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COB realiza Programa de Mentoria para treinadoras visando aumentar presença delas nos Jogos Olímpicos

Presença feminina entre treinadores foi de 13% em Tóquio 2020; MIRA, da Área Mulher no Esporte, conta com nomes como Fofão, do vôlei, e Maria Portela, do judô

Por Comitê Olímpico do Brasil

3 de jul, 2024 às 10:00 | 3 minutos de leitura

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Maria Portela, ex-atleta do judô, vibra em competição

Maria Portela, do judô - Paulo Porfírio/EJU

É grande a chance da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos Paris 2024 ser majoritariamente feminina. Até o momento, são 138 mulheres e 93 homens atletas confirmados. Mas esse número ainda não irá se refletir entre os treinadores e treinadoras. Buscando ampliar o número de treinadoras no Alto Rendimento, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), através da Área Mulher no Esporte, da Diretoria de Desenvolvimento e Ciências do Esporte, lançou o Programa Mentoria Individualizada Reflexão e Ação (MIRA). A ideia é que para as próximas edições, o Brasil possa contribuir para a elevação do número global de treinadoras nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 que foi de 13%.

"Sabemos que a ausência de treinadoras no alto rendimento é uma questão mundial. Estamos trabalhando para entendermos quais são as barreiras que as treinadoras brasileiras enfrentam e propormos programas como esse, que contribuam para um ambiente mais igualitário”, disse Taciana Pinto, Gerente de Desenvolvimento Esportivo e Mulher no Esporte do COB.

São 10 treinadoras que são mentoradas por profissionais especializados no desenvolvimento de treinadores e treinadoras. As participantes dessa primeira edição do MIRA são: Alexandra Cardoso , do tiro com arco; Bruna Rodrigues, do basquete 5x5; Fabiana Silva, do badminton; Gabrielle Moraes, da ginástica rítmica; Hélia Souza "Fofão", do vôlei; Luiza Fantoni, da natação e águas abertas; Maria Portela, do judô; Nayara Pontes, do vôlei de praia; Rafaela Turola, do rúgbi; e Sandra Crul, do atletismo.

Portela, atleta olímpica nos últimos três Jogos, treinadora da seleção sub-18 de judô e mãe recente, elogiou o Programa que teve início há cerca de dois meses. “Estou muito feliz e agradecida por fazer parte da mentoria. Estar tendo contato com grandes treinadoras e trocar com elas sobre situações que já vivenciaram vai me trazer uma evolução muito interessante no início da minha carreira como treinadora. Vem muito a somar nesse momento que estou vivendo. Essa iniciativa do COB é muito importante porque aproxima não só as treinadoras da minha modalidade, mas de outras. Como são todas mulheres, tem coisas em comum que elas viveram, pelas quais ainda vou passar e, por isso, é um aprendizado gigante”, comentou.

Maria Portela, treinadora da seleção de judô sub-18, abraça atleta
Maria Portela é treinadora da seleção de judô sub-18 - Foto: Paulo Porfírio/EJU

“Recentemente eu tive um bebê e saber que eu não fui excluída por isso, que eu tenho oportunidade de trabalhar, de aprender e de fazer parte desse seleto grupo me deixou muito leve. Tive certeza de que ser mãe não vai me impedir de ser uma grande treinadora. Isso me deixou muito contente e muito confortável em fazer parte desse grupo”, completou Maria. O encontro presencial previsto para maio foi cancelado devido às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, casa dela e de outros duas treinadoras do grupo.

O time de mentores é composto por Carla Antonucci, da CBHb, Bacharel em Esporte e Nutrição, Treinadora e Gestora Esportiva; Gabriel Cénamo, Gerente de Treinamento e Educação da CBRu e Bacharel em Educação Física; e Elinai Freitas, Gestora Esportiva da CBTri, Treinadora e Doutoranda em Educação Física. O trio, que foi certificado pelo COB no Programa de Formação de Coach Developers realizado pela área de Desenvolvimento Esportivo, é supervisionado por Paula Korsakas, Consultora em Esporte e Desenvolvimento Humano, Mestre em Pedagogia do Esporte, Doutora em Educação Física e Master Coach Developer formada pela  NCDA – Japão.

Para Bruna Rodrigues, treinadora da equipe principal adulta de Blumenau, a única mulher técnica da competição, e integrante da Comissão Técnica das categorias de base da seleção brasileira de basquete desde 2017, o MIRA oferece suporte na evolução do trabalho na CBB. “O programa MIRA é um espaço que veio para desenvolver, mentorar e dar oportunidade para mulheres que hoje buscam seus espaços e, principalmente, ter autonomia, capacidade de poder exercer seu papel da melhor maneira e ajudar sua confederação. Eu tenho um prazer enorme em estar fazendo parte de mais um programa que tanto está mudando minha carreira através da mentoria. Já havia participado do Coach Developer (também da Diretoria de Desenvolvimento), que me possibilitou grandes oportunidades na minha área e me fez evoluir muito como pessoa e como treinadora”, analisou.

Bruna Rodrigues segura bola de basquete em uma quadra
Bruna Rodrigues é assistente técnica das seleções de base de basquete - Foto: Arquivo pessoal

“Tenho uma admiração e uma gratidão enorme ao COB porque, desde os Jogos da Juventude em 2017, em que fui convocada para seleção brasileira como assistente técnica, tenho participado de diversos cursos, clínicas e agora no MIRA. Nesses últimos anos, isso tem me ajudado a evoluir e é motivo de muito orgulho e honra”, completou.

MIRA

MIRA significa Mentoria Individualizada Reflexão e Ação, mas também é uma  analogia com alvo, com o que o COB quer atingir. Os objetivos do MIRA são: estimular consciência e reflexão; estabelecer metas individuais para aprimoramento de competências especificas; promover aprendizagens contextualizadas na atuação prática com ênfase em seus desafios cotidianos; articular conhecimentos profissional, interpessoal e intrapessoal e fortalecer rede de suporte.

O público-alvo é, na primeira edição, 10 treinadoras e/ou assistentes técnicas de seleções nacionais adultas ou das categorias de base. O programa que tem suporte financeiro da Solidariedade Olímpica, terá duração de 8 meses. Seu planejamento conta com 11 encontros individuais e outros quatro em grupo, entre atividades online e presenciais. Além disso, prevê o acompanhamento dos mentores in loco durante períodos em que as treinadoras estiverem atuando em treinamentos e/ou competições. Por tratar-se de uma intervenção individualizada, as necessidades de cada treinadora podem resultar em ajustes na programação.

O formato é baseado em quatro pilares: 1) ambiente de trabalho como lugar de formação; 2) aprendizagem a partir da experiência; 3) conversas envolvendo trocas e construção compartilhada; e 4) engajamento em torno de um objetivo.

“Identificamos, juntamente com as Confederações, treinadoras que já estão trabalhando em seleções nacionais, seja como treinadoras ou como assistente técnicas. Para potencializarmos o desenvolvimento deste grupo de treinadoras de elite, é fundamental que tenhamos processos individualizados, focados na necessidade e no momento de carreira de cada uma”, completou Kenji Saito, Diretor de Desenvolvimento e Ciências do Esporte.

Mulher no Esporte

Área criada pelo COB em 2021 para fomentar o desenvolvimento de atletas, treinadoras, gestoras, profissionais de equipe multidisciplinar e árbitras do ecossistema esportivo do Brasil. Alinhada à estratégia do Comitê (objetivo 4.5), a área almeja incrementar os resultados esportivos através da equidade de gênero no esporte, sempre na busca por uma cultura de inclusão e reconhecimento da mulher em todos os âmbitos esportivos.

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