Equipe de espada conquista 1º ouro feminino da história da esgrima em Jogos Pan-americanos
Nathalie Moelhausen, Amanda Simeão, Victoria Vizeu e Bia Bulcão também quebraram um jejum de 56 anos da modalidade sem subir ao lugar mais alto do pódio

A esgrima brasileira viveu um momento histórico neste sábado, 04, no Centro de Treinamento
Olímpico do Chile. A equipe feminina de espada do Brasil conquistou o ouro ao
vencer o Canadá na final por equipes com o placar de 45 x 40. Nathalie
Moelhausen, Bia Bulcão, Amanda Simeão e Victoria Vizeu conquistaram a primeira
medalha de ouro da história da esgrima feminina do Brasil em Pans e ainda quebraram
um jejum de 56 anos sem ouros brasileiros na modalidade. Duas delas jogaram pela última vez uma
competição de equipes defendendo a Seleção Brasileira: Amanda Netto Simeão e
Nathalie Moellhausen.
“Eu estou muito feliz. Foi a última vez que jogamos juntas, pois estou me
aposentando. E é muito bom acabar do lado delas”, disse Amanda.
“Estou super orgulhosa das minhas meninas, que jogaram super bem. Eu também
estou fazendo a minha última competição por equipes. Para mim é um orgulho
poder concluir com este resultado histórico para a esgrima brasileira”,
ressaltou Nathalie.
O Brasil só subiu ao alto do pódio na esgrima dos Jogos Pan-Americanos uma vez
em toda a História: em Winnipeg, 1967, quando Arthur Cramer foi campeão
individual, também na espada.
De quebra, os esgrimistas do país que competiram no Chile igualaram a melhor
campanha da modalidade em Jogos Pan-Americanos. A última vez que a esgrima
brasileira tinha subido tantas vezes ao pódio – cinco – tinha sido em Toronto
2015. Nos Jogos de Santiago, o Brasil também ganhou os bronzes individuais de
florete feminino (Mariana Pistoia), florete masculino (Guilherme Toldo), espada
masculino (Alexandre Camargo) e de equipes de florete masculino.
A caçula do time, Victoria Vizeu, se emocionou após a decisão: “Não tenho
palavras. Acho que a gente jogou como equipe. Estávamos muito unidas, na
competição inteira. Elas foram essenciais para mudar minha cabeça em alguns
momentos. Muito grata a elas”.
Bia Bulcão, atleta do florete que foi reserva na equipe de espada, lembrou o
espírito de união que o time mostrou na pista: “Vi todo o jogo de fora. As
meninas jogaram muito bem hoje, entregaram tudo que elas tinham. Apesar de
qualquer dificuldade, elas souberam superar. E eu fiquei muito orgulhosa em ver
como elas jogaram como equipe, sempre se ajudando e esse foi o diferencial”.
Campanha irretocável
As meninas da espada entraram determinadas em pista. No jogo contra as colombianas, o Brasil só foi ameaçado uma vez, após o terceiro encontro, quando o placar apontou 10 a 10. Mas logo o time brasileiro voltou a abrir vantagem e fechou em 45 a 34.
O duelo seguinte seria contra a Venezuela, tradicional adversário nas Américas, ocupando a 20ª colocação no ranking mundial (o Brasil está em 21°). E as nossas meninas dominaram a pista, do início ao fim. A menor vantagem brasileira foi de dois pontos, ao final do quarto encontro. Naturalmente, o time abriu dianteira e conseguiu o expressivo placar de 45 a 35.
Para decidir a medalha de ouro, as brasileiras teriam de passar pelo Canadá, equipe número 13 do ranking feminino de espada, liderada pela menina prodígio Ruien Xiao, 15 anos, 28ª do ranking individual. Do lado brasileiro, a número 3 do mundo e campeã mundial de 2019, a experiente Nathalie Moellhausen, era a grande atração.
O jogo foi bem equilibrado no início. O Canadá mantinha uma vantagem muito pequena, até o quarto encontro, entre Amanda Netto Simeão e Alexanne Verret, que terminou em 13 a 12. Foi quando Victória Vizeu pisou na pista pela segunda vez, para encarar Leonora Mackinnon.
A menina, de apenas 19 anos e uma das mais promissoras atletas da esgrima brasileira, foi perfeita. Abriu quatro pontos de frente e contagiou a equipe. Nathalie Moellhausen ampliou a vantagem para oito no encontro seguinte e depois as meninas puderam administrar até o final, quando vibraram intensamente com o inédito título.
Sabre masculino
O time masculino de
sabre, formado por Henrique Garrigós, Enrico Pezzi, Fábio Salles e Pedro
Marostega, terminou em sétimo lugar na prova de equipes. O Brasil perdeu no
quadro de 8 para a Colômbia, por 45 a 24. Depois, na disputa de quinto a oitavo
lugares, foi superado pelo México: 45 a 37. No duelo contra os chilenos,
valendo o sétimo lugar, vitória tranquila, com 45 a 30 no placar.