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Profissionais de diferentes áreas debatem o papel da mulher no esporte

Protagonismo feminino evolui em todos os setores, mas ainda há espaço para crescimento rumo à igualdade de gênero

Por Comitê Olímpico do Brasil

27 de set, 2024 às 15:28 | 3 minutos de leitura

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Julia Silva e Laura Amaro em painel sobre a Mulher no Esporte. Foto: Leo Barrilari/COB

Julia Silva e Laura Amaro em painel sobre a Mulher no Esporte. Foto: Leo Barrilari/COB

Um painel de mulheres de destaques em diferentes áreas debateu os avanços e desafios da representatividade feminina no mercado esportivo. A mediação do bate-papo ficou por conta da gestora esportiva do Comitê Olímpico do Brasil (COB), integrante dá área da Mulher no Esporte da entidade. Participaram a atleta olímpica de levantamento de pesos, Laura Amaro, a treinadora da seleção brasileira de judô, Andreia Berti, e a jornalista Beatriz Cesarini. 

“Temos mulheres superpoderosas aqui de diferentes áreas e quando a gente se escuta, vemos que as barreiras são muito similares. Os Jogos Olímpicos de Paris foram chamados de jogos da equidade e precisamos ver que isso resultou em termos de avanços em muitas áreas e em outras nem tanto. A bola está quicando e devemos dar sequência a esse movimento”, falou Julia, em sua introdução inicial.

Para a treinadora Andreia Berti, que começou a praticar a modalidade em 1985 e participou, em Barcelona 1992, da primeira equipe olímpica feminina de judô do Brasil, as referências femininas foram fundamentais para seu crescimento profissional. Uma das pioneiras do judô feminino, ela relatou que ao longo da carreira nomes como o de Rosicleia Campos a inspiraram a seguir como atleta e na transição para treinadora.

“Minha trajetória foi alavancada por muitas referências importantes. Tive uma equipe muito empoderada antes de mim, que pavimentou e abriu os caminhos. Foi tudo muito natural na minha transição de atleta para treinadora, sempre com referências femininas. O judô foi muito pioneiro e visionário neste sentido”, observou Andreia “É uma batalha, com seus desafios, mas temos que estar prontas para conquistar o nosso espaço. A representatividade tem que vir junto com capacitação”, enfatizou a treinadora da seleção brasileira.

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Andreia Berti, treinadora da seleção brasileira de judô, e a jornalista Beatriz Cesarini. Foto: Leo Barrilari/COB

 

Um dos pilares da área da Mulher no Esporte do COB é aumentar o número de profissionais do sexo feminino como treinadoras das equipes de alto rendimento do país. A ideia é que para as próximas edições, o Brasil possa contribuir para a elevação do número global de treinadoras nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 que foi de 13%.

Criada no bairro de Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Laura Amarou passou a infância numa rua sem saída, onde jogava futebol, subia em árvores e brincava o dia todo. Sempre praticou esportes e em 2013 uma amiga a convidou para um teste de levantamento de peso na Marinha. A princípio, não gostou, e por muitos anos lidou com o julgamento das pessoas sobre o fato de ser uma mulher praticando uma modalidade de força. Hoje, orgulhosa de suas escolhas, é a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha em Campeonato Mundial na modalidade. Nos Jogos Olímpicos de Paris, ficou na sétima colocação.

“Sempre tive a autoestima baixa, mas o esporte pegou na minha mão e disse que eu poderia ser o que eu quisesse. O poder da oportunidade é algo muito grande. Evolui bastante e ser uma pioneira da minha modalidade é um desafio que valorizo muito. Representatividade é um ato de muita coragem. O poder dessa pavimentação é muito maior do que tudo.  Mesmo se não for comigo, a medalha olímpica do Brasil no levantamento de peso está no caminho”, projetou Laura.

A jornalista Beatriz Cesarini sempre gostou muito de esportes e de contar histórias. Formada em 2015, atualmente trabalha no UOL, tendo no currículo a cobertura de dois Jogos Olímpicos, entre eles o último, em Paris. Ela lembrou do início da trajetória, quando não era escalada para a cobertura do futebol. Ganhadora de prêmios por grandes reportagens, ela relembrou a busca para ganhar espaço nas redações predominantemente masculinas. 

“Eu era sempre uma das únicas mulheres nas redações onde trabalhei. Eu fazia de tudo, mas era sempre levada para o entretenimento. Acabei não virando setorista, o que agradeço hoje em dia. Acabei encontrando uma maneira de fazer grandes reportagens, perfis de atletas. Assim, graças a esse diferencial, acabei indo para o esporte olímpico e sendo convocada para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas, temos que nos provar o tempo todo”, ressaltou Bia, que fez parte dos 23% de jornalistas mulheres na cobertura de Paris 2024.

Mulher no Esporte

Área criada pelo COB em 2021 para fomentar o desenvolvimento de atletas, treinadoras, gestoras, profissionais de equipe multidisciplinar e árbitras do ecossistema esportivo do Brasil. Alinhada à estratégia do Comitê, a área almeja incrementar os resultados esportivos através da equidade de gênero no esporte, sempre na busca por uma cultura de inclusão e reconhecimento da mulher em todos os âmbitos esportivos.

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