COB estabelece número mínimo obrigatório de oficiais mulheres nas modalidades em Jogos internacionais
A partir de 2025, confederações deverão ter pelo menos 30% de presença feminina nas delegações em competições multiesportivas
Primeiro encontro presencial de treinadoras no programa MIRA. Foto: William Lucas/COB
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) dará mais um importante passo na busca pela equidade de gênero no esporte olímpico. A partir de 2025, todas as modalidades deverão ter obrigatoriamente um mínimo de 30% de oficiais mulheres em sua delegação nas competições multiesportivas internacionais.
A medida já passa a valer nas principais missões confirmadas do próximo ano, como os Jogos Sul-americanos da Juventude, na Argentina, e os Jogos Pan-americanos Júnior, no Paraguai.
"O protagonismo feminino nos Jogos de Paris 2024 não foi por acaso. A implementação da área Mulher no Esporte no COB e a criação de uma comissão específica para o tema, em 2021, tiveram justamente o objetivo de elaborar políticas, programas e projetos que gerem mais oportunidades para o aprimoramento das atletas, treinadoras e gestoras no esporte olímpico brasileiro. Com a ampliação do número de mulheres nas comissões técnicas em nossas missões, tenho certeza de que essa evolução se fará cada vez mais visível e importante para o esporte brasileiro", falou Paulo Wanderley, Presidente do COB.
"O COB segue trabalhando intensamente após os Jogos Olímpicos Paris 2024. Desde agosto, fechamos o maior patrocínio da história da entidade com a Caixa e as Loterias Caixa; recebemos a Certificação Internacional ISO 9001, para o Processo de Gestão de Normativos do COB; e organizamos com muito sucesso a COB Expo. Agora, com essa medida, ampliamos o espaço para a mulher nas representações internacionais organizadas pelo COB. O Brasil precisa de mais mulheres exercendo sua capacidade em todos os setores do esporte", disse Rogério Sampaio, diretor-geral do COB.
Além de ser mais uma ação do COB para a equidade de gênero no esporte (confira mais abaixo), a decisão também segue a recomendação de órgão internacionais, como a Agenda 2020+5 do Comitê Olímpico Internacional (COI), que trata do incentivo à igualdade de gênero no esporte e estímulo à participação e envolvimento das mulheres no esporte, entre outros.
Vale ressaltar que a obrigatoriedade de 30% de presença feminina só valerá para as confederações que tiverem pelo menos três credenciais para oficiais em cada competição.
Nos últimos anos, o COB tem realizado diversas ações e programas na busca para mais oportunidades às mulheres no ambiente esportivo. A implementação da área Mulher no Esporte, em 2021, foi um grande marco nesse sentido. Desde então, são vários os projetos que geram mais chances de aprimoramento de atletas, treinadoras e gestoras.
Um dos principais exemplos é o Programa de Desenvolvimento do Esporte Feminino (PDEF), criado em 2023, que visa incentivar as confederações a realizarem um planejamento esportivo específico para mulheres no esporte. Um dos objetivos principais é atuar em mudanças sistêmicas, como o aumento de mulheres em cargo de liderança.
Outro importante ação foi o lançamento do Programa Mentoria Individualizada Reflexão e Ação (MIRA), com a intenção de aumentar o número de treinadoras no esporte, sobretudo nas grandes competições, como os Jogos Olímpicos.
Todas essas são ações importantes, a curto, médio e longo prazo, promovem uma cultura de inclusão e de reconhecimento da mulher em todos os âmbitos esportivos.
Mais um grande avanço nesse sentido foi a presença feminina na delegação nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Pela primeira vez na história, o Brasil teve mais mulheres do que homens na delegação, com 55% das atletas presentes. Nos resultados elas também brilharam, conquistando mais medalhas, com 12 das 20 obtidas pelo país, entre elas as três de ouro.