Com atletas olímpicas e de programa de incentivo do COB, Brasileiro de tiro com arco conta com grande presença feminina
Ane Marcelle Santos e Ana Luiza Caetano, atletas olímpicas, e Isabelle Estevez, participante do Vivência Olímpica, estão entre as 100 arqueiras na competição; Canal do Time Brasil no Youtube transmite as finais neste sábado, 28, a partir das 13h
Fotos: Alexandre Ducoff/Brasil Arco
O Brasil tem o número um do mundo no tiro com arco, Marcus D’Almeida. Mas além dele, outras estrelas se destacam no Campeonato Brasileiro de tiro com arco que está sendo realizado em Salvador até o próximo sábado, 28. As fases classificatórias das disputas individuais foram realizadas no Estádio de Pituaçu até esta sexta e chamou a atenção a quantidade de mulheres presentes na competição, sejam como atletas, na organização ou na equipe de arbitragem. Entre as 100 atletas, recorde da competição, estão arqueiras olímpicas do Brasil como Ane Marcelle Santos, representante do Brasil na Rio 2016, e Ana Luiza Caetano, que disputou Paris 2024. Ana Luiza foi uma das que mais atendeu pedido de fotos.
“Eu estou feliz demais em competir de volta no Brasil depois de ter vindo dos Jogos Olímpicos. É muito legal, sensacional mesmo, sabe? Essa energia, todo mundo torcendo, chegando e pedindo para tirar uma foto. É muito gostoso ver o crescimento do esporte e da participação das mulheres aqui”, disse Lulu, como é conhecida.
Para Ane Marcelle, que também fez muitas fotos com outras atletas e integrantes de comissões técnicas de todo o Brasil, a pontuação que Ana Luiza conseguiu nos Jogos abriu portas para que outras mulheres almejem uma carreira no esporte.
“Em média, nos Brasileiros, a gente tinha em média de 30 ou 25 mulheres atirando (no arco recurvo). Hoje foram 46 mulheres. Eu vi muitas meninas novas e fiquei muito feliz. Teve uma que atirou comigo, infelizmente ela perdeu, mas ela ficou muito feliz porque fez dois pontos em mim. Fiquei super feliz por essa evolução dela que só atira há um ano. A presença da Ana Luiza nas Olimpíadas, ter feito uma pontuação muito alta, fez abrir pontas para o tiro com arco. As meninas viram que sim, é possível o feminino chegar até lá. Assim como eu me inspirava na Sarah Nikitin, porque ela era uma das melhores do tiro com arco, sempre treinei para poder evoluir e chegar onde ela estava, fico muito feliz de ver que essas meninas também querem chegar onde a gente chegou”.
Uma dessa jovens da nova geração é Isabelle Estevez que, aos 18 anos, já mira Los Angeles 2028. A jovem arqueira é integrante do projeto da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) aprovado no Programa de Desenvolvimento Esportivo, da Diretoria de Desenvolvimento do COB, que irá beneficiar cinco atletas com equipamentos e participação em eventos internacionais, e esteve em Paris 2024 através do Programa Vivência Olímpica.
“Foi uma oportunidade incrível participar do Vivência Olímpica. Conheci medalhistas olímpicos como Vanderlei Cordeiro, Virna e Tiago Camilo que me ajudaram muito. Eu fiz várias perguntas porque eles passaram pelo que estou passando. Conheci vários lugares, consegui ver meu esporte. Nossa, só me deu mais vontade de participar das Olimpíadas”, contou Isabelle.
“Esse ano eu fiz competições internacionais por causa do projeto da Confederação com o Comitê Olímpico que me proporcionaram desenvolver minha técnica, me acostumar com o ambiente internacional, que são os campeonatos mais importantes do esporte. Sou muito grata. Hoje me vejo fazendo uma carreira no esporte. Com todo o apoio que eu estou recebendo, acho que é muito possível. Ou a gente vence, ou a gente aprende. Só progresso agora”, completou Estevez.
Além das arqueiras, outras mulheres ocupam papeis importantes na organização. Renata Barros, presidente da Federação Baiana de Arco e Flecha (FBAF), é a presidente do Comitê de Organização; Roberta Saback e Araguaia Perdigão são as coordenadoras da competição, e Laís Nunes, árbitra olímpica, é a chefe dos juízes.
“A Olimpíada deu prova disso. Chegamos com uma menina muito jovem, que conseguiu um resultado muito bom. Temos um projeto de desenvolvimento para a mulher no esporte. Estou muito animado, as mulheres estão vindo aqui e dando o recado. O nível está melhorando muito. Temos técnicas mulheres, com atletas na seleção, o quadro de juízes é majoritariamente feminino, temos várias presidentes de Federação, como a Baiana... É animador ver esse crescimento em todos os âmbitos esportivos”, analisou o Presidente da CBTArco, João Cruz.
Para Ane Marcelle, o próximo alvo do tiro com arco feminino já está traçado. “Nosso sonho é conseguir a tão sonhada vaga olímpica por equipe feminina. Então, a gente já está começando o treino desde agora para chegar em 2028. Estamos treinando e batalhando para isso”.
O 50º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco chega ao fim do próximo sábado, 28, com a realização das finais masculina e feminina nos três arcos: Barebow, Composto e Recurvo. O Canal do Time Brasil no Youtube transmite, ao vivo, a partir das 12h45.