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Dez motivos para acompanhar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina daqui a 500 dias

Uma nova geração talentosa de atletas deverá representar o país na competição, enquanto nomes históricos do gelo e da neve podem se despedir

Por Comitê Olímpico do Brasil

24 de set, 2024 às 13:30 | 8 minutos de leitura

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David Ramos/Getty Images

Faltam apenas 500 dias para os Jogos Olímpicos de Inverno Milão-Cortina 2026. E o Brasil vive uma excelente fase nos esportes de gelo e neve, que cresceram competitivamente no cenário internacional. O país conquistou a primeira medalha olímpica nos Jogos de Inverno da Juventude Gangwon 2024 e teve a adesão de nomes importantes que competiam por outros países à delegação brasileira esse ano. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e as Confederações Brasileiras de Desportos na Neve (CBDN) e no Gelo (CBDG) seguem trabalhando em busca de aumentar o número de vagas, melhorar os resultados e permanecer como terceira força do Continente, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá, nos esportes de inverno.

Até o momento, não há nenhum atleta oficialmente classificado para Milão-Cortina-2026, mas entre os nomes que buscam representar o país nos Jogos estão atletas de uma nova e talentosa geração, mas também nomes históricos, que podem fazer a sua despedida dos grandes eventos na Itália. Por isso, são muitos motivos para acompanhar e incentivar os nossos atletas não só daqui a um ano e meio, mas durante toda a jornada de classificação até os Jogos. O COB separou 10 deles para vocês:

1) O Brasil tem um campeão da Copa do Mundo de esqui alpino!
Em março desse ano, Lucas Pinheiro Braathen, campeão da prova de slalom da Copa do Mundo em 2023 e duas vezes medalhista no Campeonato Mundial Júnior de Esqui Alpino, anunciou que defenderia as cores do Brasil. Filho de pai norueguês e mãe brasileira, passará a representar o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) após quatro anos competindo pela Noruega. O esquiador vem de uma temporada de treinamentos na Nova Zelândia para as provas de Slalom e Slalom Gigante do esqui alpino. A estreia oficial defendendo a bandeira do Brasil deverá ser na primeira etapa da Copa do Mundo de Esqui em Solden, na Áustria, em 27 de outubro. Diferente da maioria dos esquiadores, o brasileiro gosta de expressar sua individualidade atuando como DJ e modelo nas horas vagas. Apaixonado por samba e bossa nova, gosta de ir além da esfera esportiva em suas redes e compartilhar seu estilo de vida único através das redes sociais.

2) O Brasil já tem uma medalha olímpica em esporte de inverno!
O Brasil pode se orgulhar de ter uma medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de Inverno. A conquista histórica foi realizada por Zion Bethonico, que faturou o bronze no snowboard cross nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024.  O feito de Zion fica ainda maior se analisarmos que essa foi apenas a segunda medalha de países da América do Sul em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. A primeira foi a prata do colombiano Diego Amaya na patinação de velocidade em Lausanne 2020. Mas o jovem de Florianópolis, apaixonado também por artes marciais e jogos eletrônicos competitivos como League of Legends, Call of Duty e God of War, quer mais e está na briga por uma vaga em Milão-Cortina 2026.

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Zion Bethonico, bronze em Gangwon 2024 no snowboard cross - Foto: Marina Ziehe/COB


3) Chance de ver a despedida de atletas históricos do gelo e da neve
O Brasil pode dizer que já tem nomes históricos nos esportes de gelo e neve. A começar por Isabel Clark, dona do melhor resultado do Brasil até hoje em Jogos Olímpicos de Inverno, com o 9º lugar no snowboard cross na edição Turim-2006. Passando por Isadora Williams, que encantou o país na patinação artística, senda a primeira atleta do Brasil a classificar para o programa longo, em Sochi 2018. Além delas, podemos citar Edson Bindilatti, piloto da equipe de bobsled, e Jaqueline Mourão, do esqui cross-country, os atletas brasileiros com mais participações em Jogos de Inverno, com cinco cada um e porta-bandeiras na Cerimônia de Abertura em Pequim 2022. Jaqueline, com mais três participações em Jogos de Verão no ciclismo MTB, é a brasileira com mais presenças em Jogos Olímpicos. Já Bindilatti conseguiu o feito inédito de guiar o trenó brasileiro até a final olímpica, terminando no 20º lugar em Pequim 2022, o melhor desempenho do Brasil na modalidade. Ambos seguem na disputa pela classificação para Milão-Cortina, que poderá ser a despedida dessas lendas do esporte olímpico como atletas.

4) Surgimento de novos heróis e heroínas nos esportes de inverno
Se a geração 30+ pode estar se despedindo, uma nova e talentosa irá dar as caras em Milão-Cortina. Entre os destaques na neve está Luca Merimée Mantovani, do snowboard, que também anunciou a decisão de defender o Brasil esse ano. Filho de pai francês e mãe brasileira, ele foi quarto colocado em Gangwon 2024 e sexto no Mundial Júnior da modalidade na prova de big air pela França. Agora está na busca pela vaga para defender o Brasil.

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Luca Merimée faz testes no Centro de Treinamento do COB - Foto: Gabriel Baron/COB


Já no gelo, Natalia Pallu Neves, nascida em Londres, filha de pais brasileiros, formou uma parceria com Jayin Panesar em 2023 para representar o Brasil na dança no gelo da patinação artística. Esse ano eles conseguiram a classificação para o importante Four Continents. É o primeiro passo para chegar ao Mundial da modalidade e buscar uma inédita vaga Olímpica.

