Austeridade, transparência e meritocracia: dois anos de uma transformação profunda na gestão do COB
Artigo de Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico do Brasil
Lá se vão dois anos desde que assumi a presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e que iniciamos uma transformação profunda na gestão da entidade, baseada em austeridade, transparência e meritocracia. Lembro que os primeiros dias foram desafiadores, pois a entidade se encontrava suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e precisava recuperar sua credibilidade.
Aos mais próximos, afirmei que esse processo de reestruturação do COB seria realizado de forma gradual. Por outro lado, tinha plena consciência que decisões importantes precisavam ser tomadas imediatamente. Por isso, aprovamos um novo estatuto no segundo mês de mandato; ampliamos a representatividade dos atletas na Assembleia Geral da entidade, que passaram a ter direito a 12 votos; criamos os Conselhos de Administração e de Ética; e abrimos um Canal de Ouvidoria para receber denúncias e reclamações, além de contratarmos um Líder de Conformidade.
Tais medidas trouxeram de volta a confiança das empresas e da sociedade em geral. Em colaboração com a ONU Mulheres, lançamos ainda uma Política de Combate e Prevenção ao Assédio e Abuso Moral e Sexual. E, paralelamente, desenvolvemos uma área de Educação e Prevenção ao Doping.
Para aprimorar as boas práticas de governança, consolidamos o programa de Gestão, Ética e Transparência (GET), pois queremos que tanto o COB como as confederações esportivas sigam apurando suas gestões.
Acredito que a única forma do Time Brasil continuar apresentando grandes resultados esportivos, como o segundo lugar nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, passe por uma postura firme na administração dos recursos. Por sinal, o Pan foi a materialização do nosso trabalho. Através dos recursos da Lei Agnelo/ Piva, nunca se investiu tanto no esporte olímpico. O esforço é permanente para que não falte nada na preparação dos atletas brasileiros. Seguiremos atuando da mesma forma até o fim deste ciclo olímpico, que se encerra em Tóquio 2020.
É por isso que neste momento tão importante me sinto cada vez mais disposto e motivado a contribuir com o esporte olímpico brasileiro.
Paulo Wanderley
Presidente do COB