser, o Robert teve um probleminha com as bandeiras amarelas, foram duas. Vamos trabalhar em cima disso. Mas foi importante ficar no top 10, especialmente para quem está retornando. O Robert quer mais e tem condições para isso. Fernanda e Ana foram as melhores do dia na terça e hoje também foram bem. E o Jorginho está no top 10, o que é muito bom”, concluiu Torben.

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