Amaury Passos só nasceu brasileiro por opção do seu pai, o argentino Antonio Francisco Pasos, que via no Brasil uma maior chance de sucesso dos seus ideais políticos e queria um filho brasileiro. 

O Estado Novo de Getúlio Vargas o desincentivou a permanecer no Brasil, e a família voltou à Argentina, onde Amaury cresceu e aprendeu a jogar basquete. Uma nova insatisfação com os rumos políticos da Argentina trouxe pai e filho de novo ao Brasil quando o garoto tinha 16 anos.

Batia bola com Maria Esther Bueno no clube Tietê, mas seu negócio era o basquete. Tinha uma cabeleira, 18 anos e 1,84m quando chegou à seleção, que treinava para o Mundial de 1954, no Rio. Ao fim do primeiro treino, o técnico Kanela avisou que ele seria seu número 1.

E foi mesmo, por quase duas décadas. Primeiro como pivô, depois ala e enfim armador. Foi prata naquele Mundial com 100 pontos na campanha, machucou-se na estreia olímpica em Melbourne, ganhou os Mundiais de 1959 e 1963 como protagonista (foi o melhor jogador no bi), idem nos bronze dos Jogos Olímpicos de 1960 e 1964.

Ainda conquistou o terceiro lugar no Mundial de 1967 antes de decidir que não aceitaria mais ser convocado. Seguiu jogando no clube, porém. Ídolo do Sírio, marcou época depois jogando também pelo Corinthians, junto com Wlamir e Rosa Branca.

Como treinador, foi bicampeão nacional pelo Monte Líbano, em 1982 e 1983. Sonhava em ser técnico da seleção em Los Angeles 1984, não conseguiu a vaga, e não seguiu na profissão.