Focadas na etapa de Doha do Circuito Mundial, Ágatha e Duda “ganham fôlego” no Centro de Treinamento do COB
Campeãs em 5 de 7 etapas do Circuito Brasileiro, dupla investe na preparação física na Sala de Força do COB antes de viagem para o Catar
Não dá pra dizer que a presença da dupla Ágatha/Duda, representantes do Brasil no vôlei de praia em Tóquio 2020 ao lado de Ana Patrícia/Rebecca, no Centro de Treinamento Time Brasil, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), seja uma novidade. Mas na última semana, elas não focaram só nos já tradicionais testes de começo de temporada no Laboratório Olímpico, mas também fizeram bastante uso da Sala de Força, para dar um gás na preparação física e ganhar fôlego para as competições futuras.
A preparação tem como grande foco, claro, os Jogos Olímpicos, mas está sendo feita passo a passo, passando pelas disputas do Circuito Brasileiro e Mundial. As dificuldades enfrentadas em 2020 ajudaram a moldar um olhar diferente para a temporada neste ano.
“Foi um ano muito difícil, mas 2020 nos ajudou muito. Entendemos que temos que viver o dia a dia, trabalhar o hoje. Vamos treinar para caramba, entrar na quadra com foco. Tem etapa do Brasileiro agora? Vamos jogar esse campeonato. Não pensar nos Jogos Olímpicos lá na frente, daqui a alguns meses, porque senão a ansiedade bate e não sabemos como controlar. Então, estamos vivendo o dia a dia, focando, estudando, treinando e dando o nosso melhor”, disse Duda, eleita a melhor jogadora de vôlei de praia do mundo em 2018 e 2019.
E o trabalho está dando resultados. Com diversas etapas do Circuito Mundial adiadas ou canceladas, a dupla focou no Circuito Nacional e esteve presente nas sete finais da temporada 2020/2021, conquistando cinco títulos.
O último foi em 21 de fevereiro, em Saquarema. Ágatha e Duda saíram atrás no placar diante de Ana Patrícia e Rebecca, mas conseguiram a virada, alcançando a 24ª vitória seguida e o quarto título consecutivo do Nacional.
“Estamos agarrando todas as oportunidades que aparecem esse ano, que também vem sendo um ano de muitas incertezas. Às vezes, tem uma etapa do Circuito Mundial marcada e cancelam em cima da hora. Aqui no Brasil, não. Temos a bolha lá em Saquarema criada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), com todo mundo testado, e isso é muito importante para o atleta estar confiante e poder jogar”, analisou Duda.
“Temos um objetivo muito forte, o principal de todos, no meio do ano, em Tóquio. Sempre tivemos o Circuito Brasileiro como um torneio muito forte em que a gente se prepara para jogar o Circuito Mundial, mas esse ano não temos noção de como vai ser o calendário internacional. Então, com um caminho ainda tão incerto até os Jogos, nossa equipe colocou a meta de ser campeã brasileira”, afirmou Ágatha, eleita a melhor jogadora da decisão.
Com mais uma medalha de ouro, Ágatha e Duda somaram mais 400 pontos no ranking da temporada e lideram agora com 2720, abrindo um pouco mais de distância na briga pelo título brasileiro. Ana Patrícia e Rebecca aparecem no segundo lugar, com 2360 pontos.
Nos próximos dias, mais precisamente de 8 a 12 de março, a dupla encara uma das poucas etapas do Circuito Mundial confirmadas até agora, a de Doha (Catar). Uma certeza que a parceria tem para a competição é que a evolução física é nítida e que estarão prontas para os Jogos Olímpicos.
“Na primeira etapa do Nacional, em janeiro, não estávamos tão bem preparadas fisicamente. Era volta das férias. Na última, ficamos um pouco mais cansadas, porque os preparadores puxaram no físico. Mas conseguimos suportar muito bem. Cada mês, cada competição, é uma etapa de um processo em que a gente vai ganhando fisicamente para, lá na frente, estar do jeito que a gente quer”, concluiu Duda.