CBG lança programa inovador para avaliar preparação da Ginástica Rítmica
Entidade cria Programa de Treinamento Controle, que oferece avaliação das coreografias das ginastas da Seleção Brasileira por árbitros de nível internacional e feedback
Após longa estiagem de eventos oficiais, a Ginástica Rítmica do Brasil já saboreia a possibilidade de voltar a competir. Está programada a etapa de Sófia da Copa do Mundo, de 26 a 28 de março. Para poder se preparar da forma mais adequada, a CBG lançou mão de uma inovação bastante original: o Programa de Treinamento Controle da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica – Individual e Conjunto.
O objetivo do programa é dar mais subsídios para a preparação das atletas visando às etapas da Copa do Mundo deste semestre e, principalmente, ao Campeonato Pan-Americano Pré-Olímpico, que será realizado em junho, no Brasil.
A ideia é simular a experiência competitiva. Na primeira etapa, as ginastas Natália Gaudio, Bárbara Domingos, Ana Luísa Neiva e Andressa Jardim (do individual) e a Seleção Brasileira de Conjunto enviaram vídeos para o Grupo de Metas. As imagens foram analisadas por um grupo de árbitros brasileiros, todos eles de nível internacional, e a cada performance se atribuíram notas, como se fosse uma competição. Os treinadores receberam um feedback dos árbitros, e dessa forma poderão reorientar os treinamentos. Numa segunda etapa, nos dias 12 e 13 de março, as mesmas ginastas vão executar ao vivo as coreografias, que serão novamente apreciadas pelo conjunto de árbitros.
Coordenadora da ação, a professora Márcia Aversani explica como nasceu a iniciativa. “O objetivo do nosso Programa de Treinamento de Controle é avaliar as ginastas das Seleções Brasileiras de conjunto e individual visando às etapas da Copa do Mundo programadas para março e abril. Como estamos no período de pandemia e há poucas competições, resolvemos realizar essa atividade. A ideia ganhou força após um feedback muito positivo da treinadora Monika Queiroz sobre a participação da ginasta Natália Gaudio em um evento internacional online em dezembro, que foi por meio de gravação de vídeo”.
A primeira etapa, já realizada, foi avaliada de forma muito positiva. “Foi ótimo, porque a maior parte dos nossos árbitros internacionais não havia visto nada dessas ginastas este ano. Eles tiveram a oportunidade de fazer uma avaliação exatamente como farão os árbitros em competição, que não conhecem as coreografias das ginastas brasileiras. Um grande ganho é que, após a avaliação, nós pudemos continuar conversando e cada árbitro deu um parecer para o conjunto e para as ginastas do individual no quesito avaliado. As treinadoras receberam esse feedback e vão começar a semana com essas orientações na cabeça, e a partir disso vão verificar o que poderão melhorar e o que poderão trocar nas coreografias e corrigindo as ginastas na execução”, afirma Márcia.
Leonardo Palitot, Coordenador de Arbitragem, também demonstrou grande satisfação com as primeiras atividades da iniciativa. “Trata-se de um controle oficial. É um programa inovador. As treinadoras poderão orientar os treinamentos e as ginastas sentirão que evoluíram, verão o que ainda precisam melhorar. Receberão um feedback fidedigno de árbitros internacionais, que atuaram em ciclos olímpicos anteriores”, disse Palitot, que é também Coordenador Técnico de GR da CBG.
Márcia Aversani calcula que a Ginástica Brasileira já colherá frutos dessa inovação em Sófia, na Bulgária, no final do mês. “Acredito que já teremos um resultado positivo nessa etapa”, diz a presidente do Comitê Técnico de GR da União Pan-Americana de Ginástica (UPAG). “O programa é o único instrumento de avaliação que as atletas estão tendo extra-ginásio. A treinadora está ali, o dia inteiro, com a ginasta, sempre avaliando. Mas a partir do momento em que elas recebem críticas construtivas e expostas em nota, poderão utilizar essa ajuda para fazer as melhoras necessárias nas coreografias”.
Segundo a especialista, o Programa de Treinamento Controle, que nasceu de uma contingência – a redução do número de competições – veio para ficar, e deverá ter continuidade mesmo depois que a pandemia seja debelada. “A pandemia nos trouxe esse estímulo para realização de atividades online. Nós aprendemos a trabalhar dessa forma. Então acredito que é um formato que veio para ficar. Num país tão grande como o Brasil, é muito difícil e caro reunir os árbitros para um encontro que não seja uma competição nacional. A gente conseguiu uma forma de viabilizar isso, com uma qualidade técnica muito boa. São todos árbitros internacionais e com experiência comprovada. Pensamos em adotar esse modelo também na categoria juvenil, cuja seleção brasileira também vai se reunir este ano para competições continentais importantes. Queremos um padrão-ouro para avaliação das ginastas”.
Palitot afirma que as atividades até agora estão sendo muito benéficas para o aprimoramento das séries. “O olhar dos árbitros, de várias regiões do País, é importante para que as coreografias fiquem ainda melhores. Com as observações feitas para subsidiar os treinamentos, tivemos tardes muito produtivas. Vejo que todo mundo que se envolveu ficou muito feliz”, pontua o árbitro.
Árbitras participantes
Ana Carolinna Pompeu
Ana Hasse Endler
Anita Inês Klemann
Célia Paes Santos
Ellen Vivian Kegel
Juliana Coradine Castilho
Maria da Conceição Costa
Maria Cristina Vital Telma Ribeiro Ayres
Coordenação de arbitragem
Leonardo Palitot
Coordenação do Programa
Márcia Aversani
Fonte: CBG