Com 9 medalhas, boxe brasileiro mostra força em primeira etapa de Copa do Mundo da World Boxing
Equipe nacional conquistou três ouros, duas pratas e quatro bronzes na etapa brasileira realizada em Foz do Iguaçu, nesta semana

Seleção brasileira de boxe conquistou nove medalhas na Copa do Mundo de Foz do Iguaçu. Foto: Douglas Ragi/World Boxing
O boxe brasileiro iniciou o ciclo para Los Angeles 2028 mostrando força na primeira etapa da Copa do Mundo da World Boxing 2025, realizada, pela primeira vez, no Brasil. Após seis dias de combates intensos, o evento chegou ao fim neste sábado, 05, com a seleção brasileira faturando nove medalhas. Foram três ouros, duas pratas e quatro bronzes na disputa que contou com cerca de 130 atletas de 18 países, entre eles, medalhistas olímpicos e mundiais de potências da modalidade, como Uzbequistão, Cazaquistão, França e Estados Unidos.
"Fiquei muito satisfeito com a performance da equipe. Acho que os atletas entregaram bons resultados. Três medalhas de ouro, muito importantes, duas de prata e quatro de bronze. É isso que a gente busca para as modalidades. Uma competição muito bem organizada aliada a uma boa performance. E isso a Confederação Brasileira de Boxe entregou muito bem aqui", avaliou Marco La Porta, presidente do Comitê Olímpico do Brasil, que esteve em Foz do Iguaçu e acompanhando os combates ao lado da vice-presidente, Yane Marques, e da gestora esportiva do boxe no COB, Julia Silva.

O Brasil inscreveu 16 boxeadores e cinco deles chegaram às finais de suas respectivas categorias. Luiz “Bolinha” Oliveira foi campeão dos 60kg, Yuri Falcão levou o título nos 65kg e Jucielen Romeu garantiu o ouro do boxe feminino brasileiro ao vencer nos 57kg.
Kauê Belini (75kg) e Wanderley “Holyfield” Pereira (80kg) conquistaram as medalhas de prata, enquanto os bronzes ficaram com Radija Gama (48kg), Viviane Pereira (75kg), Queila Américo Braga (70kg) e Isaias Filho (90kg).
Caminho dos ouros
Luiz Gabriel Oliveira, o Bolinha, foi o primeiro brasileiro a subir ao ringue, em Foz do Iguaçu, para as finais deste sábado, 05. Depois de vencer Talgat Syrimbetov, do Cazaquistão, e Madiyar Daniyarov, do Uzbequistão, encarou o polonês Pawel Brach na decisão da categoria até 60kg masculina. O brasileiro levou a pior no primeiro round, mas recuperou-se no segundo, impondo seu ritmo de ataques e, no primeiro momento do terceiro e decisivo round, encaixou uma esquerda potente para levar o polonês à lona.
O nocaute fez a arbitragem encerrar a luta sem abrir contagem e Bolinha deu mais um show de boxe e simpatia, comemorando dançando no ringue, sua marca registrada.
“A luta começou bem apertada, eu comecei perdendo por três a dois. No segundo round, eu consegui virar, ganhei por unanimidade e percebi que meu adversário estava começando a cansar e eu estava subindo no gás. E a primeira que eu tentei já pegou ele e lona. Muito feliz, mais um nocaute, mais um ouro. Missão dada é missão cumprida. Mais uma medalha de ouro na Copa do Mundo de Boxe, a minha terceira. Muito feliz de estar representando o Brasil e levar mais ouro para a casa”, comemorou Bolinha.

O segundo ouro do dia veio com Jucielen Romeu, que bateu a polonesa Julia Szeremeta, atual vice-campeã olímpica, na final dos 57kg, dominando a luta e vencendo os três rounds.
“A avaliação é de 100% de aproveitamento, treinamos duro para isso. O Paquito (treinador, Paco Garcia) estava aí, botando carga pesada para a gente treinar e valeu o esforço, valeu todo o treinamento. Eu cheguei aqui, fiz um ótimo desempenho desde a minha primeira luta. Lutas difíceis, adversárias de alto nível, medalhistas olímpicas. Então, estou muito feliz e confiante para os próximos campeonatos”, comentou Jucielen que, no caminho até a final venceu outra medalhista olímpica, Shi-Yi Wu (TPE), bronze em Paris, e ainda superou Vivien Parsons (ENG), na semifinal.

O terceiro ouro foi com o explosivo Yuri Falcão, que dominou o indiano Abhinash Jamwal levando a melhor nos três rounds e vencendo por decisão unânime dos árbitros.
“Estou muito feliz mesmo. Foi minha primeira competição internacional na nova categoria e sair vitorioso, sair campeão não tem resultado melhor. É continuar o trabalho, porque é só o começo do ano, com fé em Deus vai vir muito ouro pra gente, pro Brasil. Esse ano eu voltei com outra cabeça para a seleção brasileira de boxe, é um passo de cada vez para gente chegar no objetivo mais desejado, que é Los Angeles 2028”, projetou Yuri.

O Brasil ainda teve Michael Trindade, Beatriz Soares, Caroline Almeida, Tatiana Chagas, Rebeca Santos, Cristiano Pereira e o medalhista de bronze em Tóquio, Abner Teixeira, eliminados na primeira rodada.
A Copa do Mundo de Foz do Iguaçu foi a primeira de três etapas do circuito da World Boxing de 2025. A Índia e o Cazaquistão receberão as próximas etapas que contarão pontos para o ranking mundial classificatório para o último desafio do ano, a World Boing Cup Finals, que reúne os melhores colocados.
Em setembro, Liverpool recebe os melhores boxeadores do mundo para o Campeonato Mundial, que é o grande objetivo da seleção brasileira nesta temporada.