5) Possibilidade de estreia olímpica do Brasil na emocionante patinação velocidade
O Brasil tem dois fortes representantes na patinação velocidade em busca de uma inédita vaga na modalidade nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno. Julia de Vos, filha de uma brasileira com um holandês, começou a se destacar na modalidade com 15 anos, quando recebeu o primeiro convite para representar o Brasil. O desejo da CBDG e do COB se realizou três anos depois, com a atleta nascida nos Países Baixos, principal potência da patinação velocidade, defendendo o Brasil a partir desta temporada, de olho na inédita vaga olímpica.

Além dela, Lucas Koo, filho de pai brasileiro e mãe norte-americana, ambos de ascendência sul-coreana – a Coreia do Sul é uma potência na patinação velocidade em pista curta -, segue na disputa por uma vaga para o Brasil na modalidade, depois de brilhar em Gangwon 2024. Ele conseguiu o top-10 nas disputas de 500m e 1.000m, além de ter ido à semifinal nos 1.500m.

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Lucas Koo conseguiu dois top-10 em Gangwon 2024 - Foto: Marina Ziehe/COB


6) Volta por cima de Bruna Moura depois de acidente quase fatal
Em 27 de janeiro de 2022, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, uma notícia abalaria a delegação brasileira: Bruna Moura que sairia da Europa em direção à China naquele dia para competir no esqui cross-country, sofreu um grave acidente automobilístico na Itália (a van que a levava para o aeroporto bateu de frente com um caminhão e o motorista morreu no local) e lutava pela vida. Ano passado, felizmente, ela voltou às competições e iniciou uma nova caminhada rumo à classificação olímpica.

7) Irmãos lutando pelo sonho olímpico
A delegação brasileira que estará em Milão-Cortina pode ter até oito irmãos competindo juntos! No snowboard, temos os irmãos Augustinho e João Teixeira. João esteve em Gangwon 2024 e é especialista na prova de halfpipe, já o mais velho prefere as provas de slopestyle e big air. Na mesma modalidade, mas no cross, além de Zion, o irmão mais velho dele, Noah, também está na corrida olímpica para Milão-Cortina 2026. Os irmãos gêmeos Alice e Arthur Padilha, que também disputaram os Jogos da Juventude de Inverno desse ano, buscam a classificação no esqui alpino. Por último, temos Dominic e Sebastian Bowler – quarto colocado no Mundial Júnior da temporada 21/22 na prova de Slopestyle - que competem pelo Brasil no esqui estilo livre. Nascidos nos Estados Unidos, filhos de um norte-americano e de uma brasileira, os irmãos começaram a competir pelo Brasil em 2021. Todos são bastante jovens e seguem buscando a vaga olímpica. Infelizmente, a classificação de um irmão pode causar a exclusão de outro, mas o importante é que as famílias estarão unidas na busca pela classificação.

8) Nicole Silveira no skeleton, a “braba” do gelo
Depois de um desempenho histórico em Pequim 2022, quando terminou a competição de skeleton na 13ª colocação, Nicole Silveira ganhou o apelido de a “braba” do gelo. A brasileira, natural de Rio Grande (RS) e que reside no Canadá, segue evoluindo na modalidade e conquistou o 12º lugar no Mundial na temporada passada. Além de buscar superar o próprio desempenho, a brasileira já está trabalhando na formação de novos atletas num projeto em parceria com a CBDG. Um deles, Cauê Miota, esteve em Gangwon 2024. Mais que a classificação, em Milão-Cortina 2026, Nicole quer superar a própria marca de melhor atleta sul-americana na história da disputa do skeleton nos Jogos Olímpicos de Inverno.

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Nicole Silveira, 13ª no skeleton em Pequim 2022 - Foto: Michael Kappeler via Getty Images


9) Brasil já cumpriu os pré-requisitos para a primeira vaga olímpica para Milão-Cortina
Essa temporada já será de definição de algumas vagas para Milão-Cortina 2026. Em agosto, Valentino Caputi competiu em diversas provas de esqui alpino da Federação Internacional de Esqui (FIS) em Perito Moreno, na Argentina, e cumpriu o primeiro requisito para garantir uma cota para o Brasil na modalidade: completar cinco provas abaixo dos 120 pontos FIS no slalom gigante. Mesmo com o requisito atingido, a vaga do Brasil ainda não está totalmente garantida porque elas são distribuídas de acordo com a quantidade de países e atletas que atingirem as metas obrigatórias. Além de Valentino, o Brasil tem vários outros atletas disputando a modalidade como os irmãos Arthur e Alice Padilha e Lucas Pinheiro Braathen.

10) Jogos voltam à Itália após sucesso de Turim 2006
Os Jogos Olímpicos retornam à Itália exatamente vinte anos após a última vez, quando foi realizada a edição Turim 2006. Mais de 3.500 atletas de 93 países competirão por 195 medalhas em 16 disciplinas olímpicas, com belas paisagens italianas como pano de fundo, de 06 a 22 de fevereiro.

Os Jogos incluirão três regiões italianas - Lombardia, Veneto e Trentino-Alto Adige - trazendo atletas e amantes do esporte para os Alpes, em alguns dos locais de esportes de inverno mais icônicos do mundo, como a lendária pista "Stelvio" em Bormio, ou a pista "Olympia delle Tofane" em Cortina d'Ampezzo, e para desfrutar de toda a emoção que o biatlo traz em Anterselva/Antholz.

Milão sediará a Cerimônia de Abertura das Olimpíadas no lendário Estádio San Siro. A nova "Santagiulia Ice Hockey Arena" sediará competições de hóquei no gelo, enquanto o "Milano Ice Park" sediará emocionantes competições de patinação de velocidade.

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